sexta-feira, 31 de agosto de 2012

POUPANDO A ALMA SENSÍVEL

Olhem para o Meu servo. Vejam o Meu escolhido. Ele é o Meu Amado, em quem a Minha alma se alegra. ...Ele não esmaga o fraco, nem apagará a menor esperança que houver. Mateus 12:18 e 20 (A Bíblia Viva)

Criar quatro filhos e fazer todo o trabalho doméstico é uma tarefa árdua. Acrescente a isso o tratar uma irmã inválida e um marido demasiado ocupado em ganhar o sustento para poder ajudar, e terá a receita para conseguir um espírito abatido. Assim era a vida de Phoebe Hinsdale Brown, uma jovem dona de casa. Contudo, apesar da sua ocupada rotina, Phoebe decidiu passar algum tempo a sós com Deus.
Não distante da sua casa, ficava a propriedade de uma abastada senhora, onde havia um jardim isolado. Ao entardecer, Phoebe gostava de dar uma escapadinha até ali para passar alguns momentos a meditar e a orar. Pensando que a proprietária não se importaria, Phoebe não pedia licença. Um dia, o jardineiro percebeu a sua presença e relatou o facto à patroa. Esta, desconfiada de más intenções, foi falar com a assustada mulher, exigindo que ela dissesse o que estava a fazer naquele lugar e insinuando que os 'penetras' não eram bem recebidos!
Porque era tímida e sensível, Phoebe sentiu-se esmagada, pois não tinha nenhuma intenção maldosa. Na tarde seguinte, escreveu um bilhete pedindo desculpa. O conteúdo do bilhete tomou a forma de um poema. Com o filho mais novo ao colo, Phoebe escreveu - "Desculpas pelas Minhas Divagações Vespertinas." Aqui estão as quadras do seu poema:
Gosto de no meu viver
A sós com Deus estar;
O meu trabalho assim deter,
E, em paz, humilde orar.

Eu gosto de estar a sós
A ouvir a voz da solidão;
E a minha voz eu ergo então,
Só Deus a pode ouvir.

Gosto de estar sem mais ninguém,
Pensar no Lar de além;
E pela fé então prever
O Céu e seu prazer.
Não sei qual foi a reacção da senhora rica ao bilhete, mas sei que o poema de Phoebe foi parar ao hinário Cantai ao Senhor (número 306).
É tão fácil interpretar mal os motivos alheios e agredir pessoas quando nem sequer conhecemos todos os factos. Cristo foi sempre cuidadoso neste aspecto.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

BELEZA E CEGUEIRA

Porque Deus que disse: Das trevas resplandecerá luz - Ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo. 2 Coríntios 4:6

Donald Grey Barnhouse, no seu livro Let Me Illustrate (Permita-me Ilustrar), página 156, relata um incidente que lança luz sobre o nosso texto.
Um jovem oficial ficou cego, na explosão de uma mina. Enquanto convalescia foi cuidado por uma enfermeira pela qual se apaixonou e com quem casou mais tarde. Certo dia, ouviu, por acaso, uma conversa a respeito dele e da sua esposa. O cruel comentário foi mais ou menos assim: "Ainda bem que ele é cego. Ele provavelmente não teria casado com uma mulher tão feia, se visse bem."
Caminhando em direcção àquelas vozes, ele disse: "Ouvi, por acaso, o que vocês disseram e agradeço a Deus, do fundo do meu coração, a cegueira que tenho; caso contrário, eu poderia ter deixado de ver o maravilhoso valor da alma da minha mulher. Ela possui o carácter mais nobre que já conheci. Se as feições do seu rosto poderiam ter manchado a sua beleza interior, então eu é que fiquei a ganhar por ter perdido a visão!"
Foi uma boa repreensão! E um ainda mais importante testemunho!
A natureza humana caída tende a procurar o rosto bonito, as formas perfeitas, as feições delicadas, o porte atlético - e passa por alto o carácter, "o encanto duradouro de um espírito amável e manso." 1 Pedro 3:4 (A Bíblia Viva).
Quando a Segunda Pessoa da Trindade, através da encarnação, Se tornou homem, Isaías conta-nos que "não tinha aparência nem formosura; ... nenhuma beleza havia que nos agradasse". Isaías 53:2. Creio que Deus teve um propósito em ordenar que assim fosse. Ele não quis que os seres humanos fossem atraídos ao Seu Filho por causa da aparência física, mas por apreciarem a sua beleza de carácter.
À medida que formos estudando a vida de Jesus, revelada na Bíblia, uma transformação vai ocorrer na nossa visão espiritual: "As coisas desta Terra... ficam estranhamente sombrias à luz da Sua graça e glória." - Helen H. Lemmel. Quando isso acontece, Cristo conduz pobres pecadores, espiritualmente cegos como nós, de maneiras inesperadas e em caminhos desconhecidos.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

ANTES DE PEDIREM

Eu darei a eles o que desejam, antes mesmo de Me pedirem. Enquanto eles ainda estiverem falando comigo sobre as suas necessidades, Eu já terei respondido às suas orações! Isaías 65:24 (A Bíblia Viva)

O Dr. William Moon, conhecido por inventar um alfabeto em alto relevo para pessoas que ficaram cegas depois de adultas, e por ter fundado a Sociedade Moon, era cego também. Desde a sua juventude, dedicou a vida ao trabalho em favor dos desprovidos da visão. No Verão de 1852, a sua organização encontrou-se num aperto financeiro por causa de uma dívida de 22 libras esterlinas que ele linha contraído em relação com o seu trabalho.
Poucas horas antes de se encerrar o prazo final para o pagamento, o Dr. Moon orou para que se abrisse uma porta e ele pudesse pagar a conta a tempo. Parecia que a sua oração não seria atendida. Mas às 4 horas da manhã do dia-limite, uma senhora cega que morava em Brighton não conseguia dormir e, para passar o tempo, começou a ler o Salmo 34 pelo alfabeto do Dr. Moon. No versículo 6, ela leu as seguintes palavras: "Clamou este aflito, e o Senhor o ouviu."
Repentinamente, ela sentiu que o Dr. Moon precisava de dinheiro para levar avante a sua obra. Logo que amanheceu, ela vestiu-se, foi ao seu cofre e tirou uma nota de cinco libras. Mas pensou que aquilo não seria suficiente, de modo que tirou mais três notas de cinco libras. Colocou-as na sua carteira, que já continha duas moedas, e dirigiu-se para a casa do Dr. Moon.
Já no escritório dele, a senhora perguntou-lhe se ele estava a ter dificuldades financeiras relacionadas com o trabalho. Antes de receber aquela visita, o Dr. Moon tinha decidido não contar a ninguém o seu problema, a não ser a Deus. Portanto, quando aquela senhora lhe fez a pergunta, ele hesitou em responder. A senhora estendeu-lhe a bolsa, dizendo que o seu conteúdo era para ser usado conforme ele achasse necessário. Podemos imaginar a surpresa do Dr. Moon ao descobrir que aquela bolsa tinha a quantia exacta de que ele precisava para pagar a sua dívida naquele dia.
É gratificante ler experiências de orações às quais Deus responde de maneira definida, exacta ou inesperada. Ele, entretanto, sabe o que é melhor para nós. Assim, se as orações que você faz não são atendidas de forma sensacional ou exactamente como deseja, não fique desanimado. Com muito mais frequência, Ele nos atende de maneiras menos surpreendentes.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

COMO LIDAR COM A TRAGÉDIA

Então Ele... disse (a Paulo): a Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. 2 Coríntios 12:9

Em Setembro de 1858, Henry Fawcett, um rapaz inglês de 20 anos, ficou cego de ambos os olhos quando o seu pai, acidentalmente, disparou a espingarda enquanto caçavam.
Antes da tragédia, Henry era um rapaz inteligente, ambicioso e com um grande futuro diante de si. Depois do acidente, encheu-se de desespero. Mas houve uma coisa que o salvou. Amava profundamente o seu pai e sabia que este ficara quase louco por causa do que acontecera ao filho. A única forma que Henry encontrou de preservar a sanidade mental do pai foi optar por esperança em vez de desespero. Fingia estar alegre, quando na realidade não estava. Fingia ter interesse na vida, quando na verdade queria era desistir de tudo. Quando o desespero lhe oprimia o coração, Henry fazia de conta que tinha esperança de ainda poder ser um cidadão útil.
Então aconteceu algo estranho. O fingimento tornou-se realidade! Foi como se, por um acto da vontade, Henry tivesse exorcizado um espírito mau. Prosseguiu a carreira que tinha escolhido, foi eleito para o Parlamento e mais tarde, a pedido do primeiro-ministro Gladstone, foi encarregado da chefia do sistema postal e telegráfico britânico. Nesse cargo, Henry foi o responsável por significativos melhoramentos no serviço postal e telegráfico do seu país.
Nos versículos que precedem o texto para a meditação de hoje, o apóstolo Paulo fala de "um espinho na carne". 2 Coríntios 12:7. Ele não conta que espinho era esse, mas os estudiosos da Bíblia têm concluído que tinha a ver com o seu sentido da visão porque numa outra passagem ele diz: "Se possível fora, teríeis arrancado os vossos próprios olhos para mos dar" e mais adiante, na mesma epístola, diz: "vede com que letras grandes vos escrevi do meu próprio punho." Gálatas 4:15 e 6:11.
Talvez seja bom não sabermos qual era o espinho na carne de Paulo, pois há tragédias ainda piores do que a perda da visão - como ficar tetraplégico, por exemplo. Mas é maravilhoso o facto de que, ao assumirmos uma atitude positiva, a graça de Deus poder capacitar-nos a triunfar sobre a tragédia.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

CISTERNAS ROTAS E ÁGUA DA VIDA

O Meu povo cometeu dois pecados terríveis: eles Me abandonaram, a Mim, a Fonte da água da Vida, e construíram para si poços furados, que não prendem a água! Jeremias 2:13 (A Bíblia Viva)

Tive o privilégio de participar, junto com um grupo, numa viagem às terras bíblicas. Num dos nossos passeios, visitámos Petra, a antiga capital dos endomitas. A cidadela daquele povo situava-se numa colorida mesa de arenito, cujo topo se inclinava na direcção de um declive muito acentuado. Tinham sido feitos pequenos canais no arenito para conduzir a água da chuva a várias cisternas escavadas perto do declive. Aqueles reservatórios agora estavam totalmente secos, incapazes de reter água - se devido a terramotos ou à passagem do tempo, não sei.
No nosso versículo, a água representa a verdade. O povo nos dias de Jeremias tinha abandonado Deus, a Fonte da verdade, substituindo-O por deuses falsos e práticas religiosas associadas a eles. As mensagens de Jeremias tencionavam despertar o povo para a sua necessidade do Deus verdadeiro.
Há alguns anos, uma casa perto de Bucyrus, nos Estados Unidos, foi atingida por um raio. Em muito menos tempo do que se levava para contar a história, o raio queimou uma trilha pelos beirais da casa, através das calhas e para dentro da cisterna. Por sorte a casa não se incendiou. Algum tempo depois da tempestade, um dos filhos daquela família foi encarregado de encher um balde de água e ele descobriu que a cisterna estava seca. Um exame atento mostrou que o raio tinha aberto um buraco no fundo da cisterna, fazendo com que a água vazasse.
Quando o pai desceu para vedar o furo, ouviu um som de água corrente. Depois de investigar descobriu um lençol de água subterrâneo. Foi cavado um poço onde antes estava a cisterna, e daquele dia em diante a família teve abundância de água fresca, pura e límpida. Perderam uma cisterna, mas ganharam uma fonte inesgotável de água viva.
Porque é que Deus precisa de atingir o Seu povo com um 'raio', no sentido figurado, para o ter de volta para Ele, quando poderíamos aceitar o Seu amável convite? "Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas"? Isaías 55:1. Só nós podemos responder a esta pergunta.

domingo, 26 de agosto de 2012

COMO O AMOR TRATA O ÓDIO

Raiva e ódio só produzem brigas e confusão; mas o amor esquece e perdoa todas as ofensas. Provérbios 10:12 (A Bíblia Viva)

Aaron Burr, soldado americano e líder político, era talentoso, capaz e com boa apresentação, mas juntamente com essas admiráveis qualidades tinha um aspecto odioso de carácter, que acabou por causar a sua queda.
Por ocasião da eleição nacional de 1800, Thomas Jefferson concorreu para a presidência dos Estados Unidos como líder do Partido Democrático, tendo Burr como seu candidato para a vice-presidência. Devido a um erro crasso no processo eleitoral, Burr recebeu o mesmo número de votos de Jefferson. Como resultado a eleição teve de ser decidida no Congresso.
Lá, Burr passou a incentivar os congressistas para que o elegessem presidente, em lugar de Jefferson. Este, por sua vez, foi suficientemente sábio para manter-se calado. Mas Alexander Hamilton um oponente federalista que odiava Burr e, aparentemente, percebia mais do que Jefferson os defeitos de carácter de Burr, persuadiu o Congresso a eleger Jefferson, e não Burr. Este nunca perdoou a Hamilton.
Em 1804, quando Burr concorreu para o governo de Nova Iorque, Hamilton mais do que uma vez usou a sua influência contra ele, e Burr perdeu de novo.
O ressentimento reprimido agora flamejou como ódio ostensivo. Burr desafiou Hamilton para um duelo. Hamilton aceitou. Os dois homens encontraram-se numa área isolada perto de Weehawken, no Estado de Nova Jersey. O tiro da pistola de Burr matou Hamilton. A vingança pode ter-lhe dado um gostinho doce, mas acabou com a carreira política de Burr. Muito tempo depois, ele admitiu que teria sido mais sábio enterrar o ódio. Se o tivesse feito, poderia ter conseguido finalmente tornar-se presidente dos Estados Unidos. Em vez disso perdeu tudo o que esperava conquistar e morreu amargurado. O ódio, no fim de contas, é auto-destrutivo.
Um cristão faz mais do que simplesmente não odiar. Ele procura activamente oportunidades de fazer o bem aos que o odeiam, de maneira aceitável. E ele fá-lo não para conquistar a admiração das multidões, ou mesmo o favor do seu inimigo (embora em alguns casos seja esse o resultado), mas porque é certo agir assim. O amor de Cristo leva-o a actuar deste modo.

sábado, 25 de agosto de 2012

PARTILHAR BÊNÇÃOS

Aquele que vos der de beber um copo de água, em Meu nome, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão. Marcos 9:41

Uma vez, Sam Foss, escritor e viajante, chegou a uma cabana pequena e rústica situada no topo de uma colina, em Inglaterra. Viu ali uma placa que dizia:
"Sirva-se. Beba água fresca." A pouca distância ele encontrou uma fonte de água geladinha. Por cima da fonte estava pendurada uma caneca antiga, e sobre um banco próximo havia uma cesta de maçãs e outra placa que convidava o transeunte a servir-se.
Curioso para conhecer as pessoas que demonstravam tanta hospitalidade para com estranhos, Foss bateu à porta. Um casal idoso abriu, e Foss perguntou-lhes acerca da fonte d'água e das maçãs. Explicaram que não tinham filhos. O seu pedacinho de terra produzia uma pequena colheita, mas como tinham abundância de água fresca, queriam simplesmente partilhá-la com quem passasse por ali.
- Somos muito pobres para dar esmolas em dinheiro - disse o marido - mas achamos que deste modo podemos fazer algo pelas pessoas que passam por aqui.
Conta-se que o gesto altruísta daquele idoso casal inspirou o poema "A Casa Junto ao Caminho".
Não são os grandes presentes dados com ostentação que o Céu mais considera, mas sim os pequenos actos de amor e bondade.
Quando o tribunal do Céu se assentar, o Juiz de toda a Terra é descrito como dizendo aos justos: "Tive fome e deste-Me de comer; tive sede e deste-Me de beber; era estrangeiro e hospedaste-Me." Mateus 25:35. Mas já notou o que os justos dirão? "Senhor, quando Te vimos com fome e Te demos de comer? Ou com sede e Te demos de beber? E quando Te vimos estrangeiro e Te hospedámos?" Versos 37 e 38.
Serão estas palavras apenas uma peça teatral que os justos estarão a representar? NÃO! Estarão simplesmente a reconhecer que tudo o que fizeram foi obra de Deus, e portanto não podem merecer crédito nenhum pelas suas boas acções!

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

CORAGEM DIANTE DA DERROTA

Tendo ali (em Roma) os irmãos ouvido notícias nossas, vieram ao nosso encontro até à Praça de Ápio e às Três Vendas. Vendo-os Paulo, e dando por isso graças a Deus, sentiu-se mais animado. Actos 28:15

Quando Lucas escreveu estas palavras a respeito de Paulo, este encontrava-se a caminho de Roma, onde enfrentaria possivelmente a execução pelas mãos de um imperador brutal e excêntrico - Nero. Paulo, contudo, não temia essa possibilidade. Em vez disso, contemplando as primícias de uma abundante colheita de almas para Cristo, deu graças a Deus e sentiu-se animado.
O mundo necessita de mais almas corajosas como Paulo.
Durante os dias negros de Junho de 1940, Winston Churchill, primeiro-ministro da Grã-Bretanha, voou até à sede temporária do governo francês em Tours e esforçou-se para incentivar os seus hesitantes aliados a continuarem a resistência contra o holocausto nazista. Os seus esforços foram infrutíferos. O exército francês praticamente deixara de existir, o governo estava à beira do colapso e o futuro parecia desesperançadamente negro.
Ao regressar a Inglaterra, Churchill relatou ao seu gabinete a gravidade da situação. Não suavizou o quadro, mas concluíu com estas memoráveis palavras: "Nós agora enfrentaremos a Alemanha completamente isolados. Estamos sós." A seguir, olhando desafiadoramente ao seu redor, acrescentou: "Mas para mim isto é até inspirador!"
A coragem daquele homem, diante de avassaladoras desvantagens e da derrota quase certa, foi contagiosa. Galvanizou o povo britânico levando-o à acção e, como todos sabemos, prosseguiu para a vitória final.
No grande conflito em andamento entre as forças do bem e as do mal, as forças do bem nem sempre têm sido vitoriosas. Há retiradas temporárias, mas o Capitão da nossa salvação nunca falhou ou ficou desanimado (ver Hebreus 2:10 e Isaías 42:4). Antes, têm transformado esses reveses em vitórias brilhantes.
O Calvário é o mais notável exemplo disso. Aquilo que parecia uma retumbante vitória das forças do mal, revelou-se uma derrocada catastrófica para Satanás e os seus agentes. O mesmo pode ser verdade a nosso respeito neste conflito. Jesus pode transformar aparentes derrotas em assinaladas vitórias, se Lhe dermos permissão para actuar. Quando consideramos as nossas "derrotas" sob esse prisma, podemos, como Paulo, dar graças a Deus e sentir-nos animados.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ROMPER COM O PECADO

Portanto, ó rei, aceita o meu conselho, e põe termo em teus pecados pela justiça. Daniel 4:27

Uma das recordações que o meu pai me deixou foi uma agendinha que ele conservava desde a adolescência. Numa das páginas aparecem estas palavras escritas com uma letra que não era a dele: "Prometo deixar de fumar assim que o meu stock de tabaco acabar. (Assinado) Dudley."
Um dia perguntei ao meu pai se o tal Dudley tinha cumprido a promessa. Ele respondeu que, aparentemente, sim - por algum tempo. E contou que uma ou duas semanas mais tarde encontrou Dudley com um maço de Bull Durham no bolso da camisa. Quando lhe perguntou porque andava com aquilo de um lado para o outro, Dudley brincou: "Ando com o maço comigo para o caso de ser tentado."
Alguns podem achar engraçada a resposta de Dudley, mas abandonar o mal não é uma coisa divertida. Pode haver consequências eternas. É triste dizer que, não muito tempo depois de tentar fazer com que Dudley deixasse de fumar, o meu pai saiu de casa, andou pelos caminhos do mundo e ele próprio adquiriu o hábito de fumar. Fico feliz porque Deus, na Sua misericórdia, não o abandonou. Dez anos mais tarde, ele assistiu a algumas reuniões evangelísticas e, pela graça de Deus, deixou esse hábito para sempre.
Antes disso, o meu pai tinha tentado várias vezes deixar de fumar, diminuindo aos poucos o número de cigarros fumados por dia. Não conseguiu. Não quero dizer que Deus não possa usar esse método com algumas pessoas. Creio que Ele pode e fá-lo. Com efeito, creio que Ele até mesmo ajuda as pessoas que alegam ter parado abruptamente, gabando-se que Deus não teve nada a ver com isso. Mas quem pode dizer que por trás dos bastidores Deus, na Sua misericórdia, não os ajudou? Em qualquer caso, o conselho inspirado de Daniel sugere que o método preferido por Deus é o de "pôr termo" aos pecados de uma vez por todas, e não aos poucos.
Está a lutar com um hábito pecaminoso do qual gostaria de se ver livre? Isso pode acontecer desde que coloque a sua vontade ao lado de Deus, não mais tarde, mas exactamente agora. Tendo feito isso creia que Ele pode substituir o seu mau hábito por um bom (ver Romanos 12:21), e saia para o seu trabalho agradecendo a Deus por tê-lo ajudado. "Quem fez a promessa é fiel." Hebreus 10:23. Ele é poderoso para nos "guardar de tropeços" (Judas 24) quando reafirmamos a nossa decisão de manter a vontade ao lado d'Ele. Vai fazer a sua parte?

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ESCALANDO AS ALTURAS

No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo. S. João 16:33.

Alfonso Deecken conta-nos acerca de uma das suas aventuras, quando estudava em Munique, Alemanha. Com um grupo de estudantes, durante as férias, resolveram escalar a montanha Schesaplana, na Áustria, com o objectivo de alcançar um dos seus picos de aproximadamente 2.600 metros de altitude.
Era bem cedo quando começaram a penosa escalada. Mas, à medida que subiam, mais se intensificava um espesso nevoeiro. Tão densa era a névoa, que eles não podiam ver além de dez metros à frente.
As dúvidas sobre o êxito da escalada pareciam aumentar a cada instante. Deveriam continuar a ascenção? E se o cume estivesse envolto pelo nevoeiro? A única garantia que tinham era a palavra de um amigo que os animou a viver a fascinante aventura. Ele indicou o caminho a seguir e afirmou que do cume contemplariam um deslumbrante panorama alpino.
Embora cansados e afligidos pela dúvida, continuaram a escalada. E então ocorreu o inesperado: Subitamente cruzaram a espessa cortina formada pela neblina e aperceberam-se de que se encontravam acima das nuvens escuras.
Deecken escreveu: "Ante os nossos olhos, a uma pequena distância, estava o cume do Schesaplana; em torno de nós, os majestosos picos dos Alpes, cobertos de neve - panorama deslumbrante, de incomparável beleza."
Nesta experiência nos Alpes, Deecken viu um símbolo da vida cristã. Quantas vezes andamos através da densa névoa, sem nenhuma certeza quanto ao êxito da nossa jornada, a não ser as consoladoras promessas do Senhor. A vereda afigura-se-nos escarpada; a dúvida assalta-nos, e sentimo-nos tentados a desistir. E perguntamo-nos se não seria melhor desfrutar a paz no vale tranquilo, já que ignoramos o que haveremos de enfrentar no cume da nossa vida.
Sim. A incerteza das horas escuras ajuda-nos no nosso crescimento espiritual. É nos momentos de solidão e abandono que a fé é provada e fortalecida.
Quando cansados e torturados pela dúvida, uma voz sussurra no silêncio da nossa alma, dizendo: "Tende bom ânimo, Eu venci a densa escuridão." Animados por esta voz, prossigamos a escalada até ao momento quando, extasiados, contemplaremos "as coisas que o olho não viu ... que Deus preparou para os que O amam". I Coríntios 2:9.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

terça-feira, 21 de agosto de 2012

SEGURANÇA NAS MÃOS DEUS

Quanto a mim confio em Ti, Senhor. Eu disse: Tu és o meu Deus. Nas Tuas mãos estão os meus dias.Salmo 31:14 e 15

No Museu Metropolitano de Arte, na cidade de Nova Iorque, está uma das famosas obras-primas do escultor francês Auguste Rodin. Ao nos aproximarmos dela, parece apenas um grande bloco bruto de mármore branco. Mas ao chegarmos bem perto, parece emergir da pedra uma grande, bela e bem cinzelada mão. Tem-se a impressão de que aquela mão brota de dentro do mármore - uma impressão característica que Rodin gostava de dar a algumas das suas obras.
Se nos aproximarmos ainda mais, veremos que a mão está a segurar duas figuras humanas, os corpos ainda em formação de um homem e de uma mulher. Se examinar-mos com atenção, veremos na base da obra uma inscrição que diz: "A Mão de Deus." Quando vi estas palavras, elas fizeram-me recordar o texto do Antigo Testamento que diz: "Olhai para a rocha de que fostes cortados, e para a caverna do poço de que fostes cavados." Isaías 51:1.
No Salmo 74:11, Asafe dirige-se a Deus com a queixa: "Porque retrais a Tua mão, sim, a Tua destra?" - como se até àquele momento Deus o tivesse protegido, mas agora, por alguma inexplicável razão, tenha "puxado o tapete" sob os seus pés. É como se Asafe, quase irreverentemente, estivesse a dizer: "Vamos, Senhor. Não me deixes passar por isto. Faz alguma coisa!"
Todos nós, provavelmente, já nos sentimos assim em alguma ocasião. A urgência do momento parece exigir que Deus faça algo no mesmo instante. Precisamos lembrar-nos de olhar para aquilo que é eterno, além do temporal (ver 2 Coríntios 4:18), sem esquecer que nada nos pode separar do amor de Deus (ver Romanos 8:39).
Todo o ser humano deve a sua existência a um amorável Criador, um fiel Pai celeste que segura a todos na palma da Sua mão.
Quando as provações e dificuldades nos oprimem, temos a tendência de perder de vista este facto. Assim como no caso da "Mão de Deus" de Rodin, não podemos discernir claramente a Sua presença, a certa distância, apesar de que Ele "não está longe de cada um de nós". Actos 17:27.
Quando isso acontecer, olhe pela fé para a Rocha da qual foi cortado, para a Pedreira da qual foi cinzelado.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A PEDRA REJEITADA

Vocês já leram nas Escrituras que a pedra rejeitada pelos construtores passou a ser a mais importante do edifício? Isto é obra do Senhor e é uma coisa admirável de se ver. Mateus 12:10 (A Bíblia Viva)

Durante milénios, uma pedra permaneceu sem ser tocada por mãos humanas no leito de um riacho no Estado da Carolina do Norte, Estados Unidos. Certo dia, um homem ergueu a pedra, viu que o seu peso era fora do comum e decidiu usá-la para travar uma porta em sua casa. Ali ficou durante anos. Um dia, um geólogo passou por lá e viu a pedra. Os seus olhos experientes reconheceram nela uma pepita de ouro - o maior volume de ouro nativo encontrado a leste das Montanhas Rochosas.
Uma antiga tradição rabínica diz que, quando foi construído o templo de Salomão, as pedras maciças para as paredes e os alicerces foram cortadas da rocha viva e modeladas na própria pedreira, sendo depois transportadas para o monte onde se erguia o templo. De acordo com a história, uma pedra de tamanho incomum foi levada para o local, mas os construtores não encontraram o lugar certo para a colocarem, de modo que ficou de lado, sem uso. Enquanto continuavam os trabalhos dos alicerces, aquela pedra parecia estar sempre no caminho deles. Durante muito tempo permaneceu negligenciada e até rejeitada.
Então, um dia, os construtores chegaram ao local onde devia ser colocada a pedra angular. Para poder suportar o tremendo peso do templo, a pedra precisava de ter um tamanho e resistência enormes. Tentaram colocar várias pedras, mas nenhuma era apropriada. Por fim, alguém se lembrou da pedra rejeitada há tanto tempo. Exposta às intempéries durante aqueles anos todos, ela não revelava nenhum defeito ou rachadura e, quando colocada no devido ângulo, encaixou-se perfeitamente.
O salmista, no nosso texto, alude a essa tradição, e os rabis reconheciam que ele se referia ao Messias.
A questão diante de mim e de si é: Será que, à semelhança do geólogo da história, reconhecemos o grande valor de Jesus, a Pedra rejeitada? Ou, como os construtores do templo, estamos a colocá-la de lado? Muitas pessoas reconhecem o valor de Cristo como um grande mestre, mas deixam de lhe dar o lugar devido no seu coração.
Reconheçamos Jesus como uma Pedra preciosa e façamos d'Ele a pedra angular do templo da nossa alma (ver 1 Pedro 2:4 e 5).

domingo, 19 de agosto de 2012

TEMOR NOCIVO

Eis que se acharam em grande temor, onde temor não havia. Salmo 53:5

Na revista Constellation, edição de Janeiro de 1949, foi publicada uma dramática narrativa relacionada com a morte de um lavador de vagões de uma empresa ferroviária. Por descuido ou negligência, o desventurado empregado ficou preso dentro de um vagão frigorífico. Depois de uma curta viagem de aproximadamente 30 quilómetros, foi encontrado morto. Mas, pouco antes de morrer, escreveu o seguinte bilhete, no qual retratou a sua terrível agonia: "O frio aumenta. Temo que ninguém virá em meu socorro. Estou congelando lentamente e os meus membros estão adormecendo. Sinto que já não terei mais forças para escrever." Quando foi feita uma autópsia, ficou constatado que o lavador de vagões não havia morrido de frio. Depois verificaram que o refrigerador não estava a funcionar.
A tragédia deste desventurado homem ilustra de forma objectiva a acção homicida do medo.
Não poderíamos sobreviver se não existisse em cada um de nós o chamado 'mecanismo do medo', que nos põe em estado de alerta diante de um perigo real. O homem teme a escuridão, que o levou a aprender a produzir fogo, descobrindo os segredos da electricidade. Teme as doenças, o sofrimento e a morte, e sentiu-se motivado para os grandes descobrimentos no campo da medicina - os remédios, a cirurgia e a anestesia.
Porém, o que a muitos causa espécie, não é esta manifestação construtiva do medo, mas sim o temor infundado, o medo neurótico. Há os que temem a velhice, a solidão, o fracasso, a insanidade, a obesidade, a rejeição, a morte, etc. Os que carregam ao longo dos anos o peso esmagador destes inquietantes temores, desconhecem o gozo que resulta da paz de espírito. Esta paz interior só é alcançada quando declaramos uma trégua e assinamos um armistício com o exército das nossas angústias e temores injustificados.
Para nós que vivemos numa era de insegurança e apreensões, a Bíblia apresenta uma consoladora mensagem: "Não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres porque Eu sou o teu Deus; Eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a dextra da Minha justiça." Isaías 41:10.
A verdadeira fé no cuidado divino é suficiente para desvanecer os temores deste dia, pois pertence-nos a promessa: "Não temas...; Eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel." Isaías 41:14.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

sábado, 18 de agosto de 2012

SE ALGUÉM TEM SEDE

No último dia, o grande dia de festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. João 7:37

O pior lugar do mundo para sentir sede é num deserto. Lembro-me de ter visto fotografias numa revista, mostrando dois casais que tinham ido fazer um piquenique no deserto, em algum ponto do Egipto e se tinham perdido. As primeiras fotografias mostravam os quatro desfrutando o lanche. As fotografias posteriores já revelavam que eles sofriam de sede. A última fotografia, aparentemente tirada pelo último sobrevivente mostrava os outros mortos. A máquina fotográfica e os corpos foram encontrados por uma equipa que os procurava.
Conta-se que antigamente, quando as caravanas de árabes ficavam com pouco suprimento de água, enviavam um cavaleiro adiante à procura de um oásis. Depois de algum tempo, mandavam um segundo cavaleiro atrás dele, e depois um terceiro. Assim que o primeiro homem encontrava água, gritava para aquele que o seguia: "Vem!" Este, por sua vez, gritava para o outro: "Vem!" e o último repetia o convite para a caravana. Assim encorajados, homens e animais prosseguiam na esperança de em breve matarem a sede.
A pior sede do mundo não é uma sede orgânica de água. É sede por aquela água que só Jesus pode dar. Muitos que padecem dessa sede sentem que está a faltar algo, mas não sabem o que é. Necessitam é da água da vida, que Cristo oferece.
Mas já percebeu que, no Seu apelo aos pecadores sedentos, Jesus fala a respeito de si e de mim? Imediatamente após o nosso versículo de hoje, Ele diz: "Rios de água viva correrão do íntimo de todo aquele que crer em Mim." João 7:38 (A Bíblia Viva). Esta expressão inclui-nos, não é verdade?
Como crentes, somos a noiva de Cristo (ver 2 Coríntios 11:2). É por nosso intermédio que Ele distribui a água da vida. Mas essa é uma obra que não podemos fazer sozinhos. É por isso que Apocalipse 22:17 diz: "O Espírito e a noiva dizem: Vem. Aquele que ouve diga: Vem. Aquele que tem sede, venha, e quem quiser receba de graça a água da vida."

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

UM TRABALHO INTERNO

Trocarei os seus corações desobedientes e rebeldes, duros como pedra, por corações de carne, cheios de amor por Mim. Assim vocês obedecerão às Minhas leis. Ezequiel 11:19 e 20 (A Bíblia Viva)

Alguns dos maiores e surpreendentes roubos têm sido aqueles em que os ladrões contam com a ajuda de alguém que trabalha dentro da instituição-alvo. Por exemplo, o funcionário de um banco.
A expressão 'trabalho interno' adquiriu uma conotação pejorativa (nos Estados Unidos) porque ficou associada a actividades criminosas. Mas hoje vamos considerá-la com um significado melhor. Vamos pensar nela como o trabalho que Deus pode efectuar dentro de nós quando permitimos que Ele exerça o controlo total da nossa vida.
Existe uma espécie de religiosidade que apresenta um exterior atraente, mas que não muda o ser interior. Jesus estava a falar desse tipo de religião quando Se dirigiu aos escribas e fariseus: "Vocês são como belos túmulos - cheios de ossos de homens mortos, de podridão e sujeira." Mateus 23:27 (A Bíblia Viva).
O apóstolo Paulo aludiu ao mesmo tipo de religião quando escreveu sobre homens que têm aparência de piedade mas negam o poder dela (ver 2 Timóteo 3:5). As pessoas que praticam esse tipo de religião não são mais do que instrumentos polidos de Satanás.
Quando eu era criança, gostava de ver a minha mãe fazer pão. Um dos ingredientes de que ela necessitava era o fermento. Fermento não é farinha, mas para que ele possa actuar, deve ser misturado à farinha. Só então pode fazer com que o pão cresça.
Assim como o fermento ou a levedura (ver Mateus 13:33), a graça divina é algo que vem de fora de nós. Deus precisa colocá-la no nosso interior para que actue; só então ela produzirá uma mudança permanente no nosso comportamento e nos transformará o carácter. Mas Deus não fará isso sem o nosso consentimento.
Está Deus a falar ao seu coração hoje? Permita que ele faça esse trabalho interno.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

COMO TRATAR UM INIMIGO

Se o seu inimigo estiver com fome, dê-lhe algo para comer; se ele estiver com sede, dê-lhe um pouco de água. Assim, ele ficará arrependido do mal que fez; além disso, o Senhor dará a você a recompensa. Provérbios 25:21 e 22 (A Bíblia Viva)

O soldado japonês típico da Segunda Guerra Mundial ficou lembrado pela sua cruel insensibilidade para com o sofrimento humano. Como ex-prisioneiro, sei disso. Cheguei a compreender, entretanto, que esses homens foram vítimas do sistema satânico sob o qual serviam, pois eram tão indiferentes ao sofrimento dos seus próprios feridos como o eram para com o dos inimigos.
Apesar dessa realidade, havia excepções e nem todos os soldados japoneses eram insensíveis. Recordo-me bem de uma vez em que, já tarde, de noite, um dos nossos guardas foi nas pontas dos pés até às nossas tendas e cuidadosamente cobriu os presos que se tinham descoberto durante o sono. Também soube que o Tenente Tomibe Rokuro, que foi nosso comandante por algum tempo, chorou quando viu como a Kempeitai (polícia secreta) tinha torturado alguns dos nossos homens.
Houve também exemplos de compaixão revelados pelos aliados. Na Tailândia, onde a minha mulher e eu trabalhámos como voluntários de 1990 a 1992, soubémos que um comboio cheio de soldados britânicos, durante a Segunda Guerra, foi desviado para outra linha férrea para uma espera demorada. Os britânicos ouviram os gemidos dos japoneses feridos num comboio próximo. Alguns foram investigar e viram aqueles pobres homens num estado de abandono chocante. Sem dizer palavra, e sob protestos da guarda japonesa, os britânicos repartiram a sua ração e a água, limparam e fizeram curativos nos ferimentos dos japoneses da melhor forma que puderam. Ao saírem, ouviram os agradecidos soldados inimigos dizendo: "Arigato" (muito obrigado).
Um oficial aliado que observava a cena criticou os bons samaritanos por terem "prestado ajuda e dado consolo ao inimigo". Fizeram-no recordar, entretanto, que o Bom Samaritano original ajudara um inimigo (João 4:9; Lucas 10:33) e, assim, por que razão não poderiam eles fazer a mesma coisa?
Se alguém o considera um inimigo, trate-o com bondade cristã. Esses actos de amor farão com que a consciência dessa pessoa 'fique a arder' e o seu comportamento se modifique - mas não conte com isso, pois não deve ser esse o motivo de fazermos o bem aos nossos inimigos. Devemos fazer o bem porque somos seguidores de Cristo e porque foi assim que Ele agiu.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

PAGUE O MAL COM O BEM

Não pagando mal por mal, ou injúria por injúria, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados. Pedro 3:9

Li pela primeira vez acerca de Jacob de Shazer no jornal San Francisco Chronicle, no fim de 1945 ou no início de 1946. Foi apenas alguns meses depois da minha libertação do campo de concentração nas Filipinas.
Shazer era um dos participantes dos ataques de surpresa sobre o Japão, no dia 18 de Abril de 1942. Durante o ataque, o avião de Shazer foi atingido por fogo antiaéreo. Ele foi forçado a accionar o ejector e acabou por ser capturado. Em terra, viu dois dos seus companheiros serem executados por um pelotão de fuzilamento. Teve a certeza de que seria executado também, mas parecia que Deus tinha outros planos para ele.
Na ocasião em que foi capturado, Shazer era ateu, mas durante os meses passados na prisão começou a ponderar e a querer descobrir a razão por que odiava os seus captores e por que eles o odiavam. Ao buscar respostas, procurou recordar-se do que tinha aprendido sobre o cristianismo. Um dia, ele pediu aos guardas uma Bíblia. Inicialmente eles se riram, mas em Maio de 1944 um dos guardas atirou-lhe com uma Bíblia dizendo que podia ficar com ela durante três semanas no máximo.
Conforme tinha dito, três semanas depois o guarda pegou na Bíblia de volta, mas naquele período de tempo a vida de Shazer mudara. Lembra-me de ter lido no jornal a notícia de que ele pretendia voltar ao Japão como missionário. A decisão dele influenciou-me a desejar ir também para o Japão como missionário, mas Deus tinha outros planos. No caso de Shazer, entretanto, isso aconteceu e ele partiu em 1948. Ao fazê-lo, retribuiu com o bem o mal que lhe tinham causado. Mostrou o genuíno espírito de um cristão.
Embora eu possa dizer com sinceridade que nunca odiei os japoneses, não posso afirmar que os tenha amado activamente enquanto estive no campo de concentração. Com Cristo foi diferente. Ele amou todos com "amor eterno" (Jeremias 31:3), até mesmo aqueles que O amaldiçoaram, maltrataram e crucificaram (ver Lucas 23:34). A Sua vida e morte são um exemplo vivo de como devemos portar-nos em relação àqueles que nos maltratam (ver Mateus 5:44).
"Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus." Filipenses 2:5.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

SUPORTANDO PRISÃO INJUSTA

Você dará vista aos cegos, e dará liberdade aos que vivem prisioneiros na escuridão e no desespero. Isaías 42:7 (A Bíblia Viva)

Não há muito tempo, estava a assistir ao noticiário da noite na televisão e vi dois homens libertados da penitenciária, que tinham passado 17 anos atrás das grades por um assassínio que não tinham cometido. Depois de ter sido declarado inocente, um deles exclamou: "Dezassete anos da minha vida desperdiçados!" Não era necessário.
Na antiga União Soviética, milhões de pessoas inocentes foram enviadas para os campos de trabalho forçado na Sibéria e incontáveis milhares internados em manicómios por 'crimes' contra o Estado - como, por exemplo, queixar-se de condições intoleráveis de vida. Alguns até foram drogados, para lhes debilitarem a força de vontade.
Não esperamos que notícias desse tipo existam numa sociedade livre - mas existem. Há vários anos atrás, uma senhora foi injustamente internada num Hospital para doentes mentais, pelos próprios familiares mesquinhos. Algumas ter-se-iam entregue ao desespero - mas não aquela senhora! Preste atenção às corajosas palavras que ela escreveu na sua cela da prisão:
"Uma voz 'mansa e delicada' assegura-me que as orações em meu favor serão atendidas. Há uma linguagem mais forte que as palavras e, quanto mais me apoio no amor divino, mais condições tenho de a entender. Apego-me à certeza de que aquilo que é a vontade de Deus, não pode estar fora do lugar. O poder do homem poderia ter-me dado liberdade física há bastante tempo, mas todo o bem que há em mim deve ser inteiramente provado, e testada a sua profundidade e genuinidade... Talvez aqueles que se encontrem fisicamente livres não estejam a experimentar a alegria que sinto neste aparente confinamento. Aqui dentro, tenho aprendido quão responsáveis somos pela medida de alegria ou pela falta dela que temos na nossa vida."
Paredes de pedra não fazem uma prisão,
Nem barras de ferro uma cela;
Mentes calmas e inocentes
Fazem delas um local de retiro.
Frequentemente, nós, os que nos encontrávamos no campo de concentração japonês, costumávamos recitar essas linhas escritas pelo poeta inglês Richard Lovelace. Nem você nem eu sabemos o que é que o futuro nos reserva, mas uma mente fortalecida pela presença divina pode suportar qualquer tipo de prisão.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

DEVOÇÃO OU FORMALISMO

Este povo honra-Me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de Mim. S. Mateus 15:8

Viajava, certa vez, Mahatma Gandhi (1869-1948), o pranteado líder hindu, numa carruagem de terceira classe, num combóio na Índia. Apesar da sua popularidade, ninguém entre os que o acompanhavam o reconheceu.
Um passageiro, durante a viagem, demonstrando desconsideração para com os demais, cuspia constantemente no chão. Gandhi serenamente o exortou, destacando o perigo que aquele mau hábito poderia significar para a saúde dos outros passageiros. O homem irritou-se e respondeu com exasperação:
- Não se meta na minha vida. Quem é o senhor para pretender corrigir-me?
Depois desta exacerbada reacção, continuou cuspindo indiferente aos escrúpulos dos demais. E Gandhi silenciou.
Pouco depois aquele homem, tomando o seu violão, começou a cantar uma música popular em honra a Gandhi. Na estação em que ia desembarcar, havia uma multidão reunida para receber um ilustre visitante. Logo aquele homem percebeu que a pessoa a quem havia molestado com o seu hábito anti-higiénico, outro não era senão o festejado herói nacional. Prostrando-se diante de Ghandi, suplicou que lhe perdoasse.
- Não tenho de que perdoar-lhe. - respondeu o grande líder. - Mas vejo que a sua apreciação é hipócrita, uma vez que canta canções em meu louvor e não pratica as minhas lições.
Este incidente na vida de Gandhi traz à lembrança as palavras de Isaías: "Este povo se aproxima de Mim, e... com os seus lábios Me honra, mas o seu coração se afasta para longe de Mim." (Isaías 29:13). Pretendendo cultuar a fé dos seus maiores, os habitantes de Jerusalém desconheciam a Deus. As suas actividades religiosas não passavam de ritos vazios e cerimónias destituídas de relevância espiritual. Honravam a Deus com os seus lábios, mas sentiam-se atraídos pelo culto a outros deuses.
Jesus aplicou as mesmas palavras do profeta Isaías aos 'religiosos' dos seus dias, (Marcos 7:6) e acusou-os de "hipócritas", pois apesar de revestidos de verniz espiritual, tinham o coração distante do Senhor.
Em matéria religiosa, Deus considera principalmente as intenções do coração. Os olhos do Senhor penetram os mais escondidos recessos do nosso ser. Ele sonda o nosso coração e conhece quando Lhe prestamos um culto sincero, ungido de devoção e fervor.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

domingo, 12 de agosto de 2012

VINGANÇA COM CLASSE

Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem, entre vós, e para com todos. 1 Tessalonicenses 5:15

Certo dia, um oficial do exército bateu num jovem soldado que era conhecido por praticar artes marciais. Um golpe era justificado, mas os regulamentos militares proibiam o revide; além disso, o rapaz era cristão.
- O senhor ainda se vai arrepender disto - comentou o soldado com um sorriso.
Algum tempo depois, a companhia daquele soldado estava envolvida numa feroz batalha, quando ele viu um oficial ferido tentando desesperadamente arrastar-se para a trincheira. O jovem soldado reconheceu-o como o oficial que o tinha agredido. Arriscando a própria vida, foi em auxílio do homem ferido e ajudou-o a ir a um posto de primeiros socorros.
Enquanto o oficial jazia no chão, esperando que os médicos o atendessem, pegou na mão do soldado, gaguejou um pedido de desculpa e expressou-lhe gratidão. Apertando a mão do oficial, o jovem soldado fez um sorriso amigável e disse: "Eu tinha a certeza de que algum dia o senhor se arrependeria." Dali em diante, os dois tornaram-se os melhores amigos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Desmond T. Doss, um soldado cristão não-combatente, foi ridicularizado por causa da sua fé, até mesmo por alguns dos oficiais. Durante a campanha de Okinawa, um daqueles oficiais foi gravemente ferido. Doss também arriscou a vida para o salvar.
Salvou igualmente a vida de muitos outros homens feridos, alguns dos quais que anteriormente tinham troçado dele. Em reconhecimento pela sua coragem, uma nação grata concedeu-lhe a Medalha de Honra do Congresso, a mais alta condecoração por bravura outorgada pelos Estados Unidos - e a primeira dessas medalhas a ser dada a um não-combatente.
Aqueles que permanecem fiéis aos princípios cristãos, nem sempre são reconhecidos e honrados por sociedades terrestres. Mas não é com isso, afinal de contas, que o cristianismo se preocupa. Um cristão vive por princípio, e não importa quão cruelmente seja tratado pelos seus semelhantes; ele procura maneiras de pagar o mal com o bem.
Hoje, como soldado da cruz, procure maneiras de fazer o bem àqueles que talvez não o apreciem.

Pode ver em 9I - Desmond Doss, Valoroso Médico

E ainda em: http://bogiecinema.blogspot.pt/2012/05/randall-wallace-realiza-filme-sobre.html

sábado, 11 de agosto de 2012

OS PERIGOS DOS CARGOS ELEVADOS

Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso. 2 Crónicas 26:16

Durante a maior parte da sua vida, o rei Uzias "fez o que era recto aos olhos do Senhor" (2 Crónicas 26:4), mas "havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína". Como ele era rei, achou que também podia exercer as funções de sacerdote. Assim, "entrou no templo... para queimar incenso", apesar dos protestos dos sacerdotes. Como consequência, foi atingido pela lepra (versos 16,19 e 20).
Quando a nossa família morava no Estado de Maryland, havia muitos carvalhos nos terrenos vizinhos. Certa manhã, depois de um temporal muito forte com raios, encontrámos um carvalho gigantesco que foi derrubado pelo vento. Bloqueava o nosso caminho para o trabalho e tivemos de fazer um desvio. Olhando para aquela árvore, vimos que, apesar da sua majestosa aparência, ela estava podre por dentro. O que era verdade acerca do carvalho é frequentemente verdade acerca de pessoas - mesmo em elevadas posições.
Mas nem todas as árvores que caem durante um temporal, vão abaixo porque estão podres por dentro. No campo de concentração Holmes havia um pinheiro perfeitamente saudável. Certa noite, durante um terrível tufão, ele foi arrancado pela raiz e atirado por cima da oficina do presídio. Foi cair do outro lado, sem ter tocado no tecto da oficina. Enquanto inspeccionava a área próxima, descobri que aquela não fora a única árvore derrubada. Numa região mais alta da montanha, onde os ventos tinham sido ainda mais fortes, muitas outras árvores tinham sido arrancadas pela tormenta.
Não é surpreendente descobrir essa verdade no mundo natural. Mas às vezes esquecemo-nos de que o mesmo acontece igualmente no domínio espiritual. "No vale da humilhação, onde os homens dependem de Deus para serem ensinados e guiados em cada passo, há relativa segurança. Mas os homens que se plantam, por assim dizer, num elevado pináculo, e que, por causa da sua posição, presumem possuir grande sabedoria - esses estão no maior perigo. A não ser que esses homens confiem em Deus, seguramente cairão." - Profetas e Reis, pág. 60.
Este é um bom conselho para todos nós.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

CRIE RAÍZES PROFUNDAS

E agora, assim como vocês confiaram em Cristo como Salvador, confiem n'Ele também para os problemas de cada dia; vivam em união vital com Ele. Deixem que as raízes de vocês se aprofundem n'Ele e extraiam d'Ele a nutrição. Cuidem de continuar a crescer no Senhor, e tornem-se fortes e vigorosos na verdade. Colossenses 2:6 e 7 (A Bíblia Viva)

Uma árvore absorve água e nutrição através das suas raízes. Por meio de inumeráveis apófises e filamentos, cada ramificação do sistema de raízes aumenta a superfície absorvente. Essas minúsculas raízes são cobertas por uma espécie de 'pele' especialmente designada pelo Criador para absorver os elementos vitais dissolvidos na água, assim como um mata-borrão absorve a tinta.
Algumas árvores não só tiram do solo a humidade e nutrientes para o seu crescimento, mas também os guardam para uso futuro. Há uma árvore, na ilha de Madagáscar, que desenvolve protuberâncias parecidas com uma salsicha para servirem de reservatórios, retendo água para a árvore durante a estação seca.
Embora não passe de um arbusto, a tamargueira leva a sua raiz principal a uma profundidade de 30 metros! Por outro lado, um cacto gigante pode levar a sua raiz principal a apenas um metro, mas suplementa-a com um sistema de raízes que se espalham horizontalmente até uns 27 metros em todas as direcções. Ambos os sistemas procuram humidade e nutrientes. Calcula-se que um único tufo de relva de Kentucky lance na sua fase de desenvolvimento mais de 80 000 pequenas raízes, às quais se ligam um milhão de pêlos radiculares.
É só mediante o seu sistema radicular que uma planta pode absorver os elementos essenciais necessários para a vida e o crescimento. O mesmo ocorre na vida cristã. Recebemos vida espiritual de Cristo quando nascemos de novo. Isso é Justificação. Mas não paramos aí. Crescemos em Cristo. Isso é Santificação. Esse processo resulta numa transformação do carácter, que continua enquanto durar a vida.
O crescimento na vida espiritual não é algo que realizemos por nós mesmos. É obtido mediante o viver de Cristo em nós (ver João 15:4-7). Cristo efectua em nós o querer e o realizar, segundo a Sua boa vontade.
À medida que cavarmos na Palavra de Deus, as suas raízes espirituais se aprofundarão. E ao fazê-lo, encontraremos a água da vida e a nutrição espiritual, trazendo vitalidade e crescimento para a nossa alma.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O PODER DA INFLUÊNCIA DE UM PAI

Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e os farás saber a teus filhos. Deuteronómio 4:9.

Há alguns anos atrás, cinco rapazes da Pensilvânia saíram de casa e partiram para o Noroeste dos Estados Unidos para começarem uma vida independente. Quando chegaram, descobriram liberdades que nunca tinham conhecido. As tentações eram inúmeras por todo o lado. Encontraram emprego, ganharam dinheiro e depois de alguns anos voltaram para a casa paterna. Quatro deles, depois dessa experiência, voltaram muito piores espiritualmente. Mas um estava diferente. Voltou física, mental e espiritualmente mais forte. Quando lhe perguntaram como tinha conseguido não seguir o caminho dos outros, respondeu:"Porque levei uma fotografia comigo."
Talvez esteja a imaginar que foi a fotografia da noiva que ele deixara na Pensilvânia. Mas não. Contou ele:
"Foi a fotografia da minha última manhã em casa. Estávamos todos sentados à volta da mesa, na hora do pequeno almoço; o meu pai numa extremidade, a minha mãe na outra e nós, os filhos, à volta. Não conversámos muito naquela manhã. Todos entendíamos que o círculo familiar se estava a romper.
"Depois do pequeno almoço o meu pai pegou a velha Bíblia da família, como era seu costume, e começou a ler. Não conseguiu ler muito. A sua voz falhou e ele não pôde continuar. Então ajoelhámo-nos para a oração, e mais uma vez a voz dele falhou. Foi essa a fotografia mental que me impediu de cair nos maus caminhos. Durante o tempo em que estive fora, não pude suportar o pensamento de fazer o coração do meu pai sofrer.
"O lar onde cresci foi um lar feliz. Embora a influência da minha mãe tenha sido profunda, a influência mais poderosa sobre a minha vida foi a do meu pai. Os pais que arranjam tempo para ensinar aos seus filhos os factos da vida - antes que eles absorvam ideias pervertidas na sarjeta - semeiam coisas boas no solo da mente e dão o melhor aos seus filhos."
Conhecendo os factos correctos, os jovens assim instruídos terão condições para tomar decisões acertadas, decisões que os colocarão em posição vantajosa nos anos futuros. Se usarem ou não essas instruções da melhor maneira, isso é outra questão. Muito embora essas orientações não possam garantir o sucesso, elas reforçam a possibilidade de que o resultado seja favorável.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

INFLUÊNCIA MATERNA

Filho meu: ouve a instrução de teu pai, e não deixes a doutrina de tua mãe. Provérbios 1:8

Eu tinha 20 anos de idade na Primavera de 1944, quando Herbie Swick e Richie Green escaparam do nosso campo de concentração japonês para se unirem a forças guerrilheiras. Sempre realista, eu achava que, quando os Americanos chegassem para libertar os prisioneiros, os nossos captores matariam aqueles entre nós que tivessem idade para serviço militar, a fim de evitar que nos tornássemos soldados contra eles. Assim, pouco depois de Swick e Green terem escapado, aproximei-me de Sonny Woodson, que conhecia bem o país, e começámos a fazer planos para fugir.
Descobrimos que podíamos escapar da prisão arrastando-nos através das valas do esgoto atrás das barracas dos homens. Preparámos secretamente as mochilas e começámos a guardar porções da nossa ração de arroz. O grande problema eram as botas. Depois de dois anos e meio na prisão, os nossos sapatos estavam em frangalhos. Mas Sonny teve uma ideia. Havia homens que, antes da guerra, tinham trabalhado em minas de ouro. Tinham botas boas, e Sonny convenceu-os a 'emprestarem-nos' as botas para uma peça humorística que nós, os jovens, apresentaríamos.
A hora da nossa fuga foi marcada para as 11 da noite de 10 de Setembro de 1944. Até algumas horas antes da partida, tínhamos mantido segredo absoluto. Mas pouco depois da chamada que era feita todas as noites, fui despedir-me da minha mãe. Eu achava que ela ficaria aliviada. Em vez disso, ela olhou-me dentro dos olhos e disse: "Se fores, os japoneses vão matar o teu pai e o teu irmão. Não vás!"
Quando ouvi aquilo, entendi que não poderia ir. Ter de contar ao meu amigo que eu já não iria, foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz na vida. E como eu não ia, Sonny decidiu também não fugir.
Trinta e dois anos mais tarde, encontrei-me com Herbie numa reunião de ex-internos em São Francisco. Contei-lhe acerca dos nossos planos de fazer parte do seu grupo guerrilheiro e perguntei-lhe quais teriam sido as nossas chances caso tivéssemos escapado do campo de concentração. "Vocês simplesmente não teriam tido chance", respondeu ele. "Nós teríamos atirado em vocês, porque não tinham feito uma comunicação prévia com a guerrilha. Quando Richie e eu escapámos, nós já tinhamos mantido essa comunicação antecipada e obtido permissão."
Se não fosse a forte influência moral da minha mãe sobre mim, possivelmente eu não estaria vivo hoje. As mães exercem uma poderosa influência sobre os seus filhos. Que seja sempre ao lado de Deus.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A SENTINELA ADORMECIDA

Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da Minha boca ouvirás a palavra, e os avisarás da Minha parte. Ezequiel 3:17

É responsabilidade da sentinela permanecer alerta e fazer soar o alarme se vir aproximar-se o inimigo. Como a vida de muitos soldados seus companheiros, depende da sua vigília, o castigo por dormir no posto do dever era a morte diante do pelotão de fuzilamento.
Certa noite, após a Batalha de Arcole (15 a 17 de Novembro de 1796), Napoleão Bonaparte fez uma ronda por todos os postos de sentinela do acampamento e viu que um dos atalaias dormia. Retirando cuidadosamente a arma do vigia sem o despertar, o general assumiu o dever de sentinela até quase ao momento da chegada do substituto. Perto do fim do seu período de vigia, o soldado acordou. Horrorizado por ver o general cumprir no seu lugar o dever do qual tinha sido encarregado, e sabendo que o castigo por dormir no posto do dever era a morte, exclamou:
- Sou um homem perdido!
- Tem calma - cochichou Napoleão, devolvendo-lhe a arma. - O segredo fica entre mim e ti.
No grande conflito invisível das forças do Bem e do Mal, o nosso Divino Comandante encarregou-nos da responsabilidade de fazer soar a advertência se virmos aproximar-se o inimigo. Na metáfora utilizada no nosso texto, Deus diz:
Quando Eu disser ao pecador: Estás condenado à morte!, se não lhe entregares a Minha mensagem, se não mostrares que ele precisa de mudar de vida para ser salvo, ele será castigado com a morte por causa dos seus pecados. Mas tu serás castigado também; terás de prestar contas diante de Mim pela vida daquela pessoa. No entanto, quando avisares o pecador e ele não se arrepender dos seus pecados e desobediências, ele será castigado com a morte por causa dos seus pecados, mas tu não serás culpado - fizeste o que podias para ajudar. (Ezequiel 3:18 e 19).
A responsabilidade do cristão é solene. Se "é certo que não dormita nem dorme o guarda de Israel" (Salmo 121:4), se por compaixão Ele mantém vigília em nosso lugar, e nos perdoa a negligência, isso não é motivo para abusar da Sua misericórdia.
Pela graça de Deus, façamos tudo o que for possível para despertar, de modo nítido e cativante, aqueles que estão a viver vida pecaminosa, em perigo de condenação eterna. Se cumprirmos a nossa parte, ouviremos no fim as palavras "Bem está", proferidas pelo Capitão da nossa salvação.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

COMO LIDAR COM A TRAGÉDIA

Então Ele... disse (a Paulo): a Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. 2 Coríntios 12:9

Em Setembro de 1858, Henry Fawcett, um rapaz inglês de 20 anos, ficou cego de ambos os olhos quando o seu pai, acidentalmente, disparou a espingarda enquanto caçavam.
Antes da tragédia, Henry era um rapaz inteligente, ambicioso e com um grande futuro diante de si. Depois do acidente, encheu-se de desespero. Mas houve uma coisa que o salvou. Amava profundamente o seu pai e sabia que este ficara quase louco por causa do que acontecera ao filho. A única forma que Henry encontrou de preservar a sanidade mental do pai foi optar por esperança em vez de desespero. Fingia estar alegre, quando na realidade não estava. Fingia ter interesse na vida, quando na verdade queria era desistir de tudo. Quando o desespero lhe oprimia o coração, Henry fazia de conta que tinha esperança de ainda poder ser um cidadão útil.
Então aconteceu algo estranho. O fingimento tornou-se realidade! Foi como se, por um acto da vontade, Henry tivesse exorcizado um espírito mau. Prosseguiu a carreira que tinha escolhido, foi eleito para o Parlamento e mais tarde, a pedido do primeiro-ministro Gladstone, foi encarregado da chefia do sistema postal e telegráfico britânico. Nesse cargo, Henry foi o responsável por significativos melhoramentos no serviço postal e telegráfico do seu país.
Nos versículos que precedem o texto para a meditação de hoje, o apóstolo Paulo fala de "um espinho na carne". 2 Coríntios 12:7. Ele não conta que espinho era esse, mas os estudiosos da Bíblia têm concluído que tinha a ver com o seu sentido da visão porque numa outra passagem ele diz: "Se possível fora, teríeis arrancado os vossos próprios olhos para mos dar" e mais adiante, na mesma epístola, diz: "vede com que letras grandes vos escrevi do meu próprio punho." Gálatas 4:15 e 6:11.
Talvez seja bom não sabermos qual era o espinho na carne de Paulo, pois há tragédias ainda piores do que a perda da visão - como ficar tetraplégico, por exemplo. Mas é maravilhoso o facto de que, ao assumirmos uma atitude positiva, a graça de Deus poder capacitar-nos a triunfar sobre a tragédia.

MORS SOLA

Não mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem. S. Mateus 19:6.

Nesta primavera, enquanto escrevo, num arbusto junto à janela da sala de jantar, em nossa casa, um casal de pássaros construiu um ninho. De dentro de casa acompanhamos as actividades do macho e da fêmea, primeiramente construindo um abrigo para depositarem os ovos, e depois criando os seus filhotes. Quando nos aproximamos, percebemos a irritação da mãe e a sua disposição de sacrificar até a própria vida em defesa do ninho e da sua prole. Estamos nós, igualmente, dispostos a defender a Instituição da Família, criada no Éden por Deus, com a mesma determinação?
A data que hoje transcorre, - 3 de Fevereiro - tem para minha esposa e eu um significado especial. Neste dia de 1990, celebramos 42 anos de experiência conjugal. E somos imensamente gratos a Deus pela Instituição da Família e pelas lutas e triunfos alcançados durante estes anos. Quantas coisas aprendemos um do outro ao longo deste período! Um tímido afecto inicial, com o transcurso do tempo transformou-se num sólido relacionamento de amor.
Guardo ainda vívida na memória a lembrança do momento quando, vivendo grandes emoções, comparecemos diante do altar para receber a bênção divina sobre a nossa união. Assumíamos, então, diante de Deus e de muitas testemunhas, a solene decisão de palmilhar juntos a acidentada estrada da vida, partilhando nossos sonhos e aspirações. Tudo o que pertencia à minha esposa passou a pertencer-me também, e vice-versa. Até os anseios do seu coração passaram a ser meus também. E nestes 42 anos de convivência matrimonial, temos desfrutado uma felicidade irradiante, que afecta cada aspecto da nossa vida.
Enquanto ministrava a cerimónia do nosso matrimónio, disse o ministro oficiante: "Não penseis, nesta hora de sonhos e encantos, somente nas alegrias e ilusões da vida que hoje juntos iniciais; pensai também nas lutas, deveres e responsabilidades, que implica a experiência matrimonial. Crede, porém, que Deus vosso Pai vos ajudará, para que sejais vitoriosos em tudo." Foram tão certas, as palavras do pastor! "Lutas, deveres e responsabilidades," mas o Senhor esteve connosco durante estes quantenta e dois anos.
Quando João Vasa foi condenado à prisão perpétua pelo rei da Suécia, a sua esposa rogou ao rei que a deixasse partilhar com o esposo a sua sorte. "Impossível", disse-lhe o rei. Então, a valorosa esposa tirou do dedo a aliança e mostrou ao rei as palavras gravadas: Mors Sola - unicamente a morte. Tocado por tal lealdade, o rei permitiu-lhe que acompanhasse o esposo no seu infortúnio.
Mors Sola, eis o lema que deveria inspirar-nos na preservação dos vínculos indissolúveis do casamento.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

domingo, 5 de agosto de 2012

CONTA AS BÊNÇÃOS

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda a sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. Efésios 1:3.

Alguém já lhe disse, com entusiasmo, a frase: "Conte as suas bençãos"? As pessoas que o fazem querem ajudar, mas é preciso admitir que às vezes, quando me dizem isso, a mim, me é difícil seguir o conselho. Talvez você já tenha tido a mesma experiência. Só que, como sabe, há um modo diferente de encarar as coisas.
O nosso versículo fala de 'bençãos espirituais' (não materiais), e é com elas que Deus garante ter-nos abençoado. Assim, embora seja agradável desfrutar bençãos materiais, é muito mais importante reconhecer e contar as nossas bençãos espirituais.
Outro dia, eu estava a consertar qualquer coisa com a minha mulher, quando um pequeno mas importante parafuso me escorregou da mão e caiu. Como a cor do parafuso era muito parecido com a da carpete, não consegui encontrá-lo. Fiquei frustrado. Então, repentinamente, tive uma ideia brilhante. Procurei um íman, passei-o sobre a carpete e em pouco tempo encontrei o tal parafuso.
Da próxima vez que eu achar difícil contar as minhas bençãos, vou colocar em acção o meu 'íman espiritual' - "o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (Filipenses 2:5), "O qual em troca da alegria que Lhe estava proposta (a sua salvação e a minha), suportou a cruz". Hebreus 12:2. Já imaginou alguém encontrar alegria numa cruz? Jesus encontrou, porque estava a olhar adiante dela - para si e para mim.
A falta de bençãos materiais pode cegar-nos para as espirituais que estão diante de nós. É desnecessario dizer que a "'disciplina', com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria". Mas nunca nos esqueçamos de que "depois... produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça". Hebreus 12:11.
Assim, aprenda a olhar além do presente imediato e procure ver as bençãos espirituais que seguramente virão, se aceitar, com o devido espírito, a aparente ausência de bençãos no momento.

sábado, 4 de agosto de 2012

LÁGRIMAS

Jesus chorou. João 11:35

Este é o versículo mais curto da Bíblia, mas que nos dá um vislumbre da humanidade do nosso Salvador!
Recentemente li um artigo que demonstrava que as análises químicas das lágrimas têm revelado que elas contêm pequeninas quantidades de produtos rejeitados pelo cérebro. Crê-se que esses produtos resultam de certos estados emocionais: raiva, medo, choque resultante de tristeza repentina, um lindo casamento e assim por diante.
O Dr. Sandor Feldman, professor-associado de psiquiatria da Universidade de Rochester, concluiu baseado num estudo recente que fez sobre as lágrimas, que ninguém chora de alegria pura - atrás das supostas lágrimas de alegria, há sempre um elemento oculto de tristeza.
Os soldados, ou pelo menos os oficiais comandantes, não devem chorar. É o que se espera deles. Mas no seu livro They Fought Alone (Eles Lutaram Sozinhos), o autor John Keats conta como o Coronel Wendell W. Fertig, lider das forças aliadas da Resistência na ilha de Mindanau, nas Filipinas, começou a chorar repentinamente quando o seu barco se aproximou da praia em Tangub e ouviu as pessoas cantar "Além do Arco-Íris", uma canção popular na altura. A canção, de alguma forma, fez com que ele se lembrasse da sua esposa e filhos dos quais estava separado desde que eles tinham sido mandados de volta para a América antes da eclosão da guerra.
Algumas pessoas parecem incapazes de chorar - o meu pai e a minha mulher, por exemplo. Uma vez vi o meu pai chorar, mas só por alguns segundos. Foi quando a minha irmã mais nova faleceu. No funeral, dirigido por ele, o meu pai permaneceu completamente estóico e de olhos secos. Eu nunca vi a minha mulher chorar, mas esta manhã, enquanto discutia o texto de hoje com ela, fiquei a saber pela primeira vez que ela chora ocasionalmente, sim - em particular, quando está a ler uma história que a emociona, por exemplo. Em geral, quando começamos a envelhecer, parece que temos menos controlo sobre as nossas lágrimas.
Fico contente por Jesus ter chorado. Não posso deixar de crer que, após o juízo final, quando os perdidos forem postos no lago de fogo, Deus chorará, pois não tem prazer na morte do ímpio (Ezequiel 33:11). A Bíblia declara que, quando o reino do pecado se acabar, Deus enxugará dos olhos toda a lágrima (Apocalipse 21:4) - inclusive as d'Ele, estou certo.

Pode ouvir a canção Além do Arco-Íris nos Links 7M

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

LIBERDADE DA PRISÃO ESPIRITUAL

Estava... preso e fostes ver-me. ...Em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes. Mateus 25:36 e 40.

No seu livro Just for Today (Por Hoje Só), James Keller conta como numa tarde de Janeiro de 1951, Sakuichi Yamada, uma rapariguinha japonesa cristã, se aproximou do superintendente da penitenciária numa pequena cidade do Japão. Entregou-lhe um pacotinho que trazia o endereço dela como remetente, e pediu que ele o entregasse a um certo criminoso condenado. Depois saiu em silêncio.
O pacote continha livros cristãos e uma confortadora carta dela. A carta concluía com estas palavras: "Aos olhos de Deus, um criminoso é Seu filho." E a assinatura era, simplesmente: "Uma estudante." O superintendente da prisão entregou o pacote a um assassino que tinha sido condenado à morte por ter eliminado uma família de três pessoas. Quando o sentenciado leu os livros e a carta, ficou profundamente emocionado e escreveu a Yamada. Confessou-se como sendo um criminoso endurecido e reconheceu que tinha medo de morrer, mas que desde a leitura dos livros e da carta o seu receio tinha diminuído notavelmente.
Concluiu a carta dizendo: "Quão grande é a misericórdia de Deus para comigo, este pecador. ... Que Deus a abençoe."
Posso sentir pelo menos um certo grau de empatia para com esse presidiário no corredor da morte, pois passei 37 meses como prisioneiro, enfrentando a possibilidade de ser morto. Durante aqueles três anos, a nossa família não recebeu nenhuma correspondência com excepção de uma carta do meu tio Ira. Chegou às nossas mãos mais de um ano depois de ter sido posta no correio. Ainda guardo aquela carta. Que consolo saber que não tínhamos sido esquecidos, que alguém se preocupava connosco!
Ser privado da liberdade é muito mau, mas estar encarcerado na prisão do pecado é ainda pior. Foi especialmente para esses encarcerados que Jesus dirigiu as palavras do primeiro sermão que pregou: "O Espírito do Senhor ... Me ungiu para... proclamar liberdade aos cativos." Lucas 4:18.
Se o Espírito Santo o impressionasse a seguir o exemplo de Yamada, obedeceria?

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

ELE PODE SALVAR

Por isso também (Cristo) pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Hebreus 7:25.

Abraão é considerado o pai dos fiéis (ver Gálatas 3:7-9), não porque nunca tenha duvidado das promessas de Deus, mas porque venceu as suas dúvidas e atingiu o ponto em que "não duvidou da promessa de Deus por incredulidade; mas, pela fé, fortaleceu-se... estando plenamente convicto de que Ele era poderoso para cumprir o que prometera". Romanos 4:20 e 21.
Já foi tentado a pensar que Deus foi capaz de cumprir as Suas promessas a Abraão e a outros homens de valor da antiguidade, mas por alguma razão não pode ou não deseja cumpri-las para com os Seus filhos na época actual - para si, por exemplo?
Quando um amigo meu se levantou, certa manhã, descobriu uma pequena placa que a mulher tinha colocado sobre a escrivaninha. Nela estavam escritas estas palavras: "Ele pode." Só duas palavras, mas muito encorajadoras! As palavras, tiradas do nosso versículo, garantem que Deus pode (tempo presente) ajudar-nos. Ele ajudou o Seu povo no passado e pode ajudar-nos agora!
O meu amigo conservou aquela plaquinha na sua mesa de trabalho para recordar que Deus mantém a Sua palavra. Precisamos de imprimir indelevelmente as promessas de Deus na nossa mente e lembrar-nos sempre de que "Deus é... socorro bem presente". Salmo 46:1 - (Itálico acrescentado).
Socorro bem presente não significa que discerniremos sempre imediatamente o cumprimento das promessas de Deus. Significa, sim, que logo que apresentemos as nossas necessidades e reivindiquemos uma promessa que Ele fez, Deus começa a moldar as circunstâncias no sentido de cumprir aquela promessa. Na verdade, antes mesmo que peçamos, Ele com a Sua presciência já começou a agir em nosso favor (Isaías 65:24).
Só nós mesmos podemos frustrar o cumprimento das promessas de Deus, abandonando a fé ou seguindo o nosso próprio caminho egoísta. Quando as nossas orações não são atendidas, devemos esperar com paciência, sabendo que Ele manterá a Sua palavra. Mas isso acontecerá segundo o Seu bom caminho e no tempo certo.
Quão gratos podemos ser porque "o nosso Deus, a quem servimos, ... nos livrará". Daniel 3:17.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

UMA SEGUNDA OPORTUNIDADE

Naquele dia o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o restante do Seu povo, que for deixado. Isaías 11:11

Na batalha de Bunker Hill, travada no dia 17 de Junho de 1775, as forças sob o comando do Coronel William Prescott revelaram grande bravura diante dos soldados britânicos. Assim, quando Prescott ordenou que os seus homens oontinuassem a lutar até se ver o branco dos seus olhos, muitos foram obedientes até à morte. Mas nem todos os americanos tiveram tanta coragem naquele dia. Depois da batalha, o Capitão John Callender, da milícia de Massachusetts, foi acusado de "covardia diante do inimigo".
Depois de George Washington ter assumido o comando do Exército Continental em Cambridge, Estado de Massachusetts, no dia 3 de Junho de 1775, um dos seus primeiros actos foi enviar o Capitão Callender à corte marcial. No fim daquela desagradável circunstância, Callender foi expulso do exército, passando par uma grande vergonha.
Mas não acabou aqui a história. Callender alistou-se novamente como soldado raso e, um ano mais tarde, durante a perigosa retirada de Washington após a Batalha de Long Island, demonstrou uma coragem tal que o General revogou publicamente a sentença e restituiu-lhe a posição de oficial no seu exército.
Quando deixamos de corresponder às expectativas do Divino Comandante na batalha contra as forças do mal, podemos dar graças porque Ele não nos rejeita. Embora Jesus não possa permitir "covardia diante do inimigo", Ele conserva a esperança. Se humildemente reconhecermos a responsabilidade pelos nossos erros, aceitando uma posição inferior se necessário, Ele perdoa-nos e aceita-nos de novo no Seu exército.
O nosso versículo para meditação refere-se à experiência do povo escolhido de Deus nos tempos do Antigo Testamento. Depois de vergonhosos episódios e apostasia precedidos de advertências, Deus finalmente permitiu que o Seu povo fosse levado cativo para a Babilónia.
Durante os 70 anos seguintes, o povo judeu parecia abandonado. Na realidade, porém, Deus estava simplesmente a permitir que a experiência amarga mostrasse ao povo a insensatez dos seus próprios caminhos.
No meio das dolorosas consequências dos nossos erros, é nosso privilégio atender ao chamado de Deus e renovar a nossa fidelidade para com Ele.