quarta-feira, 25 de abril de 2012

CONFIAR EM RIQUEZAS INCERTAS

Vendo, porém, Simão que, pelo facto de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito (Santo), ofereceu-lhes dinheiro, propondo: Concedei-me também a mim este poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos, receba o Espírito Santo. Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição. Actos 8:18-20

A tentativa de Simão, o mágico, de obter o Dom do Espírito Santo com dinheiro, deu origem ao termo 'simonia': tráfico de coisas sagradas ou espirituais; venda ilícita de coisas sagradas. Pedro não caiu na proposta de Simão, mas o ganho material parece lançar um feitiço hipnótico sobre muitas mentes.
Há muitos anos, o navio Shanunga, no trajecto entre Liverpool e Nova Iorque, colidiu com uma embarcação mais pequena, Iduna. Este, que era sueco, transportava 206 passageiros e a tripulação. O Iduna começou a submergir rapidamente. O Comandante Patten, do Shanunga, lançou de imediato os botes salva-vidas. Mas apenas 34 pessoas se salvaram. As restantes 172, incluindo o comandante, perderam-se. Uma das razões pelas quais tantos se afogaram foi que eles prenderam cintos recheados de ouro e prata na cintura, e o peso levou-os para o fundo.
Uma tragédia parecida, com uma pequena variante, ocorreu com o navio Valência. Entre os que morreram afogados no acidente, estava um tal Sr. J. B. Graham. Poucos dias antes de embarcar no navio, ele tinha vendido uma mina no Alasca por sessenta mil dólares. Parte do resultado da venda encontrava-se num saco cheio de ouro. Enquanto o navio se afundava, ele oferecia freneticamente o ouro a qualquer um que pudesse salvá-lo. Mas os seus apelos foram em vão. As coisas materiais tinham perdido o seu valor, e o saco de ouro ficou ali no convés, chutado daqui para ali por aqueles que desesperadamente procuravam salvar a própria vida.
A Bíblia fala de um tempo em que "os homens lançarão às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de prata, e os seus ídolos de ouro". Isaías 2:20. Quão trágico é o facto dessas pessoas se apegarem tão tenazmente à "instabilidade da riqueza" (I Timóteo 6:17), a ponto de perderem a vida temporal. Mas é muito maior a tragédia daqueles que valorizam tanto as riquezas, que perdem a vida eterna.