segunda-feira, 9 de julho de 2012

PERSEVERANÇA EM FAZER O BEM

E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Gálatas 6:9

Em certo sentido, nem sempre é verdade que "se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco". Mateus 15:14. Veja o caso de Louis Braille, o rapazinho francês da zona rural que perdeu a visão quando ainda criança. Aos 18 idade, ele já tinha aperfeiçoado o sistema de escrita do alfabeto em relevo que tem o seu nome e que já tirou muitos cegos de uma vida de escuridão para um brilhante novo dia.
Pouco se sabe da infância de Louis. Por volta de 1812, com 3 anos de idade, ele ficou cego ao brincar com um furador na selaria do seu pai. Quando tinha 10 anos, foi mandado para a Institution Nationale des Jeunes Aveugles (Instituição Nacional para Crianças Cegas), em Paris, onde aprendeu a ler as letras em relevo do alfabeto romano. O problema com esse método era que um cego ficava praticamente impossibilitado de escrever com ele.
Quando tinha 14 anos, Louis perdeu o pai e a mãe. No mesmo ano, o seu melhor amigo e o director da escola também morreram. Esses golpes foram muito dolorosos para o rapaz, que por várias vezes ficou tão desanimado que fugiu da escola. Voltou, entretanto, como professor na mesma instituição.
Nessa época, Louis tomou conhecimento de um sistema de escrita usado no exército francês. Consistia numa série de furos feitos num papelão, os quais podiam ser lidos à noite. Isso deu-lhe uma ideia. Em três anos, Louis desenvolveu um sistema simplificado de escrita com base nesse princípio. Mas quando o apresentou diante da Academia Real em 1832, o método foi rejeitado.
Louis viveu mais 20 anos. Vitimado pela tuberculose, sucumbiu finalmente à doença em 1852. Não chegou a ver os frutos benéficos dos seus esforços em vida, mas 80 anos depois da sua morte, aquele sistema, com pequenas modificações, foi adoptado universalmente para uso dos cegos.
A recompensa por fazer o bem nem sempre é obtida no período da nossa existência. Às vezes, como no caso de Louis Braille, ela só vem muitos anos depois da morte do 'benfeitor' e, em certos casos, virá apenas na eternidade, só que isso não deve impedir a nossa perseverança em fazer o bem.