segunda-feira, 23 de julho de 2012

CULTISTAS DE CARREGAMENTOS

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda a sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. Efésios 1:3

Durante a Segunda Guerra Mundial, os militares americanos usaram com frequência as ilhas entre a Austrália e a Indonésia como bases para o lançamento das suas investidas sobre a Nova Guiné. Os homens brancos chegavam em grandes e barulhentos 'pássaros', trazendo cargas e presentes. Graças a essas visitas inesperadas, os habitantes das ilhas tiveram contacto com a civilização.
Para seu espanto, os aviões desciam do céu, pousavam, descarregavam o seu carregamento e levantavam voo outra vez, deixando para trás maravilhas como caixas que falavam, coisas que produziam fogo instantâneo e monstros que derrubavam a floresta e construíam pistas de pouso. Viram, pela primeira vez, ferramentas poderosas, armamento moderno e muitas variedades de comida. Ficaram fascinados e concluíram que os homens brancos deviam ser deuses.
Quando os soldados partiram, os ilhéus construíram relicários para os deuses dos cargueiros - modelados à semelhança dos hangares e das torres de rádio, mas tudo feito com bambu. Anos mais tarde, alguns desses ilhéus ainda oravam pedindo carregamentos de avião como outrora. Nos seus sacrários, reverenciavam isqueiros, óculos e canetas esferográficas que tinham sido deixados pelas forças aliadas. Mais tarde ainda, quando os missionários brancos chegaram para pregar o evangelho, foram a princípio entusiasticamente recebidos. Os habitantes das ilhas tinham a certeza de que essa era a 'segunda vinda'. Consegue imaginar o seu desencanto quando perceberam que, em lugar de cargas, os missionários estavam a oferecer o evangelho? Os missionários sentiram ser quase impossível penetrar no materialismo que se tinha tornado a essência da religião dos ilhéus.
Nós sorrimos diante da ingenuidade daquele povo. Mas, na realidade, não revelamos nós uma mentalidade de culto às cargas, pelo modo como oramos algumas vezes? Quando estamos mais desejosos de receber as bênçãos materiais pelas quais oramos, do que as bênçãos espirituais do mundo celestial que o nosso Pai oferece, não nos mostramos como 'cultistas de carregamentos' no íntimo do coração?
Porque não buscar primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, em vez de dar o primeiro lugar às coisas materiais?