sexta-feira, 30 de março de 2012

O CÂNTICO DE VITÓRIA

E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro. Apocalipse 15:3.

O 'Cântico de Moisés' é sem dúvida uma referência à canção de livramento que Israel cantou celebrando o milagre no Mar Vermelho e a memorável vitória sobre as forças de Faraó. (Êxodo 15:1-21). Aquele cântico celebrou, entre explosões de gozo e expressões de louvor, a libertação do jugo egípcio. O hino do Cordeiro, entretanto, celebrará o triunfo final sobre a tirania do pecado e o domínio do mal.
Este será um momento pleno de alegrias e emoções. Os portais resplandecentes da cidade de Deus abrir-se-ão de par em par, e os redimidos do Senhor, em vibrantes aclamações, entrarão. Todo o céu vibrará de alegria. Ecoará melodiosa a música executada por hostes angelicais, acompanhada com harpas de ouro. E uma multidão inumerável, formada pelos redimidos de toda a terra, se unirá num jubiloso cântico: "Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor Deus Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos." Apocalipse 15:3.
Um escritor francês narra a história de um navio, no século passado, que durante semanas vagou à deriva, perdido no mar, batido pelas tormentas. Um dia, do alto do mastro, um marinheiro gritou ter avistado terra. Excitados, passageiros e tripulantes correram ao convés, aguardando ansiosos o momento quando vislumbrariam as praias no horizonte. Conseguiam divisar apenas contornos vagos, tão imprecisos, que quase se deixaram abater pelo desalento. Seria terra? Poderia ser a França? Era-o de facto? Ou algum país estranho? Gradativamente os contornos se tornavam mais distintos. Depois de algumas horas que se assemelharam a uma eternidade, o vigia bradou: "França! É a França!"
A alegria daqueles perplexos e atribulados passageiros e tripulantes não conheceu limites. Depois de tão longa tormenta, aflições e temores, chegavam afinal à pátria! O mesmo sucederá connosco, quando após as tempestades e tribulações desta vida, divisarmos as praias do além. O nosso gozo atingirá o seu climax quando os nossos pés cansados cruzarem os portais da Nova Jerusalém. Então viveremos com inexprimível emoção a experiência descrita pelo profeta de Patmos: Cantaremos "junto ao mar de vidro" o cântico de vitória.
Quando Jesus anunciou aos Seus discípulos que estava para deixá-los, viu que a tristeza os dominou. Por isso, com ternura, acrescentou: "A vossa tristeza se converterá em alegria .... Outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará." (S. João 16:20, 22). Então estaremos afinal na nossa Pátria eternal.

Enoch de Oliveira in Cada Dia Com Deus