quarta-feira, 7 de novembro de 2012

PAZ

Deixo-vos a Minha Paz, a Minha paz vos dou... S. João 14:27

Henry Drumonds conta a história de dois artistas solicitados a pintar um quadro retratando a beleza e os atractivos da paz.
Um deles pintou um lindo lago, numa tarde estival, com as suas águas plácidas e serenas, tendo como fundo colinas aprazíveis cobertas de árvores com as suas sombras reflectindo sobre a espelhante superfície do lago.
O segundo artista pintou um cenário turbulento, com as águas de uma cascata precipitando-se espumantes sobre o abismo. As árvores com os seus galhos frondosos, apresentavam-se sacudidas pela fúria dos ventos. Nuvens negras cobriam o tormentoso céu. Mas, contrastando com o tempestuoso ambiente, o artista pintou na extremidade de um dos ramos de uma árvore um pássaro descansando calmo e sereno no seu ninho. Apropriada reprodução da paz!
O segundo artista sintetizou naquele cenário o sentimento de paz que podemos desfrutar mesmo em meio à tormenta que nos circunda. Deus não nos prometeu uma existência sem problemas. "No mundo tereis aflições" (S. João 16:33), disse Jesus. Mas Ele prometeu-nos a paz. A paz genuína, num mundo sacudido pela turbulência do mal.
Na véspera do grande drama da paixão, Jesus abriu o coração perante o Seu pequeno rebanho como nunca antes o fizera. Sendo aquela a última vez que lhes falava como um grupo especial, dirigiu-lhes um emotivo e comovente discurso. Embora tendo a alma envolta pela aflição, dirigiu-lhes palavras de consolo e esperança.
Sombrios presságios inundavam a mente dos discípulos, tornando-os inquietos e perplexos. Mas Jesus, lançando o Seu compassivo olhar sobre eles, disse: "Não se turbe o vosso coração..." (S. João 14:1). Com palavras repassadas de ternura, declarou: "Deixo-vos a Minha paz, a Minha paz vos dou..." Precioso legado!
Dentro de mais algumas horas haveria de entregar o Seu espírito ao Pai. Legaria o Seu corpo a José de Arimateia, para ser sepultado. A Sua roupa, deixaria aos soldados. Confiaria Sua mãe aos cuidados de João. Mas, com os discípulos, deixou aquilo que era infinitamente mais precioso - a Paz.
O Senhor não lhes deu opulência, fama ou prestígio. O proveito destas coisas é duvidoso. Mas deu-lhes a paz interior, que só experimentam aqueles que sabem que os seus pecados foram perdoados.
É a paz dos fiéis, sejam ricos ou pobres, sábios ou indoutos.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus