domingo, 27 de maio de 2012

APRENDER PARA ENSINAR AOS OUTROS

Com efeito, quando devíeis ser mestres, ...tendes novamente necessidade de alguém que vos ensine de novo. Hebreus 5:12

Temos um pé de vidoeiro no nosso jardim. Todos os anos, na Primavera, um casal de tordos constrói o ninho nos seus galhos. Alguns dias depois de chocarem os ovinhos azulados, nascem os filhotes que logo se preparam para as suas lições.
Quando os jovens tordos deixam o ninho, já conseguem voar razoavelmente mas em geral precisam de bastante ajuda para encontrar alimento. Os recém emplumados voadores parecem orgulhar-se da sua nova independência, mas os primeiros ensaios de voo são rapidamente seguidos de pios eloquentes que devem significar: "Quero comida! Quero comida!" E os pais inicialmente estão sempre preparados com algum alimento.
Se é um observador de pássaros, provavelmente já viu que os padrões mudam à medida que as aves se tornam adultas. As novinhas aprendem a alimentar-se e finalmente tornam-se pais e mães, e passam então a ensinar os seus filhotes a encontrar comida.
A minha mulher e eu temos observado esse processo de desenvolvimento em muitas oportunidades. Mas já viu alguma vez um pássaro que se tenha esquecido daquilo que aprendeu? Provavelmente não.
Ao contrário das aves, os destinatários da Epístola aos Hebreus tinham-se esquecido daquilo que lhes tinha sido ensinado, e precisavam de aprender tudo de novo. Talvez tivessem regredido ao estado em que gritavam: "Quero comida! Quero comida!"
Já viu membros de igreja queixarem-se por acharem que não estavam a ser espiritualmente alimentados? A minha mulher e eu observámos esse fenómeno na época em que fazíamos trabalho pastoral. É possível, até, que esses indivíduos tivessem uma queixa válida. Sem dúvida nós, como os seus pais espirituais, deixámos de lhes ensinar a maneira de cavar na Palavra de Deus e encontrar sustento espiritual por si próprios. Mas com alguns, parecia ser o caso de desenvolvimento interrompido ou até regressivo, pois nunca os vimos produzir descendência espiritual.
Não deveriam os cristãos chegar ao ponto de, em vez de ser meros consumidores de nutrição espiritual e gritar: "Quero comida! Quero comida!", aprender a procurar por si próprios, produzir filhos espirituais e por sua vez ensiná-los a voar e alimentar-se?