sábado, 14 de julho de 2012

DINHEIRO E TESTEMUNHO EFICAZ

Contudo vos exortamos, irmãos, ...a diligenciardes por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso, e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos; de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar. Tessalonicenses 4:10-12

Certo dia (deve ter sido no primeiro semestre de 1931), a nossa família ouviu a notícia de que Charles A. Lindbergh, famoso piloto de avião, e a sua mulher Anne, pousariam o seu avião anfíbio no Funchal, capital da Ilha da Madeira, onde residíamos na época. O meu pai e eu fomos ao centro da cidade para os ver chegar. Ouvimos ao longe o som do motor do avião. Tivemos um rápido vislumbre do avião do coronel enquanto ele rugia sobre a nossa cabeça. Mais tarde, soubemos que o piloto não tinha pousado porque as águas do mar estavam muito agitadas.
Para muitos, Lindbergh tinha uma personalidade desconcertante. Quatro anos antes do voo sobre a Ilha da Madeira, ele tinha sido o primeiro homem a atravessar o Atlântico num voo solitário. Quando voltou à América, foi recebido como herói, mas essas honrarias não o envaideceram minimamente. Ofertas de dinheiro vieram de toda parte. Alguém calculou que ele poderia ter recebido cinco milhões de dólares numa semana, se tivesse aceitado as centenas de propostas para assinar depoimentos.
William Randolph Hearst ofereceu-lhe meio milhão de dólares para que entrasse num filme sobre aviação. Uma companhia de espectáculos de variedades ofereceu-lhe um contrato no valor de um milhão de dólares. Um magnata do cinema também lhe fez uma proposta de um milhão de dólares. Cortesmente, mas com firmeza, ele recusou todos. Recebeu presentes em dinheiro. Devolveu todas as doações. Um amigo sintetizou da seguinte maneira a razão desse procedimento: "Lindbergh não recebe dinheiro que ele não suou para merecer."
Embora haja naturalmente excepções, é uma boa regra não aceitar dinheiro que não seja conquistado pelo trabalho. Esse é um princípio bíblico, segundo o nosso texto sugere.
Há alguns anos li sobre um velho italiano que perdeu o emprego durante a Grande Depressão e que precisou de depender do fundo de desemprego do Governo. Em vez de ficar sem fazer nada, ele comprou uma vassoura e começou a varrer as ruas da sua cidade, pois não concordava em receber algo e ficar de braços cruzados.
O testemunho de um cristão é geralmente mais eficaz quando ele realiza um trabalho produtivo pela remuneração que recebe.

SERVIMOS PARA ALGUMA COISA

Visto que foste precioso aos Meus olhos, digno de honra, e Eu te amei, darei homens por ti e os povos pela tua vida. Isaías 43:4

Willie Rugh era um rapazinho deficiente que vendia jornais. Ele morava num subúrbio de Gary, Estado de Indiana, nos Estados Unidos. No Outono de 1912, os médicos recomendaram que uma das suas pernas fosse amputada. Pouco depois de ter sido feita essa recomendação, uma menina chamada Ethel Smith queimou-se gravemente. As suas possibilidades de sobreviver eram poucas, a menos que recebesse um enxerto de pele. Assim, os médicos perguntaram a Willie se ele permitiria que tirassem pele da perna que seria amputada, para fazer um enxerto nas áreas queimadas do corpo de Ethel. O rapazinho concordou sem hesitar.
Willie sobreviveu à operação e recuperava bem, mas contraiu uma pnemonia. Naquele tempo não havia antibióticos, e apesar de tudo o que os médicos fizeram, o estado de Willie piorava. Por fim, tiveram de lhe contar que ele não recuperaria. Quando recebeu essa notícia desencorajadora, em vez de lamentar a sua má sorte, Willie disse: "Fiquei contente por ter colaborado, doutor. Diga à Ethel que espero que ela recupere depressa. Acho que servi para alguma coisa, afinal de contas." Que palavras corajosas!
A história do acto abnegado de Willie foi publicada nos jornais do país. A cidade de Gary ficou de luto. Os prédios públicos e comerciais fecharam as portas durante um dia. Uma banda e um acompanhamento policial seguiram o caixão até ao cemitério, e o prefeito declarou: "O nome de Willie Rugh deve ser lembrado em Gary enquanto a cidade existir."
Algumas pessoas acham que não servem para nada porque o seu estado físico ou a sua aparência podem não ser exactamente como desejam. Mas não importa qual seja a nossa condição, servimos para alguma coisa, sim! É nosso dever descobrir, com espírito humilde, qual é essa 'coisa'. Todos nós servimos para algo!