domingo, 30 de setembro de 2012

CARÁCTER DE PRATA ESTERLINA

Vai sentar-se, como o purificador de prata, vigiando com atenção, até que todo o refugo tenha sido queimado. Purificará os levitas, os servos de Deus, e os limpará como se limpa o ouro e a prata. Assim, eles servirão a Deus com corações puros. Malaquias 3:3 (A Bíblia Viva)

A parte de trás dos objectos feitos com prata da melhor qualidade em geral traz estampada a palavra Sterling (esterlina). Sabe como se originou a palavra 'esterlina'?
Segundo Walter de Pinchebek, que viveu por volta do ano 1300, havia na cidade de Hanse, no Norte da Alemanha, um estabelecimento mercantil chamado Easterling. Os sócios dessa firma eram reconhecidos como sendo tão íntegros nas suas transações, que receberam privilégios especiais no comércio e nos bancos. Os comerciantes da filial inglesa dessa firma obtiveram permissão para cunhar moedas com o seu próprio nome. Essas moedas eram cunhadas com a palavra Easterling. Compunham-se de 92,2% de prata e menos de 8% de liga (esta última era necessária para evitar que a prata se desgastasse muito rapidamente). Por fim, a palavra Easterling foi encurtada para sterling (esterlina) e daí em diante toda a prata que atinge essas especificações passou a ser marcada como esterlina.
No versículo de hoje, O Senhor é retratado como refinador de metais preciosos. Os refinadores de ouro e prata dos tempos bíblicos são descritos como estando sentados diante de uma fornalha, observando atentamente o processo de purificação, para que nada se perdesse do precioso metal (ver Isaías 1:25). Para que o resultado fosse o melhor, o refinador não aplicava calor de mais nem de menos. Quando o minério chegava ao ponto de fundir-se, a escória era removida sem danificar o precioso metal.
Deus frequentemente usa provas que parecem 'ardentes' para refinar o nosso carácter. Como o salmista diz: "Tu nos colocaste no fogo para nos purificar, como se faz com a prata." Salmo 66:10 (A Bíblia Viva).
"Esterlina" está para a prata assim como "cristão" deve estar para o carácter.

sábado, 29 de setembro de 2012

TRANSFORMADO POR UM HINO

Lembro as canções alegres que eu cantava à noite. Penso muito, examinando o meu espírito. Será que o Senhor me abandonou para sempre? Salmo 77:6 e 7 (A Bíblia Viva)

Um cântico pode exercer efeito poderoso sobre a vida espiritual de uma pessoa. Um exemplo disso aconteceu certa noite, há muitos anos, em Macau, território português enclavado na costa sudeste da China. O Coronel Russel H. Conewll, um turista americano que visitava a colónia, caminhava pelos famosos casinos do lugar. Parou ao passar por uma mesa na qual jogavam dois conterrâneos seus. Quando o mais velho dos dois homens ia distribuir as cartas do baralho, o mais jovem começou a cantarolar distraidamente a melodia do conhecido hino Tão Grato me é Lembrar.
De repente, o mais velho parou e perguntou:
- Harry, onde foi que aprendeste esse hino?
- Na escola dominical- respondeu o mais jovem.
Largando o baralho sobre a mesa, o jogador de mais idade exclamou:
- Joguei pela última vez!
Aquele homem tinha ganho 100 dólares no jogo com Harry. Tirando as notas da sua carteira, empurrou-as para o outro jogador e disse:
- Toma, Harry. Foi o que ganhei no jogo. Usa bem esse dinheiro e eu faço o mesmo com o meu. Lamento ter-te desencaminhado.
O coronel, que mais tarde se tornou num Pastor bem conhecido em Filadélfia ficou tão impressionado com a repentina mudança produzida pelo hino, que manteve contacto com os dois homens durante anos, e relatou que a reforma pela qual passaram naquela noite foi permanente.
Não há muito tempo, um líder da igreja foi convidado a falar para uma congregação de uma das ilhas do Pacífico Sul. A pregação foi precedida por um serviço de cânticos que consistia principalmente no chamado rock gospel. Quando ele se levantou para falar, não proferiu nenhuma censura sobre aquele tipo de música, mas começou simplesmente a cantar um antigo hino evangélico, com a sua voz cheia, de barítono. Ninguém ficou sem perceber a sua mensagem, e o efeito sobre o auditório foi visível.
A música tem um tremendo poder para o bem - ou para o mal. Ela pode tocar o coração humano, mais do que qualquer outra coisa. Graças a Deus pelos cânticos que transformam vidas permanentemente, para melhor!



sexta-feira, 28 de setembro de 2012

BRINCAR COM FOGO

Tomará alguém fogo no seio, sem que as suas vestes se incendeiem? Ou andará alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus pés? Provérbios 6:27 e 28

Já ouviu falar de pessoas que andam sobre brasas e não se queimam? Talvez já tenha visto, como eu, filmes de hindus que caminham sobre brasas vivas, aparentemente negando o provérbio de Salomão. Não sei como o fazem; creio, no entanto, que de certa forma são ajudados pelo grande enganador.
Fred Hardin, um colega meu na Universidade de Potomac, assistiu a uma cerimónia dessas no Sri Lanka, a qual confirmou a observação de Salomão. Ele e um missionário de outra denominação viram alguns homens desses caminharem sobre brasas extremamente quentes, sem sofrerem nenhum estrago aparente nos seus pés. O companheiro de Hardin decidiu fazer uma tentativa semelhante.
Talvez tenha reclamado presunçosamente a promessa: "Quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti." Isaías 43:2, cf. Levítico 18:21. Tirou os sapatos e as meias, dirigiu-se ao terreno incandescente e, no instante seguinte, estava a sair aos pulos, com os pés gravemente queimados.
As metáforas de Salomão no nosso texto referem-se ao sexo ilícito. Sabemos disso porque no versículo 29 ele fala do homem que comete adultério com a "mulher do seu próximo".
Num dos países onde morei, no qual a prostituição imperava, um dos missionários achou que Deus o estava a chamar especialmente para falar do evangelho às mulheres da rua. Foi advertido quanto ao perigo de envolver-se, mas ignorou as palavras de cautela - e durante algum tempo obteve grande sucesso. De tempos em tempos, relatava à sua mulher as maravilhosas vitórias que estava a conseguir e falava das almas já resgatadas. Ela suplicava para que ele parasse com aquilo, mas foi em vão. Finalmente, o obreiro precisou de deixar o campo missionário por ter caído em tentação.
Salomão está certo, sim. Não se pode brincar com o fogo do qual ele fala, sem acabar por sofrer graves queimaduras. O melhor rumo a seguir é permanecermos afastados tanto quanto possível desse tipo de fogo "estranho".

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

MÃO AMIGA

Pedro... ficou cheio de pavor e começou a afundar-se. "Salve-me, Senhor!" gritou ele. No mesmo instante Jesus estendeu-lhe a mão e o salvou. Mateus 14:29 e 30 (A Bíblia Viva)

Há muitos anos a escuna Thomas M. N. Stone afundou-se ao largo da costa oriental dos Estados Unidos. O Comandante Newcomb e a sua tripulação de seis pessoas escaparam num bote salva-vidas. Foram resgatados alguns dias mais tarde pela embarcação África, que os levou a Nova Iorque.
Newcomb registou uma queixa junto das autoridades da Marinha, declarando que enquanto se encontravam à deriva, um barco a vapor de casco preto e uma só chaminé passara por eles a uns três quilómetros de distância, sem ter parado para prestar socorro. A tripulação do barco tinha obviamente visto o internacionalmente conhecido sinal de perigo (um cobertor preso a um remo), pois o vapor tinha tocado três vezes a sua buzina - mas prosseguira sem parar. Disse Newcomb: "Se eu soubesse o nome daquele barco e o do seu capitão, o mundo inteiro seria informado!"
Acho que nem sempre nos damos conta de que muitos náufragos no mar da vida são ignorados como aquele comandante e a sua tripulação.
A minha mulher e eu visitámos recentemente o nosso filho Don e família, na cidade de Paradise, Califórnia. Eu tinha trabalhado no estágio do ministério 40 anos antes, naquela mesma cidade. Enquanto andávamos por locais familiares para mim, mostrei à minha mulher o lugar onde tinha morado uma família de membros da igreja (vou chamar-lhes Clark). Quando os visitei, a Sra. Clark pediu-me que visitasse o seu filho de 19 anos de idade, que morava numa cabana próxima. Ela contou que ele não tinha amigos, nunca saía e estava simplesmente a desperdiçar a vida.
Quando bati e a porta se abriu, fui recebido pelo rosto mais triste que me recordo de ter visto na vida. Momentos depois, o rapaz desfazia-se em lágrimas. Devido à minha inexperiência, eu não sabia o que fazer. Li um versículo das Escrituras, fiz uma breve oração e fui-me embora. Pouco tempo depois, fui transferido para outro distrito e não dei continuidade àquela visita inicial, mas isso não era desculpa realmente para negligenciar o rapaz. Eu poderia pelo menos ter-lhe escrito uma carta animadora. A inexperiência não deve ser usada como pretexto para deixar de atender os que se encontram em necessidade.
Por todos os lados, ao nosso redor, há pessoas como aquele rapaz. Necessitam de um amigo. De alguém solícito. De alguém que as leve a Jesus, que nunca deixe de estender a mão para salvar. Você ou eu podemos ser esse amigo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

DECIDA COMO AGIR

Sede todos de igual ânimo, compadecidos... não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados. I Pedro 3:8 e 9

Os cristãos são chamados a viver a regra áurea, independentemente de como são tratados pelos outros. Isso é contrário à natureza humana caída, mas alguém que se tenha tornado participante da natureza divina é capacitado a viver por esse princípio.
Numa tarde, há vários anos, Sydney Harris, jornalista de Chicago, e um amigo seu dirigiram-se a uma banca de jornais e revistas. O amigo comprou um jornal e depois agradeceu ao vendedor. Este, por sua vez, mal reparou no comprador.
- Que tipo mal-humorado, não? - observou Harris.
- Há anos que compro o jornal aqui, mas ele nunca responde - disse calmamente o amigo.
- Porque, então, continuas a ser educado com ele? - quis saber Harris.
A resposta do amigo foi reveladora:
- Porque deveria eu deixar que ele decida como devo agir?
Quando paramos para pensar nisto, vemos que existe sabedoria verdadeira nesta filosofia. As pessoas que permitem que os outros decidam como elas devem agir, estão entre as mais infelizes do mundo. Todos nós conhecemos gente assim.
Alguns são semelhantes a anfíbios. A temperatura corporal dos anfíbios (um tipo de animais que inclui os sapos e a salamandra-aquática) é determinada pelo ambiente. Quando a temperatura ao redor de um anfíbio se eleva, a temperatura do corpo dele sobe; quando a temperatura ambiente baixa, a sua temperatura corporal cai.
Conhece alguém, por exemplo, que deixou de frequentar uma igreja porque os membros pareciam indiferentes? Ora se é verdade que a igreja é fria, também é verdade que essa pessoa assumiu a temperatura do seu ambiente...
Li a história de dois homens que viviam perto de um pantanal. Nenhum deles gostava de morar ali. Um deles mudou-se. O outro drenou o pântano e tornou-o habitável. Pergunte a si mesmo, assim como eu me pergunto: "Com qual desses homens eu me pareço mais?"

terça-feira, 25 de setembro de 2012

"EU ESCOLHI-VOS"

Não fostes vós que me escolhestes a Mim; pelo contrário, Eu vos escolhi a vós. João 15:16

Wilfred Grenfell, famoso médico-missionário americano, conheceu uma jovem num navio, quando se dirigia ao seu campo de trabalho no exterior. Apaixonou-se por ela quase imediatamente, e dentro de muito pouco tempo declarou-lhe a sua intenção de casar com ela. Tomada de surpresa, a resposta da jovem foi:
- Mas como, se você nem sabe o meu nome? Rápido como um relâmpago, Grenfell respondeu: - Posso não saber o seu nome de solteira, mas sei qual vai ser o de casada. A jovem gostou da saída de Grenfell. Oportunamente, aceitou a proposta e o romance desabrochou num casamento feliz. Passaram muitos anos desafiadores no serviço de Deus.
Há tempos, li sobre um jovem que estudava num internato das Índias Ocidentais. Um dia, na fila para o almoço, ele expressou de modo inédito o interesse por uma colega. Passou-lhe um bilhetinho no qual tinha rabiscado as palavras do nosso texto. Ele também foi bem sucedido.
Mas nem sempre o resultado é esse. Afinal de contas, os seres humanos têm o direito de escolher; e quando se trata de romance e casamento, o homem propõe - mas a mulher dispõe!
Todos os seres moralmente responsáveis têm a faculdade de escolha. Quando nascemos de novo, escolhemos Cristo, mas na realidade estamos meramente confirmando uma escolha que foi Ele quem fez. Antes que escolhêssemos Cristo, Ele já nos tinha escolhido. Efésios 1:4 e 5 diz-nos que Deus fez essa escolha em Cristo "antes da fundação do mundo". A escolha inclui todos. "Deus não faz acepção de pessoas." Actos 10:34. Ele "deseja que todos os homens sejam salvos". 1 Timóteo 2:4.
Nem todas as pessoas, entretanto, serão salvas, porque podemos rejeitar a escolha que Deus fez. Ele poderia, logicamente, forçar-nos a aceitar a escolha d'Ele, mas nunca o fará porque deseja apenas o serviço de amor. Afinal, esse é o único tipo de serviço que vale a pena receber.
Hoje Deus convida-nos a confirmar a escolha que Ele fez a nosso respeito antes da fundação do mundo, quando nos escolheu como Seus filhos e filhas.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

INSTRUIR CRIANÇAS

Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa. Salmo 128:3

Samuel Taylor Coleridge conversava certa vez com uma senhora que defendia a ideia segundo a qual as crianças não devem receber instrução religiosa; devem ser deixadas a crescer 'naturalmente'. Desse modo, elas tomariam decisões mais 'maduras', mais 'racionais', porque saberiam melhor o que estavam a fazer. Essa fllosofia parece plausível, mas certas coisas podem parecer plausíveis e ainda assim constituir um engano.
Coleridge escutou enquanto aquela mulher falava, e disse pouco. Depois, convidou-a a dar uma voltinha pelo jardim. Conduziu-a a um recanto onde cresciam apenas ervas daninhas.
- O que acha do meu jardim? - perguntou o poeta. - Não é bonito?
- Jardim? O senhor chama a isto jardim? Eu diria que é um canteiro de ervas daninhas.
- Bem - explicou Coleridge - há algum tempo, decidi não interferir no direito que essas plantas tinham de crescer como bem quisessem, até atingirem a maturidade.
A visitante entendeu.
Tive alguns familiares que apoiavam essa filosofia laissez faire (não intervencionista). Não foi surpresa o facto de os filhos deles não terem adoptado nenhuma religião depois de adultos. Os pais esqueceram-se de que uma vez defenderam e praticaram essa filosofia. Hoje lamentam o facto dos seus filhos troçarem da religião, não terem escrúpulos morais e rebelarem-se contra toda a autoridade.
Incutir princípios cristãos na mente das crianças não garante que elas os adoptem. Afinal de contas, os seres humanos foram criados com o poder de escolha e alguns, infelizmente, fazem a escolha errada (ver Josué 24:15 e Romanos 14:12). Mas uma educação adequada aumenta as probabilidades. Se, apesar da orientação cristã no lar, os filhos ainda seguirem o caminho errado, os pais podem pelo menos ter a satisfação de saber que fizeram o melhor ao seu alcance.

domingo, 23 de setembro de 2012

ROMPER O CICLO DA HOSTILIDADE

Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Mateus 5:9

Uma senhora escreveu à conselheira Ann Landers, que mantém uma coluna em muitos jornais. O pseudónimo da consulente era "Filha. Qualquer lugar. EUA." Essa senhora descreveu a sua mãe como "a pessoa mais imprestável do mundo". Contou como a mãe a criticara desde quando ela se conhecia, fazendo com que se sentisse tola e inútil.
Por sorte, aquela senhora casou com um pacificador - o tipo de pessoa sobre a qual Jesus falava quando pronunciou a sétima bem-aventurança. O marido daquela senhora ajudou-a a ver que a sua mãe era produto da criação que recebera, e levou-a a imaginar como teria sido a infância dela, já que a sua mãe tinha sido crítica, egoísta e intratável. A consulente lembrava-se muito bem da sua avó.
Aceitou a sugestão do marido e não teve dificuldade em imaginar como teria sido a infância da sua mãe. Devia ter sido pelo menos tão ruim como a dela mesma.
Quando a remetente daquela carta começou a ver a questão sob esse aspecto, a atitude dela para com a mãe começou a mudar também. A compaixão substituiu a hostilidade. E, embora a sua mãe não tivesse mudado basicamente de conduta na ocasião em que a carta foi enviada (talvez isso fosse esperar demasiado!), a filha tinha mudado, e isso é que era importante.
O melhor, entretanto, foi que o seu relacionamento com a mãe melhorou a ponto de ela poder passar por alto as críticas. Em compensação, percebeu que a mãe não a agredia tanto. Esperava até que um dia ela e a mãe pudessem ser amigas.
É um bom exemplo de pacificação! Quem dera que muitos cristãos fossem como aquele marido - e aquela filha!
Se nos lembrássemos de que por trás da hostilidade que impera no mundo está o arquiperturbador do Universo, Satanás, isso ajudar-nos-ia a ver sob uma luz mais compassiva aquelas pessoas que caem vítimas dos seus enganos. É ele que inicia os ciclos de hostilidade e ódio que vemos no mundo hoje; assim, as suas vítimas não são totalmente culpadas pelo seu comportamento.
Se permitirmos que Deus nos transforme em pacificadores, Ele poderá usar-nos como agentes Seus para romper esses ciclos de hostilidade.

sábado, 22 de setembro de 2012

COMO CONQUISTAR O RESPEITO

Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão... na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza. 1 Timóteo 4:12

Muitos adultos acham que é difícil suportar o desprezo e o desdém de outros adultos, mas para um adolescente é duas vezes mais difícil suportar o desprezo e o desdém dos seus companheiros da mesma idade.
Um dia, quando Leo Buscaglia saía da escola, uma gangue de marginais cercou-o e começou a crivá-lo de apelidos por causa da sua ascendência italiana. Humilhado e a chorar, rompeu o círculo dos seus agressores e correu para casa. Lá, trancou-se na casa de banho e chorou amargamente.
O pai ouviu-o chorar e perguntou qual era o problema. Quando Leo contou o que tinha acontecido, achou que o pai ia tomar imediatamente providências - que bateria nos desordeiros ou pelo menos reclamaria junto dos pais deles, exigindo que fossem castigados. O pai não fez nem uma coisa, nem outra. Em vez disso, começou a mencionar algumas coisas acerca dos italianos, das quais Leo podia orgulhar-se.
Mas isso não acalmou o rapaz.
- Eu não gosto de ser diferente! - protestou ele. - Quero ser como todos os outros.
- Como todos os outros? Queres dizer que gostarias de ser como aqueles rapazes que te insultaram? - perguntou o pai, articulando bem as palavras.
- Não! - murmurou Leo em resposta.
- Então sente orgulho no que és - aconselhou o pai. - Afinal de contas, todos somos diferentes uns dos outros.
Quanta verdade! Até mesmo os atormentadores de Leo eram diferentes, embora dessem a entender que só os italianos eram singulares. Bom seria que os adolescentes, e adultos também, se lembrassem disto.
Mas o conselho de Paulo ao jovem Timóteo foi além do conselho que o pai de Leo deu ao seu filho (1 Timóteo 4:12-13). Sendo um modelo de cristão, podemos conquistar o respeito alheio.
Vejamos agora o problema por outro ângulo. Quando ficamos ao lado do que é correcto em vez de ir com a multidão, podemos ser ridicularizados, mas as pessoas respeitam aqueles que fazem o que crêem ser o certo - aqueles que defendem corajosamente as suas convicções. Tente agir assim na próxima vez em que a multidão o tentar para fazer o mal (ver Êxodo 23:2). Funciona!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A PÉROLA DE GRANDE PREÇO

O reino dos Céus é também semelhante a um homem que negoceia e procura boas pérolas; e tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía, e a comprou. Mateus 13:45 e 46

Há algum tempo, numa das ilhas do Sul das Filipinas, ocorreu a morte trágica de um pescador de pérolas. O filipino tinha apenas 18 anos de idade. Ele mergulhou no mar e, não se sabe como, uma ostra gigante fechou a concha sobre um dos pés do rapaz, que ali ficou preso até afogar-se. Quando o corpo dele e a ostra foram trazidos para a superfície, descobriu-se dentro da concha a maior pérola já encontrada.
Indubitavelmente, foi vendida por um preço fabuloso, mas o seu preço deve ter sido calculado em mais do que dinheiro. Custou a vida de um jovem!
A pérola de grande valor a que o nosso texto se refere, representa Cristo e o Seu reino. Para adquiri-la, devemos entregar a própria vida. Jesus expôs essa verdade assim: "Se você se agarra à sua vida, você a perderá; mas se a desprezar por Mim, você a salvará." Mateus 10:39 (A Bíblia Viva). Isto parece contraditório, mas na verdade não é. Jesus estava a usar "vida" em dois sentidos: 1º - esta vida terrena, com os seus prazeres, relacionamentos sociais e recompensas; 2º - a vida de felicidade futura, que não terá fim.
Numa outra ocasião, Jesus declarou: "E todo aquele que deixar o lar, irmãos, irmãs, o pai, a mãe, a esposa, os filhos, ou propriedades, para Me seguir, receberá cem vezes mais, e terá a vida eterna." Mateus 19:29 (A Bíblia Viva). Marcos, no seu evangelho, ensina que mesmo nesta vida há vantagens em renunciar a prazeres, relações sociais e recompensas do mundo por amor a Cristo e ao Seu reino - paz de espírito e novos e melhores amigos, por exemplo. Mas a maior recompensa será viver com Jesus para sempre (ver Marcos 10:28 e 29).
Esteja disposto a renunciar a tudo, até a esta vida terrena se necessário for, em troca da Pérola de Grande Preço. Vale a pena!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

GLORIAR-SE NA CRUZ

Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo. Gálatas 6:14

Há pouco tempo, a minha mulher, a nossa filha e eu voámos de Banguecoque para Hong Kong. Durante a nossa estada ali, resolvemos visitar Macau, um enclave português a poucos quilómetros de distância. Eu esperava poder usar o idioma que aprendi na infância. Fiquei decepcionado. As pessoas falam mais inglês do que português em Macau.
Mas uma coisa não me decepcionou. Enquanto passeávamos pela cidade observámos, sobre a colina que dava para o porto, uma catedral construída pelos colonizadores. Há vários séculos, um poderoso tufão foi mais forte do que as obras humanas, e a estrutura desabou, com excepção da parede frontal. Muito alto, no topo daquela fachada, desafiando os elementos, estava uma grande cruz de bronze sobre a qual eu já tinha lido antes da nossa visita.
Em 1825, John Bowring, um senhor inglês, visitou Macau e ficou impressionado com a mesma cena que agora estava diante de mim. Ao contemplá-la, sentiu-se inspirado a escrever a letra de um hino conhecido (Cantai ao Senhor, 277):
Neste lenho me glorio,
Manancial de resplendor;
Brilha intenso o suplício
Do divino Redentor.
A cruz, na qual muitas pessoas hoje se gloriam, nem sempre foi um símbolo honrado. Paulo alude a esse facto quando diz, em 1 Coríntios 1:18: "(A) cruz é loucura para os que se perdem." No verso 23 ele amplia a ideia: a cruz era "escândalo para os judeus, loucura para os gentios". Os judeus aguardavam um Messias conquistador, não um Salvador crucificado; para a mente dos gentios, adorar um Deus que morrera de uma morte reservada para criminosos era o cúmulo do absurdo.
A cruz da qual Paulo está a falar não é a cruz de madeira, como a de Jesus, mas "o poder de Deus para a salvação" (Romanos 1:16), que essa cruz representa. Os séculos podem começar e terminar, mas essa cruz - as boas novas da salvação - permanece e, juntamente com o apóstolo, nós gloriamo-nos nela.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A MANEIRA CORRECTA DE CONDUZIR

Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas, e Me inclinei para dar-lhes de comer. Oseias 11:4

A descrição feita por Oseias acerca do modo como Deus conduz é uma das mais tocantes do Antigo Testamento e talvez de toda a Bíblia. Note que Deus atrai; Ele não obriga ou compele; Ele atrai. Deus expõe o Seu amor por nós em termos humanos: Ele atrai-nos com "cordas humanas, com laços de amor". Isto é algo que nós, humanos, podemos entender e apreciar.
O General Dwight D. Eisenhower foi escolhido para liderar as forças aliadas na invasão da Europa durante a Segunda Guerra Mundial por causa da sua habilidade em persuadir outros a seguirem. Certa ocasião, ele usou um pedaço de barbante para demonstrar a arte da liderança a um grupo de oficiais. Colocou o barbante sobre a mesa e disse: "Puxem-no, e ele irá para onde vocês o conduzirem. Empurrem-no, e ele não irá a lugar nenhum. É exactamente isso o que acontece quando se trata de dirigir pessoas. Elas seguirão alguém que se coloque à frente e as conduza pelo exemplo. "Numa outra ocasião, ele disse: "Não se conduz pessoas batendo-lhes na cabeça; isso é assaltar, não liderar."
Na cena do mais lindo de todos os salmos, o Salmo 23, o Senhor é descrito como conduzindo - e não empurrando - as Suas ovelhas. "Leva-me para junto das águas de descanso" (verso 2). Os pastores e oficiais da igreja podem aprender com este divino exemplo.
Não devem ser dominadores dos que lhes foram confiados, mas tornar-se modelos do rebanho (ver 1 Pedro 5:3). Em geral, frequentemente, as pessoas em cargos de lideraça tentam empurrar em vez de guiar. Empurrar pessoas pode funcionar por algum tempo, mas no fim será contraproducente.
Aquilo que é verdade acerca dos líderes da igreja também é verdade acerca dos pais. Embora alguns filhos possam aprender com os pais que dizem: "Faz o que eu digo, mas não o que eu faço", esse método de conduzir nunca é tão eficaz como o do exemplo. Por falar nisso, o princípio de atrair em vez de pressionar também é aplicável ao namoro!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

RESGATE DE UM POÇO FATAL

Tirou-me dum poço fatal, dum charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha e deu firmeza aos meus passos. Salmo 40:2 (Bíblia - A Boa Nova)

Tommy Stage, um rapazinho de 7 anos de idade, caiu acidentalmente num poço de 8 metros de profundidade. Na queda, sofreu múltiplas fracturas nas pernas. Felizmente, o pai não estava longe e presenciou o acidente.
Quando viu Tommy cair, o Sr. Stage correu até à boca do poço e ouviu o seu filho gritar:
- Papá, tira-me daqui!
- Não te preocupes, meu filho - respondeu o pai. - Não tenhas medo. Vou puxar-te para fora logo que seja possível. Agora ouve: vou telefonar a pedir ajuda e já volto. Encosta-te a um dos lados do poço para não te afundares ainda mais.
Uma equipa de salvação chegou e atirou uma corda para o fundo do poço. O pai do rapazinho deu-lhe instruções específicas sobre como amarrar a corda sob os seus braços e prendê-la com segurança na frente, com um nó. O rapazinho obedeceu e foi puxado até à superfície uns 45 minutos depois de ter caído.
Mais tarde, os repórteres perguntaram ao Sr. Stage como é que o seu filho seguia as suas instruções tão fielmente, apesar de ser tão pequeno. Ele respondeu simplesmente:
- O Tommy foi sempre obediente às nossas ordens.
Todos nós, por causa da nossa natureza pecaminosa, caímos no horrível poço da perdição. Alguns caem mais fundo que outros - em geral por causa da própria insensatez. Feridos e traumatizados, gritamos: "Tirem-me daqui!" - e o nosso Pai celestial vem 'a correr' (ver Lucas 15:20) e diz: "Não temas, filho (ou filha). Segue simplesmente as Minhas instruções e logo vou tirar-te dessa dificuldade."
Quanto mais rapidamente seguirmos as instruções do nosso Pai celestial, mais depressa Ele poderá tirar-nos da 'enrascada' em que nos metemos. "O caminho abrir-se-á para nos desvencilharmos de embaraços e dificuldades." - O Desejado de Todas as Nações, pág. 329.
Que Deus! Um Pai celestial que não só nos resgata do poço fatal no qual nos encontramos, como também nos coloca os pés sobre a rocha e nos firma os passos.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

MÃO AJUDADORA

Ora, nós que somos fortes, devemos suportar as debilidade dos fracos, e não agradar-nos a nós mesmos. Romanos 15:1

Um amigo meu passou por uma cirurgia na sua mão esquerda, para corrigir uma deformação conhecida como Contratura de Dupuytren. A cirurgia prejudicou a circulação do sangue naquela mão. Como resultado, ele descobriu que, quando tempo arrefecia, a sua mão direita parecia procurar automaticamente a esquerda para a aquecer.
É desse tipo de cooperação a nível espiritual que Paulo está a falar no nosso texto. Em várias das suas epístolas, o apóstolo compara a igreja de Cristo a um corpo, e as suas várias partes a membros da igreja (ver Romanos 12:4-6; 1 Coríntios 12:13-27 e Efésios 4:11-13). Aplicando a experiência do meu amigo à analogia de Paulo, descobrimos que, se observarmos que o amor de um membro começa a arrefecer (Mateus 24:12), nós que somos espiritualmente saudáveis faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para 'o aquecer'. Porquê? Porque o cálido amor de Deus "é derramado nos nossos corações" (Romanos 5:5) e gostamos de partilhá-lo com outros.
O problema é que, com muita frequência, em vez de ajudar no processo de cura de um irmão, espiritualmente doente, os membros do corpo de Cristo aumentam o seu sofrimento (ver Mateus 24:49). Em vez de animar, desencorajamos. Será que isso faz sentido?
"Coerência, tu és jóia rara... ", dizia o poeta.
No Salmo 133:1, David exclama: "Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!" É assim que Deus deseja que os Seus filhos vivam. Em vez nos ferirmos uns aos outros, Ele deseja que nos ajudemos mutuamente.
Que "espectáculo" os crentes seriam para o mundo (no grego, cosmos, o Universo) e para anjos e homens (1 Coríntios 4:9), se um ministério abnegado e amável caracterizasse as acções de todos os membros do corpo de Cristo!
João 17 regista a oração em que Jesus expressa o pensamento de que a unidade entre os Seus seguidores é a prova e o coroamento do Seu reinado messiânico. Você e eu podemos ser a resposta à oração de Jesus, se ajudarmos os nossos irmãos em vez de os ferirmos.

domingo, 16 de setembro de 2012

UM SANTUÁRIO

Assim diz o Senhor Deus: Ainda que os lancei para longe entre as nações, e ainda que os espalhei pelas terras, todavia lhes servirei de santuário, por um pouco de tempo, nas terras para onde foram. Ezequiel 11:16

Santuário é um lugar onde Deus habita. Quando Ele deu a Moisés instruções para a construção do tabernáculo, disse: "E Me farão um santuário, para que Eu possa habitar no meio deles." Êxodo 25:8. Mais tarde, no tempo de Salomão, uma estrutura muito maior, construída com pedras, substituiu a habitação de Jeová que se assemelhava a uma tenda.
Como sacerdote (Ezequiel 1:3), Ezequiel deve ter conhecido bem o "primeiro templo" e os seus serviços, bem como o facto de que no lugar Santíssimo habitava a glória do Shekinah - a manifestação visível da presença de Deus. Devido à apostasia e rebelião, entretanto, o povo judeu tinha sido levado prisioneiro; o "primeiro templo" jazia em ruínas e - Icabode! - fora-se a glória.
Agora, vivendo em terra estrangeira, muitos desses prisioneiros começaram a reflectir sobre o modo vergonhoso como tinham tratado Deus. Teria Ele resolvido abandoná-los para sempre? Ainda haveria esperança? Foi nessa conjuntura que o Deus da misericórdia, por meio de Ezequiel, garantiu ao Seu povo errante que não os tinha abandonado por completo. Na expressão usada no nosso texto, Ele afirma ao povo que na distante terra do seu cativeiro Ele mesmo lhes seria "um santuário". Que consolo deve ter isso representado para Ezequiel e os seus companheiros de exílio!
Uns 56 anos mais tarde, o povo escolhido foi restituído à Terra Prometida, e finalmente o templo e o seu santuário foram reconstruídos. Uma vez mais, entretanto, o povo judeu retrocedeu para a apostasia e chegou ao ponto de rejeitar o próprio Messias. Como resultado, a sua "casa" ficou "deserta". Mateus 23:38.
Já não existe sobre a Terra um santuário especial onde a presença de Deus se manifeste visivelmente. Deus, entretanto, não abandonou o Seu povo. Ainda hoje Ele pode ser um santuário para si e para mim. Não importa se moramos num palácio, numa casa humilde, numa cela de prisão ou mesmo que não tenhamos um tecto; Deus promete estar connosco "todos os dias até a consumação dos séculos". Mateus 28:20. Quão gratos devemos ser a Deus porque Ele ainda pode ser um "santuário" para nós!

sábado, 15 de setembro de 2012

PREOCUPAÇAO COM O POVO ESCOLHIDO

Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus. 1 Coríntios 9:20

Embora Paulo fosse judeu, ficou conhecido como o apóstolo dos gentios porque levou a história da salvação aos não-judeus do mundo mediterrâneo. Mesmo assim, não se esqueceu do seu próprio povo. Preocupava-se com os seus irmãos judeus. Veja como ele exclama, angustiado, em Romanos 9:1-3: "Israel, meu povo! Meus irmãos judeus! Como anseio que vocês vão a Cristo! O meu coração está abatido dentro de mim, e eu me entristeço amargamente dia e noite por causa de vocês. Cristo sabe - e também o Espírito Santo - que não é mera pretensão minha quando digo que estaria pronto a ser condenado eternamente, se isso pudesse salvá-los." (A Bíblia Viva)
Moisés sentiu a mesma coisa, porque depois dos israelitas terem adorado o bezerro de ouro, ele disse: "O povo cometeu grande pecado! Fez deuses de ouro! Mas agora Lhe imploro que perdoe esse pecado. Se não, eu peço que me risque do livro que escreveu." Êxodo 32:32 (A Bíblia Viva). Que preocupação tinham estes homens pelo seu povo!
Richard Wurmbrand, autor do livro Tortured for Christ (Torturado por Causa de Cristo), embora judeu de nascimento, foi um ateu assumido antes de tornar-se cristão. Sem que ele soubesse, um carpinteiro cristão que morava nas montanhas dos Cárpatos, na Roménia, começou a orar para que Deus o ajudasse a conquistar um judeu para Cristo antes de morrer.
Certo dia, o carpinteiro foi irresistivelmente atraído para a vila onde Wurmbrand morava. Quando soube que Wurmbrand era judeu, fez amizade com ele. Mas fez mais do que isso. Passou horas em oração silenciosa, procurando maneiras de conduzir Wurmbrand a Cristo. À medida que o Espírito Santo trabalhava através do carpinteiro, despertava-se o interesse de Wurmbrand. O carpinteiro deu-lhe uma Bíblia. A convicção levou à conversão, e aquele que outrora fora ateu, tornou-se um seguidor do humilde Nazareno. Tempos depois, Wurmbrand foi instrumento para a conquista de muitos outros para Cristo.
Talvez tenha algum vizinho judeu que não conhece Yeshua como o Messias de Deus. Porque não fazer amizade com essa pessoa e pedir ao Senhor que lhe conceda não só preocupação por ela, mas também maneiras de conquistar a sua alma para Jesus?

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

UM TOMADO, OUTRO DEIXADO

Então dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mateus 24:40-42

Na noite de 14 para 15 de Abril de 1912, o navio da companhia White Star, SS Titanic, com mais de dois mil passageiros a bordo, atingiu um iceberg e afundou-se, causando a perda de 1.517 vidas. Quando a notícia do naufrágio chegou a Inglaterra, a cena fora do escritório da companhia foi indescritível. Familiares dos passageiros do transatlântico congestionaram a rua na frente da entrada principal, e o trânsito parou.
Em ambos os lados da entrada, foram pendurados dois grandes cartazes. Acima de um deles, em enormes letras maiúsculas, estava impresso: SALVAMENTO CONFIRMADO. Acima do outro, com letras igualmente grandes: MORTE CONFIRMADA. De tempos em tempos, vinha um funcionário da companhia trazer uma faixa de cartolina com o nome de mais um dos passageiros.
Um silêncio mortal abateu-se sobre a multidão enquanto observava, com as emoções à flor da pele, para ver sob que cartaz seria colocado o nome. Seria afixado entre os salvos ou entre os perdidos? O nome de cada passageiro estaria num grupo ou no outro - ou salvo, ou perdido!
No caso do Titanic, é possível que muitos que foram alistados como 'perdidos' estejam finalmente salvos no reino de Deus, e muitos que apareceram na lista dos 'salvos' com vida, se percam; não é a primeira morte que necessariamente determina o destino final de uma pessoa (ver Hebreus 9:27). É o juízo que faz essa classificação, e essa classificação é eterna - irrevogável! Não haverá segunda oportunidade.
Este é um pensamento solene.
Sendo assim, "que vidas santas e piedosas nós devemos viver!" 2 Pedro 3:11 (A Bíblia Viva). Hoje é o "dia da salvação", o "tempo da oportunidade". 2 Coríntios 6:2. Amanhã poderá ser tarde demais.
Hoje de manhã, reafirmo o meu compromisso com Jesus. Quer fazer o mesmo, como garantia de que o seu nome fica 'afixado' entre os salvos?

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A NECESSIDADE DE ESTAR VESTIDO

Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para não andar nu, e não se veja a sua vergonha. Apocalipse 16:15

Desde que Adão e Eva comeram do fruto da árvore proibida, os seres humanos (generalizando) sentem vergonha de aparecer despidos em público. Até mesmo aqueles que têm pouco ou nenhum contacto com a civilização, normalmente usam algum tipo de tanga para se cobrirem.
Alguma vez já sonhou ter aparecido nu em público? A maioria já teve esse sonho. Recentemente, um amigo meu sonhou que estava nu na sala de aula. Podemos imaginar o seu constrangimento. O professor olhou-o dentro dos olhos, chamou-o pelo nome e fez-lhe uma pergunta sobre a lição. Quando ele respondeu que não sabia, o professor mandou-o embora, sem-cerimónia.
O meu amigo diz que percebe como se sentiu o homem da parábola de Jesus sobre o traje nupcial, quando o rei entrou e o viu mal vestido (Mateus 22:2-13). Era culpa dele mesmo, pois o rei tinha providenciado trajes para todos.
Apocalipse 3:17-20 descreve Jesus a bater a uma porta. O indivíduo atrás da porta é descrito como alguém que alega ser rico, abastado e que não precisa de coisa alguma. A verdade, porém, é que ele é "infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu" (Itálico acrescentado). A condição dessa pessoa não corresponde à sua alegação. Finge não precisar de nada, mas no fundo do coração sabe que está nu. Podemos entender a sua relutância em abrir a porta, mas a solução do problema está com Aquele que espera ser recebido dentro da casa.
No seu sonho, o meu amigo não conseguia arranjar uma maneira de sair daquele apuro. Mas graças a Deus, enquanto o dia da salvação não chega, os pecadores podem aceitar os "vestidos brancos" oferecidos pelo Anfitrião celestial, para que se vistam e não seja manifesta a vergonha da sua nudez (ver Apocalipse 3:18).
Hoje mesmo Jesus está à porta do seu coração e bate. Oferece-lhe a veste da Sua justiça. Se ainda não a aceitou, porque não permite que Ele o cubra com ela - não um dia no futuro, mas agora?

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

FACTOS COMPROVADOS

Porém, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o Senhor; e sabei que o vosso pecado vos há-de achar. Números 32:23

No tempo em que piratas e corsários navegavam no Mar das Antilhas, o navio de guerra britânico Sparrow suspeitou que o brigue Nancy estava a carregar contrabando e mandou-o parar ao largo da costa do Haiti. Uma inspecção aos documentos e à carga revelou apenas evidência circunstancial. Apesar disso, o capitão do Sparrow achou que tinha motivo suficiente para rebocar o Nancy ao porto de Kingston, na Jamaica, e acusar o comandante e a tripulação de porte ilegal de carga.
Entretanto, o oficial responsável por uma barca auxiliar da fragata britânica Abergavenny, que por acaso singrava as mesmas águas, observou que vários tubarões se alimentavam de um novilho morto. Decidiu tentar apanhar um dos predadores por desporto e ordenou que o navio se colocasse ao lado do animal morto. Os marinheiros conseguiram arpoar um dos tubarões.
A bordo, abriram-no e descobriram no seu estômago um maço de papéis. Uma verificação revelou que pertenciam ao Nancy. Certo de que aqueles documentos seriam úteis, o comandante rumou para Kingston.
O Abergavenny chegou ao porto não muito tempo depois do Nancy ter começado a ser julgado. O comandante e a tripulação deste, bem como os seus advogados, tinham a certeza de que o caso seria arquivado por falta de provas. Mas qual não deve ter sido a sua consternação ao verem, de repente, os documentos encontrados na barriga do tubarão! Em vez de seres absolvidos, foram condenados.
"Todos pecaram." Romanos 3:23. Sabemos disso. Também sabemos que há evidências abundantes contra nós. Não importa quão bem escondidos julguemos que os nossos erros estão, a menos que sejam confessados, perdoados e abandonados, um dia eles nos acharão - se não for nesta vida, será no dia do juízo (Eclesiastes 12:14). "Os pecados de alguns homens são notórios e levam a juízo, ao passo que os de outros, só mais tarde se manifestam." 1 Timóteo 5:24.
Ao procurar deixar as coisas em ordem na sua vida, permita que o Senhor o guie. Não seja apressado nem tardio, mas deixe que Ele o dirija passo a passo.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A POSTURA CORRECTA PARA ORAR

E quando estiveres orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. Marcos 11:25

Durante o meu ano de caloiro na faculdade, soube que um dos meus colegas, um cristão sincero e dedicado, levantava sempre os olhos quando orava. Ele explicava calmamente que era dessa maneira que Jesus orava, e fazia referência a João 11:41. Fiquei atento àquele colega para ver se a história era verdadeira. Era, sim. Também percebi que eu não era o único que o observava a sorrir.
Anos mais tarde, visitei uma igreja onde um dos membros insistia em que a única postura correcta para a oração era de joelhos. Ele não apenas colocava em prática a sua convicção, mas convencia os outros, inclusive o jovem pastor, que nenhuma outra posição era apropriada; ajoelhar-se era a única forma aceitável de orar a Deus. Alguns membros opunham-se. Outros perguntavam se alguém que estava de cama precisava de ajoelhar-se para orar. (Ver Salmo 4:4.)
Fossem quais fossem os méritos de ajoelhar-se para orar, essa divisão de opiniões confundia as visitas e dividiu a igreja. Apesar do nosso irmão ser sincero, a maioria dos cristãos concordou que essa prática não era sábia por causa do seu efeito sobre a igreja e especialmente das visitas, que não sabiam se deviam ficar em pé ou ajoelhar-se.
Insistir num tema polémico parece ser uma violação do princípio da unidade apoiado pelo texto: "Deus não é de confusão." 1 Coríntios 14:33. Além disso, a maioria também concordará com o facto de que, ao fazer-se notar por essa prática, o nosso irmão estava possivelmente a chamar mais atenção sobre si mesmo, do que sobre Cristo.
A Bíblia não prescreve nenhuma postura única para a oração. Embora ajoelhar-se seja sem dúvida apropriado e mostre reverência, parece que o importante não é tanto a posição física, mas a atitude mental. Que nos lembremos sempre disto.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

À ESPERA DE ORIENTAÇÃO DO ALTO

A Ti que habitas nos céus, elevo os meus olhos! Como os olhos dos servos estão fitos nas mãos dos seus senhores, e os olhos da serva, na mão da sua senhora, assim os nossos olhos estão fitos no Senhor, nosso Deus. Salmo 123:1 e 2

Há muitos anos, no Sul dos Estados Unidos, uma senhora nascida na cidade e uma prima do campo viajavam numa charrete no meio de uma densa floresta, quando anoiteceu. Não havia luar; só algumas estrelas. Em pouco tempo, ficou impossível ver a estrada. A moradora da cidade ficou um pouco assustada pensando que estavam perdidas, mas a sua prima do campo não parecia nada preocupada. Ela parou o cavalo, desceu da charrete, caminhou um pouco ali por perto e voltou, dizendo que tinha encontrado a estrada. De volta à charrete, continuaram a jornada.
Enquanto prosseguiam, a moradora da cidade observou, pela fraca luz das estrelas, que a sua companheira, em vez de olhar para o chão, olhava para cima.
- Porque olhas para cima, quando a estrada está aqui em baixo?
- Porque só assim posso saber para onde vai o caminho - explicou a prima. - As árvores foram cortadas para dar lugar à estrada. Numa noite como esta, é impossível ver o caminho, mas olhando para cima eu posso saber para onde vamos, observando o céu pela clareira das árvores.
Assim acontece também na estrada da vida. Enquanto prosseguimos, há ocasiões em que as provas e perplexidades nos cercam, tornando a escuridão tão densa e impenetrável como a de uma floresta em noite sem luar. É nessas ocasiões que muitos se perdem, mas não é necessário que isso aconteça!
Quando ao nosso redor tudo é sombrio e ameaçador, não nos esqueçamos de que lá em cima existe luz. Consolemo-nos com o facto de que para Deus "as trevas e a luz são a mesma coisa". Salmo 139:12. Ele vê quando nós não conseguimos ver nada. Mesmo quando o sol brilha e tudo parece claro e iluminado, é sempre sensato olhar para o Céu, de onde Deus governa, pois nenhuma estrada é segura se não for Ele o nosso guia.

domingo, 9 de setembro de 2012

CARÁCTER

Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante às suas concupiscências. Romanos 13:13 e 14

Quando eu andava na faculdade, Walter B. Clark era o preceptor dos rapazes. Certa noite, no culto, ele disse: "O carácter é aquilo que vocês são no escuro." Ele poderia ter acrescentado: "E também o que vocês são de dia, quando pensam que ninguém está a olhar."
John Gosson dirigia-se de mota a uma oficina de carros em Syracuse, Nova Iorque. Ele tinha visto a publicidade de uma Honda; queria dar uma olhadela e, quem sabe, comprá-la. Sem que ele o percebesse, o vento abriu-lhe o bolso do casaco, que continha 7.500 dólares - as suas economias dos últimos sete anos.
As notas espalharam-se pela estrada, juntamente com os documentos. Os motoristas que passavam, pararam e serviram-se daquela 'chuva de dinheiro'. Um motorista honesto, que conseguiu 3.120 dólares, devolveu-os pelo correio a Gasson. Outro, contudo, acrescentou um insulto, não apenas ficou com o dinheiro que tinha recolhido, mas ainda mandou ao infeliz rapaz um postal, no qual se gabava de ter passado 'férias pagas' na Califórnia. O cartão dizia: "Eu senti-me no sétimo céu, apanhando e guardando aquele 'dinheirinho'.
O que teria você feito, o que teria eu feito, se fôssemos aqueles motoristas? Teríamos seguido 'a multidão para (fazer) mal' ou teriamos agido como aquele único motorista que devolveu o dinheiro recolhido?
É bem possível que ninguém tivesse descoberto a história se José resolvesse adulterar com a esposa de Potifar, mas ele não caiu em pecado porque amava Deus de modo supremo, e ao seu próximo (no caso, Potifar) como a si mesmo.
Se nos lembrássemos continuamente de que no Céu é mantido um registo fiel de tudo o que fazemos e dizemos, tenho a certeza de que muitos dos nossos actos ficariam só no projecto. Mas esse não é o melhor motivo para fazer o bem. Pratiquemos o bem porque amamos a Deus de todo o coração e ao nosso próximo como a nós mesmos.

sábado, 8 de setembro de 2012

FALTA DE GRATIDÃO

Fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois Ele é benigno até para com os ingratos e maus. Lucas 6:35

No dia 8 de Setembro de 1860, uma terrível tempestade abateu-se sobre o Lago Michigan e ameaçou afundar o navio de passageiros Lady Elgin. Na praia, observando o desenrolar da tragédia, estava um grupo de estudantes do Instituto Bíblico Garrett, que ficava perto. Quando o navio começou a partir-se, um dos estudantes, Edward W. Spencer, viu uma senhora agarrada a um dos destroços. Sem conseguir ficar apenas a observar o naufrágio, Spencer tirou o casaco, atirou-se à água agitada, nadou até ao navio e levou aquela senhora em segurança para a praia.
Spencer nadou repetidas vezes e carregou náufragos de volta, até que as suas forças falharam e ele desmaiou na praia, exausto. Como resultado dos seus esforços, 17 vidas foram salvas, mas o acto heróico quase lhe custou a vida. Ele nunca recuperou totalmente a saúde.
Após a sua morte, alguns anos mais tarde, alguém escreveu à sua esposa perguntando se era verdade que nenhum dos náufragos salvos tinha agradecido o heroísmo do seu marido. Aqui está a resposta dela: "A afirmação é verdadeira. Spencer nunca recebeu nenhum agradecimento das pessoas que ele conseguiu salvar, e nenhum reconhecimento por parte de qualquer uma delas." A seguir, num admirável espírito de magnanimidade, ela colocou a culpa da aparente ausência de gratidão na confusão geral reinante e na exaustão, tanto dos resgatados como do resgatador.
Ela terminou a carta com estas palavras: "O meu marido manteve sempre esse ponto de vista acerca daquele episódio; nunca manifestou qualquer ressentimento, e tenho a certeza de que nunca o sentiu. Fez o melhor que pôde, sem esperar recompensa ou apreço."
Mesmo assim, achamos que, depois de passada a confusão e exaustão, pelo menos uma daquelas pessoas salvas poderia ter procurado Spencer para lhe agradecer o abnegado acto. Essa experiência faz-nos lembrar os dez leprosos que Jesus curou. Naquele episódio, apenas um voltou para agradecer, e era um samaritano (ver Lucas 17:16).
Foi uma atitude admirável por parte do Sr. Spencer! O amor divino expressa-se de modo semelhante. Deus não exige expressões de gratidão, mas o agradecimento é uma resposta apropriada por parte de quem foi salvo do tempestuoso mar do pecado.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O PODER DIVINO E TRANSFORMADOR

Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo. Actos 1:8

A electrificação rural de Boa Viagem, um subúrbio de Recife onde morei quando era criança, começou a ser instalada em 1929. Lembro-me bem dos funcionários da companhia de energia eléctrica esforçando-se e arfando para levantar os postes de cimento para a rede eléctrica, aos quais depois prenderam os fios. Também me lembro de ouvir as mães na vizinhança (inclusive a minha) advertir as crianças para não tocarem nos fios. Podíamos ficar feridos e até morrer.
Um dia, antes de concluído o trabalho, um dos meninos vizinhos segurou um fio ligado e não conseguia soltá-lo. Ainda o vejo com os olhos da memória. Apesar de todos os seus gritos, a corrente eléctrica mantinha-o preso. A mãe dele ficou desesperada. Sempre que tentava puxá-lo, apanhava um choque. Ele só foi libertado quando a sua avó, com mais conhecimento, enrolou uma toalha em volta da cintura do rapaz e deu um puxão.
Na estrada junto do local onde moro, há postes de alta-tensão. Embora transmitam muito mais wolts do que os fios que me eram familiares no Brasil naquela altura, vejo com frequência passarinhos despreocupados, pousados sobre eles, sem que nada de mal lhes aconteça. Porquê? Porque as aves não têm contacto com a terra. Se você ou eu tocássemos naqueles mesmos fios enquanto permanecêssemos em contacto eléctrico com a terra, seríamos fulminados.
Deus é um Deus poderoso. Através da Sua Palavra, mundos vieram à existência (Salmo 33:6 e 9). Mas o Seu poder manifesta-se de outras maneiras - entre elas, o poder de transformar vidas. Não se deve brincar com esse poder.
Já percebeu quão impossível é renovar pessoas que já foram iluminadas e provaram o Dom celestial e os poderes do mundo vindouro, mas caíram - porque tentaram ficar com Deus e com o mundo ao mesmo tempo? (Ver Hebreus 6:4-6.) Se essas pessoas viveram espiritualmente de novo, foi só porque Deus na Sua grande misericórdia lhes deu mais uma oportunidade.
A única maneira segura de lidar com a energia divina transformadora é soltar as coisas do mundo e permitir que o poder de Deus se avolume dentro de nós, ao cumprirmos a Sua vontade.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

DAR A OUTRA FACE

Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra. Mateus 5:39

Quando John Selwyn, conhecido missionário nas Ilhas dos Mares do Sul, frequentava a universidade, era conhecido pela sua destreza como boxeur. Anos mais tarde, enquanto trabalhava no Sul do Pacífico, sentiu ser seu dever censurar um dos ilhéus por um erro grave. O homem ficou furioso e socou o rosto de Selwyn com o punho cerrado. Selwyn poderia ter facilmente acabado com a valentia do agressor. Em vez disso, cruzou os braços e calmamente mostrou a outra face. Surpreso pela atitude do missionário, o nativo fugiu para o mato.
Anos mais tarde, aquele homem dirigiu-se ao sucessor de Selwyn e pediu para ser baptizado. Depois de verificar a genuidade daquela conversão, o missionário perguntou ao nativo como era que ele gostaria de ser conhecido como cristão. "John Selwyn!", respondeu o ilhéu. "Ele mostrou-me como Jesus é." Foi um lindo testemunho!
É possível que já tenha ouvido alguém dizer: "Em determinadas circunstâncias, consigo voltar a outra face; mas se alguém ameaçar a minha vida, ou a da minha mulher e filhos, vou mutilar o assaltante e, se necessário, matá-lo."
O problema com esta filosofia é que aquilo que decidirmos fazer antes de uma crise é provavelmente o que faremos quando a emergência surgir. Assim, se decidirmos confiar no braço de carne (Jeremias 17:5), é muito possível que façamos "as obras da carne" (Gálatas 5:19-21); mas se decidirmos obedecer ao conselho da Palavra de Deus, Ele promete que "proverá livramento" para nós (1 Coríntios 10:13).
Recentemente, falaram-me acerca de uma mãe e uma filha que passaram por uma experiência de risco de vida, que mostra como Deus pode actuar, quando permitimos que actue. Certa noite, as duas foram surpreendidas por um intruso que tencionava violar e matar. Ambas oraram silenciosamente por protecção e foram inspiradas a dizer ao homem que ele não poderia prejudicá-las a menos que Deus o permitisse. Embora tivesse ameaçado e vociferado, o homem não fez nada e finalmente deixou as duas muIheres sem as molestar.
Quando confiamos em Deus e obedecemos à Sua Palavra, Ele pode fazer em nosso favor aquilo que não faria se agarrássemos o problema com as nossas próprias mãos.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A BONDADE COMPENSA

Não se esqueçam de ser bondosos com os estranhos, porque alguns que fizeram isso hospedaram anjos sem percebê-lo! Hebreus 13:2 (A Bíblia Viva)

Numa noite, já tarde, um casal de idade dirigiu-se ao encarregado da portaria num hotel de terceira categoria em Filadélfia.
- O senhor tem um quarto onde pudéssemos passar a noite? Já andámos por toda a cidade à procura de um lugar onde hospedar-nos, e não encontrámos. Por favor, não nos diga que não tem um quarto onde possamos pernoitar.
- Bem - respondeu o encarregado. - Não tenho um único quarto disponível no hotel, mas podem ficar no meu próprio quarto. Não é tão bom como alguns outros quartos, mas é limpo e para mim será um prazer recebê-los como hóspedes.
- Que Deus o abençoe - suspirou a senhora.
Na manhã seguinte, na hora do pequeno almoço, o senhor pediu que um dos garçons chamasse o funcionário da noite. Queria tratar de um assunto importante com ele. Quando este chegou, ele agradeceu-lhe a bondade e pediu que ele se sentasse.
- Eu sou John Jacob Astor - informou o hóspede. - O senhor é uma pessoa demasiado nobre para passar o resto da sua vida como porteiro nocturno de um hotel de terceira categoria. O que acharia de ser o gerente geral de um grande, belo e luxuoso hotel na cidade de Nova Iorque?
- Isso seria maravilhoso! - gaguejou o homem.
E assim a bondade de um obscuro funcionário do período nocturno de um hotel pobre foi recompensada quando ele se tornou o gerente geral do famoso Hotel Waldorf-Astoria.
O nosso versículo faz alusão à hospitalidade demonstrada por Abraão aos três viajantes que na verdade eram anjos. Sim, a bondade campensa. Mas o pagamento nem sempre é recebido nesta vida. Em muitos casos, o dia do pagamento não chegará antes daquele dia em que, Jesus dirá: "Vinde, benditos de Meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e Me destes de comer; tive sede e Me destes de beber; era forasteiro e Me hospedastes; estava nu e Me vestistes; enfermo e Me visitastes; preso e fostes ver-Me." Mateus 25:34-36.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

NÃO A GRAMÁTICA, MAS A MENSAGEM

Pelo que por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o Senhor a este povo, ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir. Isaías 28:11 e 12

Os mais bem sucedidos ganhadores de almas para Deus nem sempre foram pregadores muito correctos e educados. Às vezes Deus escolhe pessoas humildes, homens e mulheres sem instrução para proclamarem a Sua mensagem.
O nosso versículo fala daqueles que "não quiseram ouvir" a mensagem de Deus, porque a fala do Seu mensageiro era "gaguejante" e "estranha". Essas pessoas perdem muito por adoptarem essa atitude. Será que elas pertenceriam àquela classe de pessoas acerca das quais Paulo diz que se cercaram "de mestres... como que sentindo coceira nos ouvidos"? 2 Timóteo 4:3.
No início do ministério do grande evangelista Dwight L. Moody, um crítico abordou-o dizendo que a sua gramática era fraca e a sua dicção deixava muito a desejar.
- Sr. Moody - censurou o crítico - o senhor não deve falar em público enquanto não aperfeiçoar a sua gramática. O senhor comete tantos erros gramaticais, que é uma vergonha!
- Sou deficiente em muitas coisas - concordou Moody - mas estou a fazer o melhor com aquilo que tenho. - Depois, 'virando o feitiço contra o feiticeiro', Moody perguntou: - Diga-me, meu amigo, que tem gramática perfeita, o que está a fazer por Jesus?
Tanto quanto eu saiba, o crítico nunca respondeu à pergunta.
Por outro lado, o facto de Deus utilizar às vezes pessoas que não cultivam a oratória para proclamar a mensagem, não é motivo para que adquiramos hábitos desleixados no falar. Creio que todos concordam que um orador humilde e consagrado, que usa boa gramática e sintaxe, e atrai a atenção dos ouvintes a Deus e à Sua mensagem apesar de uma dicção imperfeita, pode servir a Deus com mais eficiência do que alguém que fala displicentemente.
O simples facto da nossa oratória ser imperfeita não é desculpa para esconder a nossa luz sob o alqueire. Ao permitirmos que o Espírito Santo nos use, podemos ser instrumentos competentes na conquista de almas, mesmo que não consigamos pregar como Paulo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

PROJECTOS PARA APROVEITAMENTO

Sendo o que sou, Paulo, o velho e, agora, até prisioneiro de Cristo Jesus: sim, solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas. Ele, antes te foi inútil; actualmente, porém, é útil a ti e a mim. Filémon 9-11

Descobriu-se uma utilidade para as águas sanitárias, que eram consideradas algo totalmente inaproveitável. Certa espécie de alga que se desenvolve nas águas de esgoto pode ser transformada num produto comestível. Uma colher de sopa dessas algas, secas, tem valor nutritivo igual a um bife de trinta gramas, com todas as vitaminas essenciais, com excepção da vitamina C.
Essa planta unicelular, conhecida como cloreta, quando cultivada em despejos líquidos a uma temperatura de 40º C, dobra o seu peso seco em duas horas e meia. Uma única planta da clorela multiplica-se em 10.000 novas plantas em 24 horas. O esgoto de uma cidade com 100.000 habitantes produziu 10 toneladas de algas secas cada 24 horas, além de fomecer mais de 37.000 litros de água pura para irrigação.
Se os astronautas algum dia viajarem para planetas distantes do sistema solar, é bem provável que utilizem coisas que antigamente eram consideradas inúteis. Mas, voltando à Terra, essa transformação tem o potencial de alimentar um mundo faminto.
Transformações semelhantes, do inútil para o útil, têm ocorrido em humanos. Veja o caso de Onésimo. Ele era escravo de um senhor cristão chamado Filémon. Por volta do ano 62 d.C., ele fugiu do seu senhor, que morava em Colosso, Ásia Menor, e foi para Roma, onde se encontrou com Paulo, que estava na prisão. Através do testemunho de Paulo, Onésimo converteu-se ao cristianismo e agora Paulo devolve o fugitivo na companhia de Tíquico, que leva uma carta a Filémon.
Na carta, Paulo faz um interessante jogo de palavras e diz a Filémon: "Ele, antes te foi inútil; actualmente, porém, é útil." Verso 11.
Se olhássemos ao nosso redor, encontraríamos muitos escravos inúteis do pecado que poderiam ser transformados em servos úteis de Cristo - caso alguém se interessasse genuína e permanentemente por eles. Esse "alguém" poderia ser você ou eu.

domingo, 2 de setembro de 2012

FIEL ATÉ À MORTE

Eles, pois, ...venceram (Satanás) por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. Apocalipse 12:11

A dedicação a uma causa, especialmente quando envolve perigo de vida, é uma raridade. Existem, entretanto, notáveis excepções. Durante a Segunda Guerra Mundial, apareceu nos jornais ingleses um anúncio solicitando mensageiros voluntários para colaborarem com os encarregados pelos alarmes antiaéreos. Dizia o seguinte: "Rapazes com mais de 16 anos para mensageiros. Apresentar-se à chefia do alarme antiaéreo."
Derrick Belfall, de apenas 14 anos, sentiu-se chamado a fazer algo pelo seu país devastado pela guerra e ofereceu os seus préstimos. Foi recusado por causa da idade. Sem desistir, apresentou-se repetidas vezes até que, finalmente, foi aceite. Recebeu a incumbência de levar mensagens aos encarregados do alarme antiaéreo em várias partes da cidade. Era seu costume, depois de regressar de uma missão, dizer respeitosamente:
"Derrick Belfall relatando; entreguei a mensagem."
Certo dia, quando voltava de um dos seus compromissos, passou por um prédio que tinha sido recentemente demolido por uma bomba. A equipa de salvamento trabalhava freneticamente para afastar o entulho. Derrick ouviu um choro de criança e ofereceu-se para ajudar. Aceitaram. Desceu ao porão e, tendo encontrado a criança, levou-a para que os membros da equipa de salvamento cuidassem dela. Antes que ele mesmo pudesse pôr-se a salvo, uma parede desabou prensando-o irremediavelmente. Quando lhe perguntaram se queria enviar um último recado a alguém, ele respondeu: "Digam simplesmente: 'Derrick Belfall relatando; entreguei a mensagem'."
Ao participarmos da guerra contra o mal, nós também nos apresentamos como voluntários para servir uma causa - e pessoas de todas as idades são bem recebidas; ninguém é rejeitado por ser muito jovem ou muito idoso. Grande número de voluntários antes de nós já ganharam a vitória sobre Satanás, pelo sangue do Cordeiro e a palavra do seu testemunho.
"A palavra do seu testemunho." O que significa isso? Significa levar o nosso testemunho pessoal a outros a respeito das boas novas da salvação, contando às pessoas o que Cristo fez por nós mediante o Seu sacrifício no Calvário. Recebemos a incumbência de levar essa mensagem a um mundo agonizante. Que sejamos fiéis ao transmiti-la, mesmo que signifique perder a vida temporal no desempenho da missão.

sábado, 1 de setembro de 2012

A SARÇA ARDENTE

Apareceu-lhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo do meio duma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. Êxodo 3:2

Originalmente, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos como encontramos hoje. Nos tempos antigos, quando alguém desejava referir-se a alguma passagem das Escrituras, normalmente referia-se a ela por meio de uma palavra-chave. Na história de Moisés, por exemplo, para se falar da sarça ardente, referia-se a expressão "A sarça", ou simplesmente "Sarça". Foi assim que Jesus Se referiu a ela. Marcos 12:26 diz o seguinte: "Não tendes lido no livro de Moisés, no trecho referente à sarça...?"
Uma sarça do deserto que incendeia, normalmente queima-se com rapidez, mas a sarça que Moisés viu não se consumia. Embora parecesse arder, Deus impediu que fosse consumida. Aqui há uma lição para nós.
"Os que estão a sofrer reveses, são representados pela sarça que Moisés viu no deserto que, embora ardendo, não se consumia. O anjo do Senhor estava no meio da sarça. Assim, na perda e na aflição, o brilho da presença do Invisível, encontra-se connosco para nos confortar e suster." A Ciência do Bom Viver, pág. 212.
É um lindo pensamento! O Anjo do Senhor está com os Seus filhos fiéis no meio da prova ardente! Embora Ele permita que 'provas de fogo' os testem, embora eles pensem que vão ser consumidos, Deus não permitirá que sejam destruídos pelas chamas.
Está você a ser testado? Parece que os fogos da aflição vão consumi-lo? Lembre-se de que Deus não permitirá que seja provado além daquilo que tem condições de suportar. A Sua graça é suficiente (ver 1 Coríntios 10:13).
Deus promete: "Quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti." Isaías 43:2. Não se permitirá que os fogos da aflição consumam os confiantes filhos de Deus, pois Cristo, estará com eles enquanto o fogo queima (ver Isaías 63:9). A única coisa que Ele permite que seja consumida é a escória.