sexta-feira, 6 de abril de 2012

A CRUCIFICAÇÃO DO EU

Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim. Gálatas 2:19 e 20

Eu já tinha ouvido falar acerca dos flagelantes das Filipinas muito tempo antes de os ver. Mas na Sexta-feira, 29 de Março de 1991, vi um desses penitentes quando assistia a uma reunião de ex-internados de Luzon. Foi patético ver aqueles homens retalharem as suas próprias costas com manguais até o sangue correr. Outros, em estágios mais avançados de penitência, caminhavam penosamente ao lado da estrada, carregando pesadas cruzes para simular a via dolorosa de Cristo ao Gólgota.
Esses penitentes eram inquestionavelmente sinceros no que faziam. Entretanto, em Isaías 1:12, o Senhor pergunta enfaticamente: "Quando vocês vêm até à Minha presença, quem foi que pediu todo esse corre-corre nos pátios do Meu Templo?" (A Bíblia na Linguagem de Hoje) É Deus que o requer? É isso o que Ele pede que façamos para obter o Seu favor? Mil vezes não! Aquilo que Deus pede está claramente registado em Miqueias 6:8, onde o profeta pergunta: "O que é que o Senhor pede de ti?" E responde: "que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus."
Nós, seres humanos pecadores, temos um problema que é a nossa tendência de sermos injustamente misericordiosos ou então justos sem misericórdia. Isso é verdade tanto ao tratarmos os nossos semelhantes como no modo de nos tratarmos a nós mesmos.
Conhece alguém que, falando figurativamente, ainda se esteja a castigar a si próprio por algo de errado que tenha cometido há muito tempo atrás? Por outro lado, conhece alguém que tenha feito algo muito errado, mas que seja muito misericordioso consigo mesmo?
Uma coisa é certa: a solução não é autoflagelar-se, nem ser complacente demais. Há certas coisas para as quais não existe reparação - um assassínio, por exemplo. Nesses casos, tudo o que podemos fazer é colocar a questão nas mãos de Deus, buscar o Seu perdão e permitir que Ele nos guie ao fazermos a reparação daquilo que é possível. Esse princípio aplica-se a todos os pecados cometidos contra o nosso próximo . É somente quando caminhamos humildemente com o nosso Deus que Ele nos pode revelar o que fazer para corrigir as coisas, além de como e quando fazê-lo.