quarta-feira, 24 de outubro de 2012

BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Mateus 5:7

Tamatoe, rei de Huahiné (uma ilha a cerca de 80 milhas náuticas a noroeste do Taiti), tornou-se cristão em 1818, como resultado do trabalho de missionários da Sociedade Missionária de Londres. Alguns dos vizinhos pagãos de Tamatoe, numa ilha próxima, odiavam o cristianismo e decidiram queimar Tamatoe vivo, assim como alguns dos que se tinham tornado cristãos juntamente com ele.
A conspiração foi descoberta pelos cristãos dos quais um bando se escondeu perto da praia. Quando os inimigos saltaram das canoas, no escuro, foram desarmados sem sofrer nenhum dano físico. Agora sem armas, os pagãos tinham a certeza de que seriam executados de maneira cruel. Podemos imaginar a surpresa deles ao perceberem como Tamatoe e os seus companheiros cristãos os tratavam bem, explicando que Jesus ensinara os Seus seguidores a serem bondosos para com os inimigos.
Mas os cristãos foram mais além. Prepararam um sumptuoso banquete e convidaram os seus ex-inimigos a participarem da refeição com eles. No fim do banquete, um dos chefes pagãos colocou-se em pé e disse que, por causa daquela inesperada bondade, ele tinha decidido tornar-se num seguidor de Cristo. Outros fizeram o mesmo e alguns dias depois todos os ídolos pagãos foram destruídos, resultando na conversão do povo ao cristianismo.
A misericórdia que será alcançada pelos misericordiosos segundo o nosso texto, não é necessariamente a misericórdia que os outros demonstram para connosco em retribuição àquela que lhes estendemos a eles. Com frequência, as 'ternas misericórdias' dos outros são na verdade 'cruéis'. Provérbios 12:10. Assim, uma tradução melhor do nosso versículo provavelmente será: "Felizes são os que têm misericórdia dos outros; Deus terá misericórdia deles."
Esse é o tipo de favor imerecido de que todos nós precisamos; em certo sentido, somos "inimigos" de Deus (Romanos 5:10), e Ele tem misericórdia de nós na mesma medida em que revelamos misericórdia ao nosso próximo. Este é o mesmo princípio do perdão: Deus perdoa-nos os erros assim como nós perdoamos os erros dos nossos semelhantes (ver Mateus 6:12). Os cristãos de Huahiné aprenderam e posteriormente praticaram esse princípio.