quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O DESEJO DE DEUS

Toma o cinto, ...vai ao Eufrates, e esconde-o ali na fenda duma rocha. Fui, e escondi-o. ...Passados muitos dias, disse-me o Senhor: ...Vai ao Eufrates, e toma o cinto que te ordenei escondesses ali. Fui ao Eufrates, cavei, e tomei o cinto do lugar onde o escondera; eis que o cinto se tinha apodrecido. Jeremias 13:4-7

No Outono de 1943, enquanto o meu bom amigo Ralph Longway e eu estávamos presos no campo de concentração Holmes (hoje Campo Dangwa), decidimos dar uma escapadinha e esconder algumas das nossas lembranças da guerra sob um afloramento calcário no topo da montanha atrás da prisão. Entre os nossos 'tesouros', havia uma caneca de alumínio, um cinturão, uma munição do rifle Springfield e algumas balas do rifle 3030.
Em Dezembro daquele ano, escapámos novamente da prisão e recuperámos alguns objectos. O cinturão estava muito deteriorado. Enterrámos novamente o cinturão e algumas balas do rifle, sob uma laje de calcário de uns 25 centímetros de largura por 50 de comprimento e 5 de espessura; levámos os outros objectos de novo para a cela.
No dia 26 de Março de 1991, quase meio século mais tarde, voltei ao Campo Dangwa. Acompanhado por dois sargentos filipinos, localizei a formação rochosa. Apontando para o local, contei aos soldados que o esconderijo estava sob uma laje e dei as dimensões. Cavámos uns 20 centímetros e lá estava a laje! Procurámos o cinturão, mas ele já não existia; também não fomos capazes de encontrar vestígios da munição. Mas quebrei uma ponta da laje e trouxe-a comigo, de modo que agora sou o orgulhoso proprietário de um pedaço daquela rocha!
O enterro e a exumação do cinto de Jeremias foram uma lição objectiva para o antigo povo de Deus, bem como para nós hoje. Na parábola encenada por Jeremias, o cinto apodrecido representava o orgulho de Israel e Judá (ver Jeremias 13:9). Pensavam eles que, por serem o povo escolhido, eram invulneráveis. Mas a parábola de Jeremias mostrou a inutilidade daquela orgulhosa presunção. É a obediência humilde, e não o orgulho, que têm grande valor aos olhos de Deus (ver Miquéias 6:8).