quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ESCRITAS NUM LIVRO

Oxalá que as minhas palavras fossem escritas! Oxalá que fossem gravadas num livro! Que, com pena de ferro, e com chumbo, fossem para sempre esculpidas na rocha! Pois eu sei que o meu Redentor vive. Job 19:23-25

A imprensa e os livros, como os conhecemos hoje, logicamente eram desconhecidos nos dias de Job. Uma tradução mais correcta das palavras do nosso texto seria: "escritas num rolo", pois a impressão com tipos móveis não estava generalizada antes do fim do século quinze.
Mesmo assim, não foi nessa época que se usou pela primeira vez o tipo móvel. Já no século nono da nossa era, os chineses imprimiam a partir de blocos. Um livro impresso desta maneira foi descoberto na província de Gansu em 1990, e contém a seguinte declaração intrigante: "Impresso a 11 de Maio de 868, por Wang Chieh, para distribuição geral e gratuita, a fim de perpetuar com profunda reverência a memória dos seus pais". - Encyclopedia Britannica, 1954, vol. 18, pág. 499. Alguns séculos mais tarde, Pi Sheng, um compatriota chinês, estava a imprimir com tipos móveis. Essa extraordinária invenção, entretanto, foi abandonada e aparentemente perdeu-se, até que, por volta do meio do século XV, foi reinventada na Europa.
A impressão com tipos móveis tem sido considerada uma das grandes, senão a maior das invenções de todos os tempos. A razão para isso é que ela não só preserva as conquistas intelectuais do passado e do presente, como também torna essas conquistas disponíveis para todo o mundo.
O curioso é que a escrita alfabética, outra grande inovação do passado, foi aparentemente inventada por escravos semitas, usando o que se conhece como "princípio acrofónico". Esse alfabeto foi descoberto por Flinders Petrie, em 1906, gravado na parede de uma mina de cobre na Península do Sinai - não longe de onde Job viveu, e datando de uma época não muito anterior à de Moisés, que escreveu o livro de Job.
No seu lamento, Job queria que o mundo soubesse que, embora sofrendo sem causa aparente, ele continuava firmemente apegado à sua fé no Redentor que havia de vir, que restauraria a saúde e o vigor do seu corpo atacado pela doença.
O testemunho veemente de Job deve significar para nós hoje um motivo de ânimo e coragem se tivermos de passar pela dor e sofrimento.