segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

SEDE DE DEUS

Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Salmo 42:1 e 2

Todo o ser humano já sentiu sede. A sede mais terrível que já senti foi durante os primeiros dias de Janeiro de 1942. Os meus pais, o meu irmão e eu passávamos casualmente pelas Filipinas, a caminho da África como missionários, quando Pearl Harbor foi bombardeada e a guerra se intensificou. No dia 29 de Dezembro de 1941, fomos levados cativos pelo Exército Imperial Japonês para o Campo de Concentração John Hay. Durante o combate, a bomba que fornecia água para o nosso campo foi destruída, e durante vários dias a pouca água que utilizávamos tinha de ser puxada manualmente e racionada.
Deus criou-nos de tal maneira que, quando o nosso organismo precisa de água, ele diz-nos através da sede. Mas no versículo para introdução, o salmista não estava a falar da sede física. Ele estava a usar a sede orgânica como símbolo de uma sede mais intensa - a que a alma sente por Deus.
Agostinho, um dos padres da igreja, referiu-se a essa necessidade quando escreveu: "Ó Deus, Tu criaste-nos para Ti, e não estaremos satisfeitos enquanto a nossa alma não repousar em Ti."
Há muitos que sentem necessidade de algo que nem eles mesmos sabem identificar. Procuram satisfazer essa sede da alma bebendo nas "cisternas rotas" do mundo (ver Jeremias 2:13) - a filosofia e a psicologia humanas, as drogas, etc. - mas a sua ansiedade permanece.
Aquele que bebe da água da vida, bebe para não voltar a ter sede (ver João 4:14). Isso não significa que, por já não sentir sede, nunca mais vai beber. Significa que, tendo encontrado a Fonte da Água Viva, a sede da alma que Deus mesmo criou, estará saciada para sempre, enquanto ele continuar a beber dessa água espiritual. Mas isso não é tudo; enquanto estiver a beber, por sua vez estará a ser para outros "uma Fonte a jorrar para a vida eterna."
A "água" que o Deus que Se revela oferece às almas sedentas é o conhecimento a Seu respeito. Quando bebemos dessa água, a sede da nossa alma é saciada embora, paradoxalmente, desejemos sempre mais. Que o desejo sincero da nossa alma seja: "Mais de Ti, Senhor, mais de Ti."