sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A UTILIDADE DA ADVERSIDADE

Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos. Pelo que o Senhor trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam a Manassés... e o levaram a Babilónia. Ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais; fez-Lhe oração, e Deus se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica. 2 Crónicas 33:10-13

A noz da palmeira-do-vinho, nativa nos trópicos, leva três anos para se desenvolver, e às vezes não chega a brotar. Vários métodos foram tentados para diminuir o tempo de germinação. Descobriu-se, por exemplo, que se uma semente é imergida na água até inchar e depois seca, nunca germinará. Mas se for submetida ao congelamento durante alguns dias, depois descongelada em água quente, e a seguir imersa em água durante 10 horas, ela brotará e se desenvolverá em poucos meses. O duro tratamento na verdade demonstra-se benéfico.
Manassés, filho de Ezequias, deixou de aprender a dependência de Deus e a obediência à Sua vontade numa época de prosperidade temporal. Mas sob o cruel tratamento dos seus captores assírios, o conhecimento de Deus, que jazia dormente quase uma vida inteira, por fim germinou e produziu os frutos da justiça.
A experiência de Sansão foi semelhante. Nascido para livrar o seu povo da opressão dos filisteus, ele deixou de cultivar o tipo de dependência de Deus que deveria ter caracterizado a sua vida. Entretanto, fustigado pela adversidade, privado da sua grande força, da sua liberdade e da sua visão, ele diligentemente procurou e descobriu que Deus é a fonte de todo o poder (ver Juízes 16:21-28; Hebreus ll:32 e 33).
Quando Deus criou o homem, não tencionava que a adversidade fosse necessária para o desenvolvimento de um carácter justo. Em vez disso, Ele colocou os nossos primeiros pais num belo jardim, cercado por todas as bênçãos imagináveis. Mas, quando escolheu ser desobediente, o homem foi banido do Éden e a maldição foi pronunciada sobre a Terra. Ainda assim, a própria maldição, se for aceite com o devido espírito, constitui uma bênção. Como no caso da noz da palmeira-do-vinho, as probantes experiências da vida podem levar à germinação da justiça e, com frequência, tornam-se a fonte das nossas maiores bênçãos.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A PALAVRA DE DEUS É EM TUDO VERDADE

As Tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio. Salmo 119:160

Em 1880, William M. Ramsay, erudito inglês e admirador de Julius Wellshausen (o pai da alta crítica bíblica), foi a Frígia, na Ásia Menor, para contradizer a história de Lucas registada no seu evangelho e no livro de Actos. De início, ele foi despertado da sua ilusão por um estudo de Actos 14:6, que declara que se passa a fronteira da Licaónia, indo de Icónio para Listra.
A declaração de Lucas era contrária à opinião da maioria das modernas autoridades em geografia, e parecia contradizer escritores antigos. Mas, enquanto Ramsay estudava as incrições, ele compreendeu que o autor de Actos sabia mais da antiga geografia da Frígia do que os críticos modernos. Em todas as outras declarações do facto na história de Lucas, Ramsay encontrou uma exactidão tão surpreendente, que em 1915 declarou que "a história de Lucas é incomparável no que se relaciona com a sua confiabilidade". Tão convincente foi a evidência descoberta por Ramsay, que ele se tornou cristão e um intrépido defensor da Bíblia.
Aquilo que o Sr. Ramsay descobriu a respeito de Lucas é essencialmente verdadeiro quanto ao restante da Bíblia - a Palavra de Deus é em tudo verdade. À luz das descobertas arqueológicas, o já falecido William F. Albright, considerado por muitos como o mais eminente arqueólogo do Próximo Oriente da sua época, reconheceu que "dados arqueológicos e inscrições têm estabelecido a historicidade de inúmeras passagens e declarações do Antigo Testamento; o número desses casos é muitas vezes maior do que o daqueles onde se prova o contrário". Naqueles poucos exemplos em que os eruditos consideram a Bíblia incorrecta, o cristão pode aguardar ainda um julgamento. A pá dos arqueólogos continua a confirmar o Livro.
Alguns críticos gostam de mostrar que os manuscritos da Bíblia contêm umas 50 mil variantes. A quase totalidade delas é de pouca importância, como as variações na maneira de escrever uma palavra - e nenhuma delas afecta a nossa salvação. A esmagadora evidência é que para todos os propósitos práticos a Bíblia é totalmente verdade. A Bíblia pode ser 'imperfeita' para os padrões humanos, mas é perfeita para o seu propósito - a salvação das nossas almas (ver 1 Pedro 1:9).

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CRÍTICAS À BÍBLIA

Se vir que a praga se estendeu nas paredes da casa, ele (o sacerdote) ordenará que arranquem as pedras, em que estiver a praga, e que as lancem fora da cidade num lugar imundo: e fará raspar a casa por dentro ao redor, e o pó que houverem raspado lançarão fora da cidade num lugar imundo. Levítico 14:39-41

Os críticos da Bíblia no início do século dezanove passaram um bom período ridicularizando algumas das leis de saúde ordenadas pelo código mosaico - entre elas, a prática de remover o reboco das casas de pacientes leprosos. Embora não tenhamos todas as respostas para o porquê desses regulamentos, hoje já não ouvimos esse tipo específico de troça, e com uma razão.
Há cerca de 100 anos, antes que a teoria de Pasteur sobre os germes fosse claramente entendida, os cientistas observaram que os cirurgiões que realizavam amputações no Hospital Bellevue, no Estado de Nova Iorque, estavam a perder um número alarmante de doentes por causa das infecções. Observaram também que os mesmos cirurgiões, que realizavam o mesmo tipo de cirurgia no recém-construído Hospital Roosevelt, no mesmo Estado, obtinham uma elevada taxa de convalescenças bem-sucedidas.
A partir das estatísticas, os cientistas concluíram que, embora se tomasse muito cuidado com a esterilização dos instrumentos cirúrgicos e com a própria sala de cirurgia, de algum modo o reboco e o soalho do velho prédio do hospital deviam estar a abrigar germes. Estes deslocavam-se para as feridas dos amputados, causando o desenvolvimento de sépsia.
Como consequência, o Dr. H. B. Sands introduziu uma resolução segundo a qual dali em diante nenhuma cirurgia grande seria realizada no Hospital Bellevue.
A ciência posteriormente confirmou a lei levítica de Moisés. Hoje, alguns dos germes que se tornaram resistentes aos antibióticos, como o staphylococus aureus, continuam a ser uma ameaça aos doentes porque eles se instalam no reboco e no piso dos hospitais.
Que podemos aprender com tudo isto? Que, embora não saibamos dar uma explicação racional para tudo o que a Bíblia diz, não devemos procurar ser mais sábios do que aquilo que está escrito (ver 2 Coríntios 4:6). O futuro ainda pode trazer descobertas adicionais que comprovem a autenticidade da Bíblia.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

ESCONDER A PALAVRA DE DEUS NO CORAÇÃO

Naqueles dias a palavra do Senhor era mui rara; as visões não eram frequentes. 1 Samuel 3:1

No seu livro In the Presence of Mine Enemies (Na Presença dos Meus Inimigos), escrito em co-autoria com a sua mulher Phyllys, o Capitao Howard Rutledge conta como descobriu a preciosidade da Biblia num campo de prisioneiros de guerra no Vietname do Norte, onde passou sete anos. Aqui estão algumas citações do seu livro:
"Eu negligenciara completamente a dimensão espiritual da minha vida. Foi necessário ser preso para perceber como era vazia a minha vida sem Deus ...
"Tentei desesperadamente lembrar-me de porções das Escrituras, de sermões, de coros evangélicos da infância e de hinos que cantávamos na igreja. ...
"Lutei para recordar aqueles versículos bíblicos e hinos! ... Infelizmente, eu não tinha visto a importância de memorizar versos da Bíblia ou cânticos. Nunca imaginei que fosse passar sete anos (cinco dos quais sozinho numa cela) numa prisão do Vietname do Norte ou que o simples facto de pensar num verso memorizado pudesse tornar um dia inteiro mais suportável. A parte do versículo que eu tinha decorado era: 'Guardei a Tua palavra no meu coração.' Com que frequência desejei ter realmente feito um esforço para esconder a Palavra de Deus no coração!" - Págs. 34-38.
Tendo eu passado três anos como prisioneiro de guerra durante a Segunda Guerra Mundial, posso entender os sentimentos do Capitão Rutledge. Logo nos primeiros dias depois da nossa prisão, e nos últimos dias antes da nossa libertação, quando a morte e a fome andavam de emboscada na terra, a Palavra de Deus foi muito preciosa para mim. Lembro-me de ter memorizado o Salmo 33:18 e 19:
"Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que O temem, sobre os que esperam na Sua misericórdia, para livrar-lhes a alma da morte, e, no tempo da fome, conservar-lhes a vida."
A Bíblia adverte-nos de que virão dias em que haverá "fome sobre a Terra, não de pão, nem de sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor". Amós 8:11. Quão preciosa, então, será a Palavra de Deus para nós! E quão importante é que, nestes dias de relativa paz e prosperidade, entesouremos a Sua Palavra no nosso coração! (Salmo 119:11).

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

QUE VALOR TEM A PALAVRA DE DEUS PARA SI?

Nunca me afastei dos mandamentos de Deus e guardei as ordens que Ele deu bem gravadas na memória. Job 23:12 (A Bíblia Viva)

No princípio do século vinte, uma menina galesa, chamada Mary Jones, distinguiu-se na escola dominical pela sua prontidão para memorizar e repetir grandes porções das Escrituras. A Bíblia era um livro raro naquele tempo. A pessoa mais próxima que possuía um exemplar, morava quase a quatro quilómetros da casa dela. O maior desejo de Mary era ter a sua própria Bíblia algum dia. Para conseguir isso, ela renunciava a muitas coisas e colocava de parte o pouco dinheiro que economizava daquilo que recebia como tecelã na loja do pai.
Anos depois, ela conseguiu juntar o suficiente para comprar uma Bíblia. Bala, a cidade mais próxima onde Mary podia comprar o precioso Livro, ficava a 40 quilómetros de distância. Decidida, ela partiu a pé descalça e com os sapatos numa bolsa para não os gastar. Quando chegou a casa de Thomas Charles, o vendedor local de Bíblias, ficou a saber que ele tinha só dois exemplares consigo, estando ambos reservados para outras pessoas.
Quando ele a informou que não tinha Bíblias à venda, os olhos de Mary encheram-se de lágrimas. O Sr. Charles ficou tão comovido com a decepção da jovem que lhe vendeu um dos exemplares, pensando que poderia substituí-lo.
Em Dezembro de 1802, Charles apresentou diante da comissão da Sociedade de Folhetos Religiosos a necessidade urgente de Bíblias galesas. Naquele encontro, aprovou-se uma resolução que acabou no estabelecimento da Sociedade Bíblica Britânica e Internacional, uma organização que tem promovido a venda de Bíblias a preços razoáveis em todo o mundo.
Desde então, a Bíblia tem sido o livro mais vendido no mundo, ano após ano. Pode ser encontrada na maioria dos lares do mundo ocidental. Infelizmente, em muitos desses lares, ela encontra-se numa prateleira, cheia de pó.
Nos dias de Job, não havia Bíblias como as que conhecemos hoje, mas ele valorizava as palavras faladas de Deus mais do que o seu próprio alimento. Não deveríamos nós valorizar do mesmo modo a Palavra escrita de Deus?

domingo, 25 de novembro de 2012

JULGADOS PELA PALAVRA

Quem Me rejeita e não aceita a Minha mensagem já tem quem vai julgá-lo. As palavras que Eu tenho dito serão o seu juiz no último dia. João 12:48 (A Bíblia na Linguagem de Hoje)

Diz-se que quando dois turistas americanos olhavam um famoso quadro num dos grandes museus da Europa, um deles comentou com desprezo:
- Eu não daria um centavo por esta pintura.
Um guarda, que ouviu o comentário, dirigiu-se ao crítico, deu-lhe uma palmadinha no ombro e disse:
- Senhor, essas telas não estão a ser julgadas. O senhor é que está.
Há críticos que gostam de colocar a Bíblia em julgamento. Quando eu trabalhava como colportor em São Francisco para pagar a faculdade, um senhor idoso começou a conversar comigo num autocarro. Ele queria saber o que eu fazia para me sustentar. Contei-lhe que vendia Bíblias e outros livros religiosos. Nunca me esquecerei da reacção dele: "A Bíblia é um dos livros mais imundos." Talvez eu devesse ter desafiado aquele senhor a explicar a sua declaração, mas não o fiz. Encerrei simplesmente a conversa ali mesmo.
Há pessoas que parecem ter satisfação em depreciar a Bíblia. Algumas delas até dizem ser cristãs. Essas pessoas aparentemente estudam a Bíblia, não para obter compreensão espiritual, mas para exibir perspicácia intelectual. A Bíblia descreve-as como pessoas que ultrapassam o que está escrito (ver 1 Coríntios 4:6). Presumem estar encarregadas de julgar a Palavra de Deus. O que não percebem é que um dia essa mesma Palavra as julgará.
A Palavra as julgará? Como pode ser isso? Veja:
Os estudiosos da mente dizem que tudo aquilo de que nos tornamos conscientes fica armazenado na memória e precisa apenas do devido estímulo para ser reavivado. O Espírito Santo está ao lado de todo o estudante das Escrituras, seja ele um sincero inquiridor da verdade ou um sofista, e produz-lhe convicção na consciência. Essas convicções, armazenadas na memória, levantar-se-ão no último dia para condenar o zombador e louvar o sincero pesquisador da verdade.
Quão importante é, então, que obedeçamos às convicções que o Espírito Santo produz na nossa mente ao estudarmos a Bíblia! Lembre-se de que essas convicções estarão sempre em harmonia com a Palavra de Deus.

sábado, 24 de novembro de 2012

SE

Se Tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães." S. Mateus 4:3.

Muitas vezes, depois de desfrutarmos momentos de doce comunhão com Deus, e de sentirmos os suaves enlevos do Seu amor, somos sacudidos por perturbadoras provas. Esta foi a experiência vivida pelo Salvador. Após a memorável cerimónia baptismal, no Jordão, quando ainda reverberavam nos Seus ouvidos as solenes palavras anunciando a Sua filiação divina, Satanás veio ao Seu encontro.
Jesus vivia então um momento de grande exaustão física e mental. Durante quarenta dias, no ermo do deserto, havia jejuado e orado, preparando-se para o ministério que haveria de exercer até ao sacrifício. Fraco e macilento, foi acossado pelo tentador. Valendo-se da conjunção 'se', Satanás iniciou a sua investida, semeando a dúvida: "Se és o Filho de Deus...», disse o adversário.
Pouco mais de três anos transcorreram e, outra vez, Satanás empregou a mesma conjunção. Jesus sofria a agonia da cruz. Uma turba inflamada por vis paixões, açulada pelas forças do inferno, vociferava: "Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz." (S. Mateus 27:42). Jesus podia demonstrar o Seu poder descendo, acompanhado por uma legião de anjos. Mas, se o fizesse, nenhuma esperança restaria para a raça caída.
Transcorreram os séculos e Satanás ainda se vale da mesma conjunção 'se', como parte da sua estratégia enganadora. Quantas vezes ele sussurra: "Se a Bíblia fosse confiável..." "Se Deus fosse justo, o inocente não sofreria..." E assim, com astúcia e dolo, insinua a dúvida e a incerteza.
Em contraste, entretanto, com este uso negativo do 'se', as Escrituras Sagradas apresentam inúmeros exemplos onde a mesma conjunção é usada em forma positiva:
"Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar." 1 S. João 1:9.
"Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê." S. Marcos 9:23.
"Se tiverdes fé como um grão de mostarda... nada vos será impossível." S. Mateus 17:20.
"Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus... serás salvo." Romanos 10:9.
Apoiados nestas gloriosas promessas, que se assentam na condição positiva da conjunção 'se', desfrutemos neste dia o gozo da paz e da alegria que Cristo nos oferece.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DAR GRAÇAS A DEUS POR TUDO?

Em tudo dai graças. 1 Tessalonicenses 5:18

Espera Deus que lhe agradeçamos tudo - mesmo que nos sobrevenham infortúnios? Algumas pessoas acham que sim.
Lembro-me de ter lido um relato publicado numa revista popular de notícias acerca de uma organização religiosa que ensinava os seus adeptos a literalmente darem graças a Deus por tudo o que lhes acontecia, bom ou mau. Como exemplo, a revista citava o caso de um funcionário de um posto de gasolina que fora agredido por uma gangue de arruaceiros. O rapaz tinha ficado inconsciente e fora roubado, mas, felizmente, não morrera. Quando recuperou a consciência, em vez de lamentar o seu infortúnio, exclamou: "Graças a Deus!"
Posso estar enganado, mas acho que o rapaz estava a agradecer a Deus por lhe ter poupado a vida, e não por ter sido assaltado. Mas suponhamos que ele estava a dar graças a Deus pela sua desdita. Espera Deus realmente que Lhe agradeçamos as más coisas que nos acontecem?
Aparentemente, Job pensava assim. Quando a sua esposa lhe recomendou que ele amaldiçoasse Deus e morresse, Job respondeu: "Temos recebido o bem de Deus, e não receberíamos também o mal?" Job 2:10 (itálico acrescentado). Job cria que tanto o mal como o bem vêm de Deus e, como era apropriado agradecer-Lhe o bem que Ele concede, devia ser igualmente apropriado agradecer o mal que Ele envia.
Acontece que, embora Job aparentemente não tenha ficado a saber, ele estava errado. Ao contrário do que acontece connosco, ele nunca foi levado para os bastidores para ver que Satanás, e não Deus, era a causa das suas aflições. É Satanás, o originador do pecado, definitivamente o responsável por todo o sofrimento, e com certeza nenhum sofredor lhe deve agradecimentos pelas suas desventuras.
Mas repare que Paulo não diz: "Por tudo dai graças", mas: "Em tudo dai graças" - e isso faz toda a diferença no mundo. Significa que devemos manter uma atitude constante de gratidão, tanto na prosperidade como na adversidade. Na prosperidade, porque sabemos que todas as bençãos vêm de Deus; na adversidade, porque sabemos que Deus pode tirar algo bom de algo mau - uma bênção a partir de algo que parece maldição (ver Neemias 13:2).

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

DIA DE ACÇÃO DE GRAÇAS

Andarei, Senhor, ao redor do Teu altar, para entoar, com voz alta, os louvores, e proclamar todas as Tuas maravilhas. Salmo 26:6

O costume de separar dias para acções de graça não é de origem recente. Era prática comum entre o povo nos tempos do Antigo Testamento. Por outro lado, o costume de separar um dia por ano para dar graças pelas bençãos de Deus originou-se nos tempos modernos, na América do Norte.
No dia 21 de Dezembro de 1620, o navio Mayflower, sob o comando do Capitão Christopher Jones, lançou âncoras na Baía de Plymouth. A perigosa travessia desde o Velho Mundo tinha levado dois meses - um período longo para os padrões de hoje. Antes de pisar em terra, os 41 homens a bordo, de 102 passageiros, assinaram o famoso "Pacto do Mayflower". Pela assinatura deste documento, a fidelidade daqueles cristãos sinceros tomou forma visível. Não agradeceram apenas as providências de Deus; renovaram também a sua dedicação a um princípio - a Fé. A fé tinha-os levado a planear aquela viagem, a fé tinha-os sustentado na jornada e a fé agora constrangia-os a erguer as vozes em louvor e gratidão a Deus por tê-los levado em segurança "ao desejado porto" (Salmo 107:30).
Durante o Inverno que se seguiu, pereceu metade dos passageiros e da tripulação. Apesar disso, quando a Primavera chegou e o Capitão Jones ofereceu passagem grátis a quem desejasse voltar para o antigo continente, nem uma única alma aceitou a sua oferta!
A fé daqueles Peregrinos, que poderiam ter voltado para o Velho Mundo, é reminiscência da sólida fé de Abraão, Isaque e Jacob. Eles "confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a Terra. ... E, se, na verdade, se lembrassem daquela (pátria) de onde saíram, teriam oportunidade de voltar". Mas eles não voltaram! Porquê? Porque aspiraram "a uma pátria superior, isto é, celestial". Hebreus 11:13, 15 e 16.
Nós também somos estrangeiros e peregrinos na Terra. Ao darmos graças a Deus hoje por bençãos materiais, agradeçamos-Lhe também o país celestial que Ele tem preparado para os fiéis de todas as épocas (ver Hebreus 11:39 e 40).

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

OLHOS PARA OS CEGOS

Em todas as minhas acções eu procurava ser justo; fiz da justiça a minha roupa de todo o dia. Eu servi de vista para os cegos e de perna para os aleijados. Job 29:14 e 15 (A Bíblia Viva)

Nos dias de Job, servir de olhos para o cego e de pés para o aleijado significava conduzir o cego pela mão e transportar o aleijado de um lugar para outro. Hoje, naturalmente, podemos por vezes realizar esses actos de misericórdia através dos transplantes de órgãos.
Stacy Geotze, de Orlando, Flórida, contou como um transplante de córnea alterou a sua vida de forma dramática.
Cinco anos antes, uma doença nos olhos tinha privado Stacy da visão. Estudante universitária com um futuro brilhante, o seu mundo tinha mergulhado nas trevas. Até àquele momento, não lhe tinha passado pela mente a ideia de fazer doacção dos olhos, mas agora a sua chance para ver novamente dependeria de receber olhos de alguém para um transplante de córnea.
Exactamente quando tudo parecia perdido, uma família que sofrera a dor da perda de um ser querido, ofereceu o órgão e mudou a vida de Stacy. "Hoje", escreveu Stacy, "trabalho no Banco de Olhos da Flórida, em Orlando. Ajudo a levar a outras pessoas como eu o dom de ver." E continua:
"Embora eu não tenha a possibilidade de conhecer o doador ou a família que tornou possível este milagre, todas as manhãs quando desperto e vejo o sol nascer, sorrio e penso neles. ... Muitos outros, entretanto, nunca poderão contemplar um lindo pôr do sol ou ver um arco-íris sem a generosidade de um doador de órgão."
Quando renovei a minha carteira de condução, apresentaram-me um formulário perguntando se eu doaria os meus órgãos para o benefício de alguém. Assinei, concordando. Não me sinto obrigado a insistir para que outras pessoas façam a mesma coisa, mas acho que é uma oportunidade maravilhosa de ajudar o próximo.
Existe ainda outra maneira de interpretar o nosso versículo. Por causa do pecado, as pessoas nascem espiritualmente cegas e nós, que temos visão espiritual, temos o oprivilégio de oferecer-lhes esperança. Se essa oportunidade lhe aparecer hoje, leve a uma alma a alegria da iluminação espiritual, através do seu testemunho.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O MISTÉRIO DA DIVINDADE

De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Filipenses 2:5, 6.

Não exageramos ao afirmar que os versículos 5 a 11 do capítulo 2 da epístola aos Filipenses, representam a mais sublime descrição apresentada nas Escrituras da pessoa de Cristo. Lendo estes inspirados versículos, os nossos pensamentos instintivamente se dirigem ao Aconcágua, que, coroado de neve, na sua solitária grandeza em meio à cordilheira andina, se ergue imponente bem acima dos demais picos que o circundam.
O versículo 6 apresenta-nos o Verbo antes de se ausentar dos "palácios de marfim", para entrar no nosso poluído e perturbado planeta. No vocábulo traduzido por "sendo", "existindo", ou "subsistindo" (verso 6), vislumbramos os mistérios insondáveis de um tempo que se perde na névoa da eternidade. Mui conhecidas são as palavras do apóstolo João, escritas como prólogo ao evangelho que lhe toma o nome: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez." S. João 1:1-3.
Muitos se têm debruçado sobre este tema, animados pelo desejo de desvendar os mistérios insondáveis relacionados com a pré-existência de Cristo. Não deveríamos, porém, permitir que este afã por entender o que não nos foi revelado, desvie a nossa atenção do ponto central focalizado pelo apóstolo, neste texto, a saber: Que Jesus, embora sendo Deus, não Se apegou às prerrogativas inerentes à divindade, mas assumiu voluntariamente a natureza humana com todas as suas limitações e desvantagens, tornando-Se um connosco.
Ao nascer na manjedoura de Belém - o milagre biológico - o mistério da encarnação consumou-se. O Seu ingresso na família humana não ocorreu pela geração natural, como no nosso caso, mas por acto criador. Os trinta e três anos da Sua peregrinação neste mundo podem ser contados como um interlúdio na carne, pois a eternidade existia antes d'Ele e a eternidade existe depois d'Ele.
"E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós." (Verso 14). Consumada a Sua obra neste mundo, voltou a ocupar o "trono do universo", retendo o Seu corpo ressurrecto. E agora, como amoroso Mediador que Se compadece das nossas fraquezas, derrama sobre nós as bênçãos do perdão e a alegria da salvação.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

TESOUROS ESCONDIDOS

Eu vou-lhe dar tesouros escondidos, riquezas secretas; assim você vai saber que Eu sou o Senhor... Quem o chamou pessoalmente - pelo seu nome. Isaías 45:3 (A Bíblia Viva)

Na década de 1950, pastoreei uma pequena igreja em Cloverdale, Califórnia.
Ao norte da cidade, havia um túnel singular na linha do caminho de ferro. O que distinguia esse túnel era o facto de que, segundo o programa "Acredite se Quiser", era o único túnel do mundo que ficava sob um cemitério.
Os túneis são construídos com um propósito definido. Não são escavações sem saída, que não levam a lugar nenhum. O Túnel Simplon, por exemplo, foi escavado em granito sólido nos Alpes suíços para facilitar o transporte entre a Suíça e a Itália. É o túnel para carros mais longo do mundo (com 18 km de comprimento) e economiza aos viajantes dezenas de quilómetros e várias horas de viagem. Em 1980, a minha mulher, eu e a nossa filha mais nova viajámos através desse túnel da Suíça para a Itália.
Um túnel muito mais longo foi construído sob o Canal da Mancha para ligar a Grã-Bretanha ao continente por comboio.
Os túneis longos, de alguma forma, são semelhantes à vida cristã. A menos que sejam iluminados, ficam escuros como a meia-noite. Assim também os túneis espirituais são escuros, a menos que sejam iluminados por Cristo, a Luz do mundo. Outra coisa: assim como os túneis vão dar a algum lugar, assim também nas nossas experiências 'de túnel' Deus nos leva a um destino glorioso. Do mesmo modo como os túneis encurtam o tempo da viagem, as experiências espirituais de túnel podem abreviar o período de aprendizado na nossa peregrinação.
A razão pela qual o nosso Pai celestial permite que passemos por experiências de túnel, é dar-nos "tesouros escondidos, riquezas secretas" que aumentarão o valor da nossa alma.
Está a passar por uma experiência de túnel? Não pense que é algo estranho (1 Pedro 4:12). Todos nós passamos por essas experiências de vez em quando. Lembre-se, entretanto, de que receberemos delas os maiores benefícios quando as aceitarmos sob a devida Luz (ver Hebreus 12:11).

domingo, 18 de novembro de 2012

O CUSTO DAS CONVICÇÕES

Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, ...firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica; e... em nada... intimidados pelos adversários. Filipenses 1:27, 28.

Sam Houston, general e estadista texano, ficou conhecido por defender causas impopulares, mesmo que o custo fosse elevado. Numa época em que era impopular defender os índios americanos, ele foi a Washington como membro de uma delegação dos 'Cherokees' para queixar-se ao governo das práticas corruptas dos agentes indigenistas. Opôs-se à escravatura numa época em que era impopular fazer isso. No dia 18 de Março de 1861, foi deposto como governador de Estado porque se opunha à secessão e recusou-se a jurar lealdade à Confederação.
Duas semanas mais tarde, no discurso a uma multidão que clamava pelo seu sangue, Houston declarou: "Sempre tive como regra invariável na minha vida não formar nenhuma opinião ou dar veredicto sobre qualquer grande questão pública antes de ouvir e considerar cuidadosa e imparcialmente todas as evidências... e, uma vez tendo assumido a minha posição, nenhum temor da condenação popular me poderá induzir a modificá-la. Nunca permiti que o clamor, a paixão, o preconceito ou a egoísta ambição popular me induzissem a mudar uma opinião ou um veredicto que a minha consciência e razão tenham formado e considerado justos. ...
"A vox populi nem sempre é a voz de Deus, pois quando os demagogos e líderes políticos egoístas conseguem excitar o preconceito do público e silenciar a voz da razão, pode-se ouvir o clamor popular: 'Crucifica-O, crucifica-O!' A vox populi torna-se então a voz do diabo."
Estas palavras foram destemidas, mas repare que, antes de tomar uma posição conscienciosa, Houston procurava assegurar-se de que estava do lado da justiça.
Defender o que é correcto frequentemente desperta oposição e perseguição. Hoje em dia é popular ser cristão, mas pode não continuar a ser assim. Para si e para mim vem a pergunta: "Estão certas as convicções da minha consciência? Estão em harmonia com a Palavra de Deus?" Se estiverem, apeguemo-nos a elas, seja qual for o preço.

sábado, 17 de novembro de 2012

A CRUELDADE SERÁ CASTIGADA

O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel. Provérbios 12:10

Quando eu tinha 9 anos, a nossa família morava na Ilha da Madeira. As ruas do Funchal, a capital, eram pavimentadas com paralelepípedos (ainda o são), e grande parte do transporte nas ilhas era feito em trenós arrastados sobre aquelas pedras. Os trenós tinham longos patins de aço e eram puxados por cavalos ou mulas. Os condutores desses trenós reduziam a fricção sobre os patins, engraxando-os periodicamente com sebo bovino envolto em sacos de serapilheira.
Um dia, quando eu caminhava pelas ruas da cidade, vi uma multidão que observava um homem com uma parelha de cavalos e um daqueles trenós, tentando mover um grande barracão colocado na calçada de cimento. Também parei para olhar. O condutor tinha amarrado longas e grossas cordas dos cabrestos ao trenó, e batia sem piedade nos cavalos. O meu coração condoeu-se das pobres criaturas. Por mais força que fizessem, não conseguiam mexer a carga.
Enquanto o condutor pensava no que faria a seguir, as cordas afrouxaram momentaneamente. O condutor virou-se e começou a juntar as cordas, aparentemente para açoitar um dos cavalos, que ele julgava estar a negar-se a trabalhar. O seu movimento assustou os cavalos. Eles deram uma guinada, esticando as cordas. Com a rapidez de um relâmpago, o homem foi atirado ao ar. A imagem daquele homem descendo com a cabeça para baixo está gravada na minha memória. Caiu de cabeça e magoou-se muito. Eu estremeci, mas na minha mente infantil fiquei feliz porque o homem tinha provado um pouco do seu próprio 'remédio'. Um cristão nunca deve regozijar-se com o infortúnio alheio, mesmo que este seja o resultado dos erros da própria pessoa (ver Provérbios 24:17). Afinal de contas, o julgamento pertence a Deus. Mas por outro lado, maltratar os animais está errado e Deus vai pedir contas a quem comete essa maldade. Se um pardal não cai ao chão sem que o nosso Pai celestial o observe (Mateus 10:29), com certeza Ele está a acompanhar a maneira como tratamos as Suas outras criaturas.
Se isso é verdade, não deveríamos tratar bondosamente os nossos semelhantes, que valem mais "do que muitos pardais"? (Ver Lucas 12:7).

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

DEUS CONHECE A SUA LINHA DE FLUTUAÇÃO

Deus cumpre a Sua promessa e não deixará que sofram tentações além das suas forças. Ao contrário, quando vier a tentação, Deus vos dará forças para suportá-la, e assim poderão sair dela. 1 Coríntios 10:13 (A Bíblia na Linguagem de Hoje)

Foi no Porto do Funchal, Ilha da Madeira, que observei pela primeira vez a linha de flutuação, nas laterais de navios britânicos. Só muitos anos mais tarde, entretanto, é que essa marcação fez sentido para mim. Essas curiosas linhas e círculos, como você talvez saiba, indicam a capacidade que um navio tem de transportar carga com segurança em águas de várias temperaturas e salinidade.
Samuel Plimsol, que inventou essa marcação, foi um político britânico e um reformador social. Preocupou-se especialmente com navios sobrecarregados e com más condições de navegabilidade, conhecidos como 'navios-esquife'. Em 1875, foi conduzido ao Parlamento um projecto de lei que Plimsol considerou inadequado, mas com o qual ele concordou até que se pudesse providenciar algo melhor. Entretanto, quando o Primeiro-Ministro Disraeli arquivou o projecto de lei, Plimsol achou que aquilo era demais e chamou aos membros do Parlamento 'vilões'. Plimsol perdeu aquele 'round' mas o país concordava com a ideia dele e no ano seguinte o Parlamento aprovou uma lei exigindo que os navios apresentassem aquela marca.
Deus colocou em cada um de nós uma 'marca' semelhante à linha de flutuação de Plimsol. As provas e tentações que Ele nos permite suportar podem algumas vezes parecer uma sobrecarga para o nosso 'naviozinho', mas Deus conhece as nossas limitações e faz algo que nem a marca de Plimsol pode fazer. Quando os nossos fardos são demasiado pesados, Deus convida-nos a lançá-los sobre Ele, na certeza de que poderá sustentar-nos (ver Salmo 55:22; Deuteronómio 33:27). Que mais pode alguém pedir? Veja:
"Ele vela sobre ti, que tremes, filho de Deus. Estás tentado? Ele te livrará. Estás fraco? Ele te fortalecerá. És ignorante? Ele te esclarecerá. Estás ferido? Ele te há-de curar. ..."Vinde a Mim", eis o Seu convite. Sejam quais forem as vossas ansiedades e provações, exponham o caso perante o Senhor. O vosso espírito será blindado para a resistência. O caminho abrir-se-vos-á para se desvencilharem de embaraços e dificuldades." - 0 Desejado de Todas as Nações, pág. 329.
Sim, Deus conhece a sua 'linha de flutuação'. Lembre-se da promessa: "Por baixo de ti estende os braços eternos." Deuteronómio 33:27.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

JÁ FOI DECANTADO?

Despreocupado esteve Moabe desde a sua mocidade, e tem repousado nas fezes do seu vinho; não foi mudado de vasilha para vasilha, nem foi para o cativeiro; por isso conservou o seu sabor, e o seu aroma não se alterou. Jeremias 48:11

Desde tempos imemoriais, os vinhateiros têm procurado melhorar o aroma dos vinhos através da decantação - despejando-os de um recipiente para outro a fim de descartar a borra ou o sedimento. Diz-se que, se não são removidos, esses resíduos dão mau gosto ao vinho. Assim acontece na vida espiritual. Deus permite que sejamos decantados, não para prejudicar-nos, mas para aperfeiçoar o nosso carácter.
Quando a nossa família morou nas Ilhas dos Açores, observei o método que os fabricantes locais de vinho usavam para melhorar o "vinho de cheiro". Enchiam barris com vinho novo e prendiam-nos com correntes ao 'chassi' de carroças. Andando esses veículos aos solavancos pelas ruas de paralelepípedo, supunha-se que a agitação do álcool dentro dos barris melhorava o sabor da bebida. Depois, o conteúdo era decantado.
Como nunca provei o produto, não posso garantir nenhuma melhoria no sabor, mas confirmo que o seu aroma podia ser percebido a uma distância razoável...
O nosso versículo apresenta o pensamento de que os moabitas, não tendo nunca aprendido a dependência de Deus por não terem sido perturbados, não exalavam uma fragrância que Lhe fosse agradável.
As experiências comprovativas, em si mesmas, não nos tornam aceitáveis a Deus. Tudo depende de como nos relacionamos com elas. A Bíblia Viva, na sua paráfrase de Hebreus 12:11, diz: "Não é nada agradável ser castigado, na hora em que está a acontecer - dói mesmo! Mas depois podemos ver o resultado: um crescimento tranquilo, em virtude e carácter."
Já quis saber a razão por que está a ser sacudido e decantado por provas sobre as quais não tem nenhum controlo? Nada há de incomum ou "estranho" quanto a isso (ver 1 Pedro 4:12). Mas a questão é: Como se relaciona com essas adversidades? Elas podem ensinar-lhe a mais completa dependência de Deus, se as encarar sob uma luz positiva.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A BEBIDA QUE DEUS APROVA

E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito. Efésios 5:18

Vários irmãos da minha mãe trabalhavam na construção civil no fim da adolescência. Como o trabalho da construção passava por uma fase difícil no Estado da Virgínia Ocidental, onde moravam, eles costumavam trabalhar em Estados vizinhos durante a semana e voltar para casa de comboio para o fim-de-semana. Numa Sexta-feira à tarde, enquanto viajavam para casa, viram um jovem entrar no comboio, aparentemente um pouco embriagado. Os olhos dele estavam vermelhos e ele balançava bastante com o movimento do comboio. Sentou-se do outro lado do corredor, perto de onde estavam os meus tios.
Os irmãos resolveram divertir-se um pouco. Fizeram comentários jocosos acerca de bêbados e depois riram ruidosamente. Aquele jovem ignorou-os, mas alguns passageiros ficaram visivelmente desgostosos.
Várias estações depois, entrou outro passageiro no comboio e sentou-se ao lado daquele rapaz. Começaram a conversar. Durante o diálogo, os meus tios conseguiram ouvir o rapaz dizer que acabara de sepultar a sua esposa. As brincadeiras pararam.
Teriam os rapazes pedido desculpa? Não sei, mas pelo menos contaram a história que não lhes era favorável, e aparentemente lamentaram o que tinham feito.
O aspecto irónico da história é que vários daqueles irmãos morreram como alcoólatras. Tinham a certeza de poder dominar a bebida, e não havia quem os convencesse do contrário. Mas, como diz um provérbio japonês: "Primeiro o homem bebe um gole; depois o gole bebe um gole; depois o gole bebe um homem."
Alguns cristãos tomam bebidas alcoólicas e justificam a sua prática alegando que nos tempos bíblicos era permitido beber vinho. Talvez a melhor resposta a esse argumento seja que "não levou Deus em conta os tempos da ignorância" (Actos 17:30), assim como Ele não levou em conta a prática da escravatura. Mas agora, hoje, perante as sobejas evidências de que até mesmo uma quantidade moderada de álcool prejudica as células do corpo humano, o acto de beber bebidas alcoólicas com certeza não é sábio (ver Provérbios 20:1).
Sem dúvida, o consumo de bebidas alcoólicas pode causar a ruína. O mesmo não acontece com a 'bebida' que o nosso versículo para meditação recomenda. Aqueles que "se levantam pela manhã" (Isaías 5:11) e bebem abundantemente desse "vinho", são fortalecidos para resistir ao mal.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

COMPULSÃO PARA PREGAR O EVANGELHO

Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! 1 Coríntios 9:16

A maioria das pessoas com certeza sabe que, uns 75 anos após o naufrágio do SS Titanic, os seus destroços foram descobertos e fotografados no fundo do Atlântico Norte. Não se encontravam no local indicado durante todos aqueles anos. Enquanto escrevo, o rádio anuncia que uma investigação recentemente concluída revela que era falsa a alegação feita pelo comandante do SS Californian, de que o seu navio estava "muito distante" do Titanic para lhe resgatar os passageiros. Se essa conclusão é verdadeira, é um terrível exemplo de crassa indiferença! Mas, graças a Deus, nem todos foram tão insensíveis como aquele comandante em relação às mais de 1.500 pessoas que pereceram naquela noite.
Quatro anos depois do Titanic ter naufragado, um jovem escocês levantou-se numa reunião em Hamilton, no Canadá, e disse: "Eu sou um sobrevivente do Titanic. Estando eu à deriva sozinho, agarrado a um objecto que flutuava, as correntes trouxeram John Harper, o pregador de Glasgow, para perto de onde eu me encontrava.
- Homem - perguntou ele - você está salvo?
- Não - respondi. - Não estou.
- Creia no Senhor Jesus Cristo, e será salvo. - Admoestou ele. E fomos separados.
É estranho, mas pouco mais tarde, as ondas aproximaram-nos novamente e ele perguntou:
- Você está salvo agora?
Tive de responder:
- Honestamente, não posso dizer que já esteja.
Ele repetiu simplesmente:
- Creia no Senhor Jesus Cristo, e será salvo.
Pouco depois disso, fomos separados pela última vez. Foi então que, sozinho naquela noite, aceitei Jesus Cristo como meu Salvador. Sou a última pessoa que John Harper converteu."
Foi esse o tipo de preocupação pelas almas que Paulo manifestou quando disse: "Ai de mim se não pregar o evangelho!" É o tipo de interesse que todos os cristãos devem ter. É verdade que nem todos recebemos os mesmos talentos, mas devemos usar aqueles que nos foram concedidos para ajudar a salvar outras pessoas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

FREQUENTAR A IGREJA

Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima. Hebreus 10:25

Michael Faraday, grande cientista britânico que fez várias descobertas importantes no campo do magnetismo, era um cristão sincero que achava mais importante assistir aos cultos da sua igreja do que assistir a qualquer outra reunião. Numa dessas 'outras' reuniões, ele manteve o auditório boquiaberto com a demonstração das propriedades do íman. Encerrou a sua palestra com uma experiência tão inédita, fascinante e impressionante, que por algum tempo o salão reverberou com entusiásticos aplausos.
Quando as palmas diminuíram, o Príncipe de Gales pôs-se em pé e propôs um brinde a Faraday, mas o grande homem já não estava lá para o receber. Finalmente, um dos assistentes de Faraday levantou-se e explicou que o físico tinha saído para um culto de oração numa pequena igreja (uma congregação que não contava com mais de vinte membros), onde Faraday era ancião.
É um exemplo de assiduidade às reuniões de oração e um testemunho em favor de Cristo!
Tem-se declarado que a saúde espiritual de uma igreja pode ser acuradamente avaliada com base na frequência aos cultos de oração. Se isso é verdade, igrejas com pouca assistência estão às portas da morte espiritual, e outras que já desistiram completamente dessas reuniões podem ter morrido.
Que pode você fazer, que posso eu fazer para despertar os cristãos dessa letargia mortal? Que podemos nós fazer para consolidar "o resto que estava para morrer"? Apocalipse 3:2.
O nosso versículo para meditação sugere que o maior motivo para a fiel assistência às reuniões da igreja é o facto de que "o dia" da volta de Cristo "está agora mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite e vem chegando o dia". Romanos 13:11 e 12. Os sinais dos tempos confirmam-nos isso!
Perante a proximidade da volta de Cristo e a admoestação para que sejamos fiéis na frequência à igreja, quão incoerente seria da nossa parte professar a crença no segundo advento enquanto descuidamos a assistência aos cultos!

domingo, 11 de novembro de 2012

ORAÇÃO, A RESPIRAÇÃO DA ALMA

Orai sem cessar. 1 Tessalonicenses 5:17

Quase posso ouvir alguém dizer: "É impossível orar sem cessar."
Bem, em certas regiões da Europa e da Ásia, existe uma pequena aranha chamada Argyroneta aquatica, que passa uma considerável parte da sua vida dentro d'água. É onde ela mora. De tempos em tempos, a aranha sobe à superfície, respira um pouco de ar fresco, forma-se uma bolha ao redor dela, e ela regressa para o fundo do lago ou do ribeiro, onde fica durante mais algum tempo. Quando a aranha sobe outra vez à superfície, está perfeitamente seca e limpa. Embora passe a maior parte do tempo lá no fundo, não é tocada pela água ou pelo lodo ao seu redor. Porquê? Porque está envoIta por uma cápsula do ar lá de cima.
Ar lá de cima!
Repare que, depois de a pequena aranha respirar o ar fresco e ficar cercada pela bolha de ar, ela continua a respirar a atmosfera que a envolveu. Também é assim na vida espiritual. Quando voltamos os nossos pensamentos na direcção do Céu no começo da manhã e respiramos a sua atmosfera, ficamos rodeados por ela. Isto significa mais do que apenas tomar fôlego. Quer dizer comungar com Deus até que a nossa vida espiritual se carregue de vitalidade. Então, ao longo de todo o dia, continuaremos a respirar o ar com o qual nos envolvemos. Esse 'ar' é a respiração da alma. Precisa de renovação periódica.
Assim como a nossa vida física depende da respiração, a nossa vida espiritual depende da oração. Uma pessoa cercada pelo ar espiritual respira-o tão naturalmente como respira o ar atmosférico. É isso que significa orar sem cessar.
Vivemos num mundo cheio de corrupção moral e espiritual, mas assim como a pequenina aranha não se contamina com a água e o lodo ao seu redor, assim o cristão, cercado pela atmosfera do Céu, permanece incorruptível pelo mundo.
Inspire profundamente o puro ar celestial pela manhã e continue, ao longo do dia, respirando a atmosfera celestial que o circunda.

sábado, 10 de novembro de 2012

LUZES ALINHADAS

Ensina-me a fazer a Tua vontade, pois Tu és o meu Deus: guie-me o Teu bom Espírito por terreno plano. Salmo 143:1

Numa noite escura e sem estrelas, há muitos anos, o Dr. F. B. Meyer atravessava o Canal de S. Jorge, no País de Gales, quando começou a imaginar como é que uma embarcação, viajando numa noite como aquela poderia chegar ao porto sem se perder. O comandante estava ali perto, de modo que o Dr. Meyer fez-lhe a pergunta.
- O senhor vê aquelas três luzes? - perguntou o comandante.
- Sim - respondeu o Dr. Meyer.
- Bem, o piloto precisa de manobrar o navio até que aquelas três luzes pareçam ser uma só. Quando isso acontecer, saberemos a posição exacta da entrada do porto.
Algo semelhante acontece no âmbito espiritual. Quando pedimos que Deus responda às orações, há três coisas que precisam de estar 'alinhadas':
1 - Está a nossa oração em harmonia com a vontade de Deus revelada na Sua Palavra?
2 - A resposta à nossa oração trará glória a Deus?
3 - Estamos dispostos a que Deus nos responda no momento certo e da maneira apropriada, segundo a Sua omnisciência?
Quando essas três 'luzes-guia' estiverem alinhadas, poderemos descansar na certeza de que as nossas orações serão sempre atendidas para o nosso bem eterno.
A Bíblia fala daqueles que oram "mal" (Tiago 4:3). Recentemente, li acerca de um incidente que ilustra este facto. Um pastor jovem, solteiro, andava a orar para que Deus lhe enviasse a esposa perfeita, quando leu um artigo escrito por uma mulher numa revista para cristãos solitários. Mil pensamentos começaram a rodopiar na mente do jovem pastor. A autora parecia encaixar-se perfeitamente dentro do ideal dele. Resolveu escrever uma carta ao redactor da revista, de que ele tinha a certeza de que a autora do artigo era a resposta de Deus às suas orações, e pedindo o endereço dela. Pode imaginar a surpresa e consternação quando o redactor lhe respondeu informando que aquela mulher já era casada!
Esse jovem aparentemente era sincero. Mas, sincero ou não, ele deixou de seguir as directrizes da oração eficaz. Não é de admirar que Deus não tenha atendido a sua oração. Quando você e eu pedimos que Deus nos responda às orações, precisamos de ter a certeza de que estamos alinhados com as Suas luzes orientadoras antes de nos lançarmos num curso de acção insensato.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

DEUS NEM SEMPRE OUVE...

Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o Seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que vos não ouça. Isaías 59:1 e 2

Pouco depois de eu ter começado a namorar a Vesta, hoje minha mulher, passámos pela casa da avó dela em Lodi, Califórnia. Durante a visita, a avó Sanford serviu-nos o seu delicioso pão integral feito em casa. Na visita seguinte, a avó estava doente, na cama. Conversámos com ela por algum tempo, depois fomos para a cozinha, onde fiquei com água na boca desejando uma fatia daquele gostoso pão. Em voz baixa, perguntei à Vesta onde é que ela guardava o pão, esperando que me fosse oferecida uma fatia.
- Está dentro do pote de cerâmica no guarda-louças, ao lado da pia - disse a avó lá do seu quarto, deixando-me assustado.
Eu não podia acreditar. Tinha falado em voz baixinha, mas a avó tinha ouvido a mais de sete metros dali, dois quartos à frente!
- Ela consegue ouvir-nos? - perguntei à Vesta, apenas movendo os lábios. Vesta disse que sim, com a cabeça.
Na outra vez em que visitámos a avó e fomos à cozinha, tomei a precaução de cochichar as minhas 'necessidades' à Vesta. Bem, a avó não conseguiu entender o que eu disse, mas ouviu-me a cochichar. E disse lá do seu quarto:
- Don, se não vale a pena dizer em voz alta, então é porque não vale a pena ser dito.
Algumas vezes, quando as minhas orações não são atendidas, pergunto-me se a audição de Deus não seria um pouco menos aguçada do que a da avó. Já se sentiu assim?
Será que Deus realmente ouve as nossas orações? É lógico que ouve! "O que fez o ouvido, acaso não ouvirá?" Salmo 94:9. Porque, então, Ele nem sempre nos responde?
Quando Deus parece não ouvir nem atender as nossas orações, há duas razões: ou as nossas preces são 'impedidas' por algum pecado acariciado (ver 1 Pedro 3:7; Isaías 59:1 e 2) ou pedimos com motivos errados (ver Tiago 4:3). Por outras palavras, nós pedimos, mas não segundo a vontade de Deus (1 João 5:14).
Assim, se quiser que Deus ouça e atenda sempre as suas orações, confesse e abandone pecados conhecidos e submeta a sua vontade à d'Ele, compreendendo que Ele sabe o que é melhor.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

CHAMADO À ORAÇÃO

À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e Ele ouvirá a minha voz. Salmo 55:17

Segundo o texto acima, evidentemente, o salmista costumava orar três vezes por dia.
Quando visitei o Egipto, fiquei a saber que os muçulmanos oram cinco vezes por dia. O nosso grupo de turismo, certo dia, visitou uma mesquita no Cairo. Quando chegou a hora da oração, um muezim lá em cima, na sacada de um dos minaretes da mesquita, chamou os fiéis à oração com vibratos na voz aguda. Em resposta, os seguidores do profeta Maomé pararam o que estavam a fazer e estenderam os seus tapetezinhos de oração. Voltados na direcção de Meca, curvaram-se para orar.
Como sinal de respeito, o nosso grupo parou e alguns de nós também orámos. Enquanto ali estive, meditando, veio-me o pensamento: Estes muçulmanos deixam envergonhados os cristãos. Muitos dentre nós não oramos nem com a frequência do salmista. Deveriam os cristãos orar menos que os muçulmanos?
Não, com certeza que não deveríamos orar menos! Isso não quer dizer que, todas as vezes que oramos, devemos desenrolar um tapetezinho e colocar-nos de joelhos, mas seria bom que dirigíssemos os nossos pensamentos ao Céu, três, cinco ou mais vezes ainda por dia.
Já considerou que todas as circunstâncias na vida de um cristão são um chamado à prece? Não deveríamos apenas orar em tempo de crise, mas especialmente quando tudo parece ir bem - ou demasiado bem. É nessas ocasiões que temos a tendência para esquecer que dependemos de Deus. É também nessas ocasiões que Satanás fraudulentamente usurpa o lugar que, no nosso coração, pertence ao Senhor por direito.
Não, não é necessário curvarmo-nos fisicamente cada vez que oramos, mas se quisermos manter a nossa saúde espiritual, precisamos de viver em atitude de oração.
"Podemos ter comunhão com Deus no nosso coração. ... Quando empenhados nos nossos trabalhos diários, podemos expandir o desejo do nosso coração, de maneira inaudível aos ouvidos humanos; mas essas palavras não amortecerão em silêncio, nem serão perdidas. ... Ele ergue-se acima do burburinho das ruas, acima do barulho das máquinas. É a Deus que estamos a falar, e a nossa oração é ouvida." - Obreiros Evangélicos, pág. 258.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

PAZ

Deixo-vos a Minha Paz, a Minha paz vos dou... S. João 14:27

Henry Drumonds conta a história de dois artistas solicitados a pintar um quadro retratando a beleza e os atractivos da paz.
Um deles pintou um lindo lago, numa tarde estival, com as suas águas plácidas e serenas, tendo como fundo colinas aprazíveis cobertas de árvores com as suas sombras reflectindo sobre a espelhante superfície do lago.
O segundo artista pintou um cenário turbulento, com as águas de uma cascata precipitando-se espumantes sobre o abismo. As árvores com os seus galhos frondosos, apresentavam-se sacudidas pela fúria dos ventos. Nuvens negras cobriam o tormentoso céu. Mas, contrastando com o tempestuoso ambiente, o artista pintou na extremidade de um dos ramos de uma árvore um pássaro descansando calmo e sereno no seu ninho. Apropriada reprodução da paz!
O segundo artista sintetizou naquele cenário o sentimento de paz que podemos desfrutar mesmo em meio à tormenta que nos circunda. Deus não nos prometeu uma existência sem problemas. "No mundo tereis aflições" (S. João 16:33), disse Jesus. Mas Ele prometeu-nos a paz. A paz genuína, num mundo sacudido pela turbulência do mal.
Na véspera do grande drama da paixão, Jesus abriu o coração perante o Seu pequeno rebanho como nunca antes o fizera. Sendo aquela a última vez que lhes falava como um grupo especial, dirigiu-lhes um emotivo e comovente discurso. Embora tendo a alma envolta pela aflição, dirigiu-lhes palavras de consolo e esperança.
Sombrios presságios inundavam a mente dos discípulos, tornando-os inquietos e perplexos. Mas Jesus, lançando o Seu compassivo olhar sobre eles, disse: "Não se turbe o vosso coração..." (S. João 14:1). Com palavras repassadas de ternura, declarou: "Deixo-vos a Minha paz, a Minha paz vos dou..." Precioso legado!
Dentro de mais algumas horas haveria de entregar o Seu espírito ao Pai. Legaria o Seu corpo a José de Arimateia, para ser sepultado. A Sua roupa, deixaria aos soldados. Confiaria Sua mãe aos cuidados de João. Mas, com os discípulos, deixou aquilo que era infinitamente mais precioso - a Paz.
O Senhor não lhes deu opulência, fama ou prestígio. O proveito destas coisas é duvidoso. Mas deu-lhes a paz interior, que só experimentam aqueles que sabem que os seus pecados foram perdoados.
É a paz dos fiéis, sejam ricos ou pobres, sábios ou indoutos.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

terça-feira, 6 de novembro de 2012

ADVOGADO DE DEFESA

Estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo. 1 João 2:1

Uma noite destas telefonei ao Steve, o nosso segundo filho, que é advogado no Norte da Califórnia. Durante a nossa conversa, perguntei com que tipo de processos ele andava a trabalhar ultimamente. Contou que tinha estado a defender um réu envolvido na venda de um carro, mas que agora ele tinha decidido ser o seu próprio advogado. Steve concluiu com o velho adágio: "Aquele que age como seu próprio advogado, tem um insensato como cliente." É melhor encarregar outra pessoa de defender o nosso caso, em lugar de tentar defendê-lo nós mesmos.
Uma das mais emocionantes defesas de toda a história foi a que Judá fez para livrar Benjamim. Recorda-se que Judá tinha sido o instigador da conspiração para vender José como escravo, mas nos anos subsequentes ele convertera-se. Agora, diante de José, a quem ele não reconhece, implora para que Benjamim possa voltar ao seu pai idoso (ver Génesis 37-45).
No climax do seu discurso, Judá diz: "Teu servo se deu por fiador por este moço para com meu pai, dizendo: Se eu o não tornar a trazer-te, serei culpado para com meu pai todos os dias. Agora, pois, fique teu servo em lugar do moço por servo de meu senhor, e o moço que suba com seus irmãos. Porque como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? Para que não veja eu o mal que a meu pai sobrevirá." Génesis 44:32-34.
Foi uma grande mudança em Judá! Uma grande 'mudança' em José, por causa da defesa de Judá! "José não podia mais aguentar tudo aquilo." Génesis 45:1 (A Bíblia Viva). Enquanto testava os seus irmãos, José parecia severo. Mas depois de eles terem passado no teste, José revelou abertamente o amor pelos seus irmãos - um amor que ele tinha mantido aquele tempo todo.
O Pai, diante de quem o nosso Advogado (Jesus) defende os nossos casos, pode parecer severo, assim como José. A justiça precisa de ser executada, mas temos a certeza de que o próprio Pai nos ama (ver João 16:27). Assim, concluído o último julgamento, tendo satisfeito as exigências da justiça perante o Universo, Deus revela abertamente o Seu amor por aqueles que passaram no teste. (Ver Apocalipse 20:11 a 21:5).

COISAS OBTIDAS MEDIANTE A ORAÇÃO

Com a minha voz clamo ao Senhor, e Ele do Seu santo monte me responde. Salmo 3:4

Já ouviu alguém dizer (talvez você mesmo já tenha dito): "Só consigo fazer oração quando me apetece"? Dizer isso é entender mal o objectivo da oração. É colocar a oração sobre a base dos sentimentos - e os sentimentos mudam. Não são confiáveis. Frequentemente oscilam conforme o clima, as notícias, o estado de saúde. A nossa vida de oração deve repousar sobre um fundamento mais firme que os sentimentos.
A oração deve alinhar a nossa vontade com a vontade de Deus de tal maneira, que Ele possa abrir canais de actuação que de outra forma ficariam fechados. Assim, precisamos de orar mais fervorosamente quando não sentimos vontade de fazê-lo, do que quando sentimos.
O Dr. Alexis Carrel, cirurgião franco-americano e laureado com o prémio Nobel (em 1912 ele conquistou o cobiçado prémio na área da fisiologia), deixou o seguinte testemunho acerca do poder da oração:
"A oração é a mais poderosa forma de energia que se pode gerar. A influência da oração sobre a mente e o corpo é tão demonstrável como a das glândulas secretoras. Os seus resultados podem ser medidos em termos de maior vivacidade, vigor intelectual, fibra moral e mais profunda compreensão dos relacionamentos humanos.
"A oração é indispensável para o desenvolvimento pleno da personalidade. Só pela oração obtemos aquele conjunto harmonioso de mente, corpo e espírito. ... Quando oramos, ligamo-nos ao motivo (poder) inexaurível que move o Universo."
Num dos seus poemas, Tennyson declara que "mais coisas são obtidas pela oração do que o mundo pode imaginar". Mas a maior mudança operada pela oração não ocorre com Deus, pois Ele nunca muda. (Malaquias 3:6). Ocorre em nós. Embora Deus algumas vezes intervenha directamente nos negócios humanos de maneiras miraculosas, Ele geralmente opera mudanças alterando a nossa óptica espiritual. Segundo o Dr. Carrell, a nossa óptica espiritual alterada muda realmente as nossas condições mentais e, consequentemente, os processos fisiológicos, de formas notáveis.
Ao orar hoje, ligue-se à Fonte inexaurível de Poder que move o Universo.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

TEM MEDO DE TESTEMUNHAR?

Não temas diante deles; porque Eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor. Jeremias 1:8

Jeremias era 'oclófobo'. Tinha medo de enfrentar multidões. Assim, não nos surpreende que ele não quisesse ser profeta. Ser profeta significava testemunhar perante as pessoas. Ele alegou que era muito jovem ainda e que sofria de oclófobia.
A minha mãe contou-me certa vez acerca do pior caso de medo do público que ela presenciou. Um dos requisitos de uma disciplina de oratória que ela teve no colégio era apresentar uma palestra diante de todos os alunos da aula. Quando chegou a vez de um rapaz, ele encaminhou-se todo empertigado ao estrado, aparentemente cheio de confiança própria, mas de repente entrou em pânico. Não conseguiu pronunciar uma única palavra. Ficou pálido como um cadáver e fugiu da sala de aula muito humilhado. Todos se sentiram embaraçados por ele. Então alguém gracejou: "Se o Roberto tivesse subido como desceu, ele provavelmente teria descido como subiu." Este comentário quebrou a tensão.
David Livingstone, o famoso missionário-explorador na África, é recordado pela sua coragem diante do perigo. Mas sabia que, quando jovem, ele sofria de oclofobia?
Certa ocasião, depois de ter concordado em pregar numa pequenina igreja da sua terra natal, a Escócia, ele teve um medo tão grande que abandonou a cidade. Quando os seus amigos deram pela falta dele, começaram a procurá-lo. Finalmente encontraram-no, mas ele recusou-se a voltar. Então um deles fez com que Livingstone se lembrasse da promessa de Jesus: "De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei." Hebreus 13:5. Meditando nestas palavras de confiança, Livingstone voltou e falou com um poder tão convincente, que vários dos ouvintes se converteram a Cristo.
É como Jeremias? Já deixou passar uma oportunidade de testemunhar por Cristo por causa da oclofobia? Anime-se! Aqui estão algumas coisas que pode fazer para vencer o medo do público:
1 - Prepare-se cuidadosamente.
2 - Alongue e relaxe os músculos várias vezes antes de enfrentar o auditório.
3 - Respire profundamente algumas vezes, antes de falar.
Mas há outras duas coisas que pode fazer e que são ainda mais importantes:
1 - Envolva-se tanto no testemunho a ponto de se esquecer de si mesmo.
2 - Lembre-se de que Deus promete nunca o abandonar. Quando comparecer perante o público com esse estado de espírito, assim como Jeremias você não temerá "diante deles".

domingo, 4 de novembro de 2012

A RECOMPENSA DO TRABALHO NOS BASTIDORES

Haverá uma parte igual para os de cada grupo - uma parte para os que foram à batalha, e outra para os que tomaram conta do equipamento. 1 Samuel 30:24 (A Bíblia Viva)

Um livro que fala das condições de trabalho nos estaleiros britânicos menciona duas de ar comprimido ouvem-se de cada nova embarcação que está a ser fabricada. Os pegadores, cujas tenazes agarram os parafusos de aço aquecido ao rubro e os deixam prontos para o uso dos cravadores, fazem um trabalho menos emocionante e aclamado.
Os dois tipos de operários são semelhantes aos cristãos que labutam na causa do Senhor. Alguns, como os cravadores, parecem trabalhar à luz dos reflectores e recebem toda a glória. Outros, como os pegadores, não fazem nenhum alarde mas são absolutamente essenciais para a realização do trabalho, embora recebam pouco ou nenhum crédito.
Na parábola dos trabalhadores, os operários que foram contratados de manhã concordam em trabalhar na vinha por um denário - o pagamento normal de um dia de trabalho. Os que foram contratados maisclasses de operários; uma é conhecida como os "cravadores" e a outra como os "pegadores". Sabemos quem são os cravadores. Os golpes ensurdecedores dos seus martelos tarde, inclusive os da undécima hora, receberam a garantia de que obteriam um pagamento justo. No fim do dia, quando o proprietário efectuou o pagamento dos trabalhadores e deu aos que chegaram por último a mesma quantia dada aos que tinham trabalhado o dia todo, aqueles que tinham trabalhado mais tempo reclamaram que deveriam ter recebido mais.
Esta parábola, explicou Jesus, representa o reino dos Céus. Não devemos supor que no dia em que for dada a recompensa, aqueles que trabalharam mais se queixarão de que a vida eterna não é suficiente e de que deviam receber mais "pagamento". A questão é que todos os salvos receberão a mesma recompensa - a vida eterna.
Suponho que alguém insatisfeito com essa recompensa não estaria vivo para a receber. Todos nós, tenho a certeza, ficaremos felizes somente com o facto de termos sido salvos para a eternidade. Se alguns nesta vida receberam mais crédito que outros, o que é isso em comparação com o "eterno peso de glória" que será o prémio dos fiéis? (Ver 2 Coríntios 4:17).

sábado, 3 de novembro de 2012

ZELO SEM ENTENDIMENTO

Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém, não com entendimento. Romanos 10:2

Quando o meu pai estava na faixa dos 20 anos de idade, trabalhou durante algum tempo como recepcionista de um grande hotel na cidade de Nova Iorque. Certa noite, durante o horário de trabalho dele, alguém atirou qualquer coisa incandescente numa lixeira que continha papel. De repente aquilo pegou fogo e ameaçou incendiar o prédio todo. O meu pai telefonou imediatamente para os bombeiros, mas um dos hóspedes, um senhor com idade suficiente para agir com mais prudência, tirou o seu casaco e começou a sacudi-lo na direcção das chamas, espalhando o fogo em todas as direcções. Em poucos momentos, o átrio do hotel ficou transformado num inferno.
Felizmente os bombeiros responderam depressa e conseguiram apagar o fogo de modo rápido, mas não antes de ele ter causado muito mais prejuízo do que, se aquele homem tivesse esperado e permitido que os bombeiros fizessem o seu trabalho. Aquele zeloso hóspede não só acabou por perder o seu casaco, como também recebeu um sermão do chefe dos bombeiros. Este homem demonstrou "zelo... porém, não com entendimento".
Existem alguns cristãos que parecem inspirados por um grande zelo para com o Senhor, mas deixam de exercer bom senso ao falarem. Sem dúvida, já ouviu falar de indivíduos desses. Numa reunião, falam de certo tema com uma linguagem tão destemperada, que incendeiam os ânimos e prejudicam uma boa causa - talvez a própria causa que eles defendem. Habitualmente, essas pessoas parecem não reconhecer as suas próprias deficiências.
Tiago fala desse aspecto na sua epístola. Ele diz que "a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua... contamina o corpo inteiro e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno". Tiago 3:6. Em relação com isso, Salomão dá um bom conselho. Ele diz que há "tempo de estar calado, e tempo de falar". Eclesiastes 3:7. À última frase ele poderia ter acrescentado "com entendimento".
Se acha que tem falta de sabedoria e entendimento, um dos melhores lugares onde encontrar essas bênçãos é na Palavra de Deus.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

MUITO MAIS DO QUE ISSO

Disse Amazias ao homem de Deus: Que se fará, pois, dos cem talentos de prata que dei às tropas de Israel? Respondeu-lhe o homem de Deus: Muito mais do que isso pode dar-te o Senhor. 2 Crónicas 25:9

Amazias tinha formado um exército de 300 mil homens para combater Edom, e depois tinha contratado ainda 100 mil mercenários do reino de Israel por cem talentos de prata. Hoje, essa prata seria equivalente a um milhão de dólares (não muito em termos de gastos militares hoje em dia, mas uma fortuna respeitável naquele tempo).
Foi então que certo "homem de Deus", um profeta, chegou com a mensagem.
Se Amazias fosse à guerra com os seus mercenários israelitas como aliados, o Senhor faria com que ele caísse diante do inimigo, "porque o Senhor não é com Israel". 2 Crónicas 25:7. Amazias acabaria por perder os cem talentos, bem como o apoio do exército israelita. Que deveria fazer?
Outro dia visitei o gerente de uma casa publicadora que enfrentava um dilema semelhante. Ele aceitara fazer anúncios de certa marca de pasta de dentes de um empresário local, imprimindo-os na sua revista de saúde. Claro que não havia nada de errado com a pasta de dentes, e aquele dinheiro a mais estava a ajudar a pagar despesas gerais.
Depois, sem pensar, o nosso amigo aceitou o anúncio de outro produto da mesma empresa, um produto que não se harmonizava com os princípios de saúde da sua revista. Compreendeu em seguida o seu erro e explicou ao empresário que não poderia imprimir a nova propaganda. O negociante começou a discutir e ameaçou retirar todos os anúncios. Fico feliz por poder dizer que o nosso amigo decidiu desistir dos "cem talentos", em lugar de envolver-se com algo que apontava para uma direcção errada.
Já enfrentou um dilema parecido? Alguma vez já investiu recursos, inocentemente, em algo que prometia grande recompensa, mas que acabou por ser um negócio questionável? Nessas situações, é melhor entrar no reino sem um "olho direito" ou sem a "mão direita" (Mateus 5:29 e 30), do que "ganhar o mundo inteiro e perder (quem sabe?) a alma". Mateus 16:26.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

VER O INVISÍVEL

Que é a Fé? É a convicção segura de que alguma coisa que nós queremos vai acontecer. É a certeza de que o que nós esperamos está nos aguardando, ainda que o não possamos ver adiante de nós. Hebreus 11:1 (A Bíblia Viva)

Mesmo antes de existirem telescópios suficientemente poderosos para verem o planeta Plutão, Percival Lowell, astrónomo americano, acreditava na existência desse planeta no nosso sistema solar. Ele chegou a essa conclusão mais de 15 anos antes de o planeta ter sido descoberto por Clyde W. Tombaugh, no dia 18 de Fevereiro de 1930.
A convicção de Lowell não foi baseada numa adivinha ou palpite casual. Ele chegou a essa conclusão através de observações sistemáticas e cálculos cuidadosos das órbitas de Neptuno e Urano. As perturbações que ele observou nessas órbitas convenceram-no de que devia haver um planeta além de Neptuno. Lowell estava tão confiante na existência dele, que deu as primeiras duas letras do nome do planeta que ainda haveria de ser descoberto às iniciais do seu próprio nome - P e L. Predisse também que o planeta seria encontrado perto da estrela Delta da constelação de Gémeos. A descoberta de Lowell foi confirmada após a sua morte, quando Tombaugh fotografou e estudou a região sideral de Gémeos e descobriu o planeta já previsto.
A fé na realidade do Céu, assim como a convicção de Lowell na existência de Plutão, não é um palpite casual. Repousa sempre na "certeza" subjacente da evidência. Hypostasis, a palavra grega traduzida como "certeza" no nosso texto, é usada nos papiros antigos para significar um documento legal através do qual uma pessoa provava ser proprietária de um bem. Por outras palavras, um título de propriedade.
Exercendo fé, você e eu podemos já considerar-nos na posse das maravilhosas coisas que Deus tem prometido. Isso capacita-nos não só a reivindicar bênçãos prometidas para o futuro, mas a recebê-las e desfrutá-las agora. Desta maneira, aquilo que os olhos naturais não podem perceber (1 Coríntios 2:14), é visível aos olhos da fé.